A manufatura é necessária para um país?

Chang versus Bhagwati. Eu votei pelo "não".

Pesos Regionais na Função de Bem-estar Social: uma aplicação para o FPE

Aí vai a versão preliminar, não-revista, de um texto feito pela Roberta Vieira e por mim. Comentários, como sempre, são necessários e bem-vindos.
PESOS REGIONAIS NA FUNÇÃO DE BEM-ESTAR SOCIAL: UMA APLICAÇÃO PARA O FPE

Diversos

- As principais contribuições do Paulo Renato de Souza no MEC. (Via José Roberto Afonso). A biblioteca do IPEA tem a dissertação dele na CEPAL sobre o Rio Grande do Sul. Ainda não li.
- As Reith Lectures da BBC (1948-2010) estão disponíveis para download. Tem Bertrand Russell, Toynbee, Galbraith, Giddens e Jeffrey Sachs. Eu recomendo a do neurocientista VS Ramachandran.
- Woody Allen entrevistando Billy Graham e outras pérolas (via Drunkeynesian).
- Um ótimo post sobre o Joel Mokyr, um dos gigantes da cliometria. Para vocês verem a genialidade do cara, olhem esse trecho comentado pelo Tyler Cowen.
- Alemanha, a caloteira. (esqueci onde vi o link....)

Tudo que você queria saber sobre valorização cambial e não tinha para quem perguntar

"Este texto é uma resenha do estudo “O câmbio no Brasil: perguntas e respostas”, de autoria de Affonso Celso Pastore e Maria Cristina Pinotti, apresentado no XXIII Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos – INAE. O texto resenhado pode ser obtido na íntegra, em versão pdf, no endereço: http://www.forumnacional.org.br/sec.php?s=400&i=pt . A publicação da presente resenha em www.brasil-economia-governo.org.br foi autorizada pelos autores e pelo INAE."

Como complemento, aí vai o texto do Mansueto sobre o mesmo assunto.

"Human Capital and Regional Development" Gennaiola, Shleifer e a turma

We investigate the determinants of regional development using a newly constructed database of 1569 sub-national regions from 110 countries covering 74 percent of the world’s surface and 96 percent of its GDP. We combine the cross-regional analysis of geographic, institutional, cultural, and human capital determinants of regional development with an examination of productivity in several thousand establishments located in these regions. To organize the discussion, we present a new model of regional development that introduces into a standard migration framework elements of both the Lucas (1978) model of the allocation of talent between entrepreneurship and work, and the Lucas (1988) model of human capital externalities. The evidence points to the paramount importance of human capital in accounting for regional differences in development, but also suggests from model estimation and calibration that entrepreneurial inputs and human capital externalities are essential for understanding the data.


Mesoeconomia: lições de Contabilidade Social por Bérni e Lautert

Mestre Duílio (D. Phil Oxford), o melhor papo do paralelo 30 e vizinhanças, e Lautert (não o conheço, mas ele tem um texto que eu gosto muito) acabaram de lançar o livro . Não li, mas já gostei e recomendo. O livro era um dos assuntos principais das caminhadas geladas com o Duílio e garanto que ele vai colocar os seus neurônios para trabalhar.

Gráficos tipo the Economist

Ao ver esse ótimo post , eu fiquei com inveja ao saber que os usuários de Stata podem fazer gráficos com a cara dos da The Economist. Pois bem, os usuário de R também podem!
(Para que eu gostaria de fazer isso, eu não sei. Mas me deu uma certa tranqüilidade).

Ipad e a História Econômica

Na propaganda Apple X PC, eu gosto mais do cara do PC. Nunca engoli aquele moleque que come comida orgânica fair-trade, toma decaf e defende o dalai-lama. Aquele ar "sou-sensível-criativo-sem-barriga-bem-resolvido" me dá engulhos. O gordinho era mais simpático. Com o Ipad, o usuário corre o risco de parecer com o Ryan do The Office.
Agora, tirando o problema da imagem da marca Apple, o Ipad 2 é mesmo muito bom. O Kindle rola que é uma beleza, Flipboard é muito bonito, o teclado na tela funciona e, com o Air Video, vejo os filmes baixados no desktop, sem precisar converter. Vou até vender o meu querido Lenovo S-10 3 e ficar só com o desktop em casa.
Bem, tudo isso para dizer que o Colistete fez um post bem legal sobre o uso do Ipad para historiadores econômicos.

Aviso: o prazo de validade deste post é de um ano. Em seguida, ele ficará irremediavelmente anacrônico.

Sábio Orientador

Um pouco de sabedoria para mestrandos e doutorandos. (Valeu, André Carrraro)

Quer ir para a Copa de 2014?

Proposta: transferir a Copa para a Inglaterra e fazer um sorteio entre os brasileiros. O evento vai custar, segundo a Contas Abertas, uns R$24 bi. Com essa grana, 100 mil brasileiros poderiam assistir a Copa lá, a um custo de R$ 120 mil por espectador. Sobrariam R$ 12 bi de troco e teríamos casa cheia com a nossa torcida. Prá frente, Brasil!!!
(Enfim, idéia besta por idéia besta, sou mais a minha.)

Capitalismo de Estado

Eu ainda estou devendo uma resenha decente do ótimo Capitalismo de Laços, do Sérgio Lazzarini. Terminei o livro e é realmente muito bom. A única coisa que ficou faltando é uma comparação dos resultados brasileiros com os internacionais. Só assim pode-se saber o quão específico é o caso brasileiro. Contudo, admito que seria uma absurdo exigir isso para um pesquisador só ou para o próprio escopo do livro.
Enfim....aí vai uma matéria da Época que tem uma tabela jóia com as várias formas de participação do estado no capital das empresas brasileiras (Obrigado ao Luiz H. Batistuta).

PS:Lá no Vietnã, para me impressionar, me contaram "Ah, aqui o Estado ainda é muito importante na economia: 37%!!!". Mal sabiam eles.

Voltando à programação normal

  • Deirdre Mccloskey em the Bourgeois Virtues :
"Capitalism has triumphed in our time, which I claim is a good thing, though boring";
  • Paul Theroux em The Tao of Travel:
"Air travel is very simple and annoying and a cause of anxiety. It is like being to the dentist's even to the chairs";
  • Pode ser efeito placebo, mas melatonina funciona que é uma beleza.







Location:Acesso para Rodovia SP-019,Guarulhos,Brazil

Manco em Hanói

"Cego em Gaza" seria pior. O normal aqui seria ser eu atropelado, mas eu só tropecei em uma escada. Nada grave.
Aí vão três amostras do trânsito local filmadas por mim:
O ganhador da categoria "volume". A categoria "nãoqueronemvernahoradacurva" vai para esse outro:



Eu atravessando a rua.
A técnica correta é essa, mas eu não sou tão corajoso.
Enfim, mal deu para conhecer a cidade mas dá muita vontade de voltar. Conheci ótimas pessoas no VASS e dá para perceber que tudo está em transformação. Agora tenho que preparar a mala.

4 dias em Hanói



  • Parecem brasileiros. Eles estão preocupados com desindustralização, câmbio, China (com razão) e déficit em transações correntes. Um preocupação adicional é com a "middle income trap". Legal o termo.


  • O sorvete é fantástico. A comida, muito boa;


  • As mulheres se cobrem totalmente para não pegar nadica de sol. Ao que parece, a tese da Economist está certa: com a pele branca, elas mostram que não são trabalhadoras braçais;


  • O pessoal do VASS, o IPEA local, me pareceu super bom e motivado;


  • Tomei cerveja com gelo;


  • Estou começando a achar legal o trânsito. Há certa ordem espontânea na confusão aparente;


  • Mais de uma pessoa disse que eu pareço com o Ronaldo. Ocidentais são todos iguais;


  • Nenhum mendigo me abordou e não vi crianças de rua.

10 horas em Hanói

-Demorei 30 minutos entre o instante que o avião tocou o solo e entrar no taxi.
-O número médio de pessoas por moto é 2,1. Tudo é carregado de moto. Tudo. Eu acabei de ver uma criança com uma bóia inflável. Na moto ao lado, o carona carregava uma porta.
- Mangostin é fruta popular
- Poucos militares e policiais na rua
- Cartazes comunistas só nas lojas "Old Propaganda Posters", para os turistas.
- a letra "o" poder ter dois acentos ao mesmo tempo: circunflexo e agudo.

Lei de Theroux

"Qualquer país com mais de uma estátua da mesma pessoa tem problemas profundos"

Paul Theroux em Tao of Travel
Eu acrescento: e se a pessoa estiver viva, saia o mais rápido possível do país.

O que é região?

Nenhuma discussão encheu tanto papel e rendeu tão pouco. Primeiro, existe uma confusão de definições: o que uns chamam de "região" outros chamam de "território" ou "espaço".
Outro erro no debate é o erro de Funes, o memorioso. O coitado não conseguia chamar de árvore, coisas tão diferentes entre si e que mudavam todo o tempo. E daí? O ponto é que não dá para falar do mundo sem fazer generalizações.
A primeira pergunta deve ser "Para que mesmo você quer regionalizar?". O conceito de região deve ser submetido aos seus objetivos e não um fim em si mesmo ou tratado como tendo existência ou (pior ainda) vontade própria. Enfim, talvez a definição do clássico Hoover e Giarratani seja a mais válida:
"One irreverent suggestion is that a region means an area which a regional economist gets a grant to study."

A caminho do Vietnã

O Alexandre Ywata, o criador do IPEAGEO, já está lá e até já blogou. Eu vou na sexta só chego no domingo. Não sei o que esperar, mas já sei como será o vôo.

A divisão da economia em três setores ainda faz sentido?

Cada vez mais me convenço que o esquema Primário-Secundário-Terciário do grande Colin Clark não faz mais sentido. Alguns argumentos:
Every Taco Bell, McDonald's (MCD), Wendy's (WEN), and Burger King is a little factory, with a manager who oversees three dozen workers, devises schedules and shifts, keeps track of inventory and the supply chain, supervises an assembly line churning out a quality-controlled, high-volume product, and takes in revenue of $1 million to $3 million a year, all with customers who show up at the front end of the factory at all hours of the day to buy the product.
Por fim, quanto do valor de um tênis nike de R$500 foi produzido em atividades típicas do setor de serviços: propaganda, design? E o setor agrícola moderno e sua relação com as atividades financeiras, seguros e P&D?
Qual a importância desse meu ponto? Seguinte: se eu estou mais ou menos certo, então não dá para argumentar que a manufatura (entendida como "fábrica com linha de montagem e chaminé") é o motor do desenvolvimento.
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