Coisas que eu aprendi nesta semana

Acessibilidade urbana e o algoritmo da Google

O Renato Schwambach Vieira me contou sobre um indicador de acessibilidade urbana baseado no pagerank da Google  que me parece super bacana.
 (O Renato - um dos 7 milhões de leitores diários do blog e, portanto, gente boa - tem uma monografia jóia sobre medidas de acessibilidade no município de SP)

Eu não precisava ouvir isso...

Hoje um conhecido professor de economia regional disse que um trabalho baseado em Myrdal, Kaldor e Verdoorn era ortodoxo.
Eu rebati, mas não debati. Ignoranssa dói.






"The Bretton Woods Transcripts"

Monty Phyton no Brasil

Bem, quase. Quer dizer, só o Michael Palin. Depois do fim do grupo ele se especializou em documentários de suas viagens pelo mundo. Eu assisti a todos. Todos mesmo.
Ele finalmente veio ao Brasil e o documentário será exibido hoje na BBC. Vou procurar um jeito de assistir ao programa e aviso aqui.

É tudo uma questão de escala

Quando criança, eu fiquei muito impressionado com o filme Powers of Ten (assisti no Fantástico, creio). Agora A Escala do Universo proporciona a mesma experiência de forma interativa (via  Alexandre Rocha

"The argument for the primacy of geography is always an argument about trains"

Ótima resenha de livros que eu -infelizmente - não lerei. Vejam só o parágrafo de abertura:
"The first history we write is a history of races. Our tribe’s myth is here, yours is over there, our race is called “the people” and blessed by the gods, and yours, well, not so blessed. Next comes the history of faces: history as the epic acts of bosses and chiefs, pharaohs and emirs, kings and Popes and sultans in conflict, where the past is essentially the chronicle of who wears the crown first and who wears it next. Then comes the history of places, where the ingathering of people and classes in a single city or state makes a historical whole bigger than any one face within it. Modern history is mostly place history, of an ambitious kind: what all the little faces were doing while the big faces were looking at each other."

Para onde vai a Econometria Espacial?

Coisas que eu aprendi nesta semana

rei da Noruega deu o título de Sir (ou o equivalente) a um pinguim.
(Por reciprocidade, será que a Argentina tem que dar uma medalha para um urso polar?)

Drunkeynesian manda ver!

Caramba, como estão bons seus posts no blog e no Global Economic Symposium. Coisa de profissa! 

Econometria Espacial Aplicada por Eduardo Almeida.


Eu ainda não li o recém lançado livro, mas já recomendo. O Eduardo é um ótimo e produtivo economista regional. Além disso, o sumário já indica que ele cobriu todos os pontos importantes.
Capítulo 01O que é Econometria Espacial?
Capítulo 02Dados Espaciais
Capítulo 03Matrizes de Ponderação Espacial
Capítulo 04Análise Exploratória de Dados Espaciais
Capítulo 05Modelando a Dependência Espacial
Capítulo 06Estimando a Dependência Espacial
Capítulo 07Especificando e Testando a Dependência Espacial
Capítulo 08Aplicando os Modelos Espaciais
Capítulo 09Sistema de Equações Simultâneas no Espaço
Capítulo 10Modelos Espaciais para Variável Dependente Limitada
Capítulo 11Modelando a Heterogeneidade Espacial Observável
Capítulo 12Regressão Ponderada Geograficamente
Capítulo 13Análise Multinível Espacial
Capítulo 14Modelos de Painel de Dados com Dependência Espacial
Capítulo 15Espaço: a Fronteira Final
A página do livro na editora está aqui. Eu vou comprar o meu!

Divulgação UCB


FPM e a estranha distribuição da população dos pequenos municípios brasileiros 2.0

Estou trabalhando em uma versão mais bacana do texto. Eu usei  o teste proposto por McCrary em Manipulation of the running variable in the regression discontinuity design para checar se houve manipulação na população do municípios pequenos no censo de 2010. Os resultados sugerem que isso aconteceu nas 5 primeiras transições de faixa.
Eu também fiz outro histograma  que evidencia a esquisitice. As linhas vermelhas mostram as mudanças de faixa do FPM (dados da I divulgação do Censo 2010):

O grau de civilização do mundo em 1826

A imagem em alta resolução está aqui.

Via Chris Blattman-> Rodrigo Coelho-> Renato Schwambach.  

Dois seminários sensacionais hoje e amanhã

(Eu esqueci divulgar o I encontro de blogueiros de Economia da RP que rolou ontem. Foi mal.)



Café com leite na veia e o desemprego

Eu tenho uma tese para essa aberração e  semelhantes. Elas são só o efeito colateral do baixo desemprego atual. Nos momentos de boom, os mais competentes sobem para ocupações mais exigentes e abrem espaço para menos aptos e novatos na base do setor de serviços. Dada a baixa qualificação da mão-de-obra nacional, o problema fica bem grave. 
(Eu também tenho notado uma queda na qualidade do atendimento dos restaurantes. Mas isso pode ser apenas porque estou ficando um velho ranzinza.)

Pós X ENABER

Além do tradicional (encontrar os amigos, fazer novos e aprender um tanto), tenho alguns pontos a destacar:
  • A seção com os ex-presidentes Cássio Rolim, Eduardo Haddad, Alexandre Rands discutiu o futuro da Ciência Regional e foi sensacional.
  • A grande novidade em relação aos eventos passados foi a  ênfase em estudos intra-urbanos. A quantidade e a qualidade cresceram bastante. A propósito,  todos os artigos do evento estão  aqui.
  • Eu acho que virei o chato de vários seminários. Como eu já disse, uma das virtudes do evento é reunir as várias gerações. Bacana ver a garotada motivada usando todos os recursos da econometria. Contudo, para a minha tristeza (e, provavelmente, do Carlos Cinelli) continua havendo confusão entre significância substantiva e estatística. Na caça por asteriscos nos resultados de regressão, o pesquisadores esquecem de perguntar aos dados: "E então? Qual o tamanho do efeito?" Você pode ter uma alta significância estatística e a substantiva ser baixa (e vice-versa). Eu, chatão, tive que questionar isso mais de uma vez nas apresentações.
Por fim, parabenizo a organização local. Raul Silveira Neto, Tatiane Menezes e os demais organizadores foram ótimos. 
Até Foz do Iguaçu 2013!

Immigration and the origins of regional inequality: Government-sponsored European migration to southern Brazil before World War I

O paper com o Irineu finalmente saiu.
Uma versão em português será publicada em livro.

Blog do Joaquim Guilhoto

A referência para a insumo-produto, CGE e esses temas tem o seu próprio blog.
Ele apresentou na Enaber um trabalho super bacana para historiadores econômicos: uma matriz insumo-produto estadual para o Brasil de 1959!

Painel Espacial no R

O Gianfranco Piras, um dos autores da biblioteca do splm, está aqui na Enaber. A biblioteca faz painel, painel espacial, cozinha, passa e faz café. O Rogério Boueri usou o splm em um artigo em andamento no qual Lucas Mation e eu somos coautores.  O treco funciona mesmo. Estou ensaiando para dizer "Grazie mille!" para o Piras.
Falando em R: o C Shikida - aquele que não acredita em divisão do trabalho- manda um link para algo muito bacana mesmo: gráficos no R com cara de XKCD (ou Economist ou até os horrorosos do excel 2003).

Dicas para apresentações no Powerpoint

Estou no X Enaber. É um encontro que eu gosto muito, porque reúne os pesquisadores mais antigos com as novíssimas gerações (além de ser uma ótima oportunidade de reencontrar os amigos da área).
Infelizmente, mesmo entre os novos pesquisadores, eu sigo encontrando os mesmos erros do passado nas apresentações.  (Neste exato instante, o apresentador está lendo um slide com 27 (sic) linhas de texto )
Aproveito, então, para repetir o meus post com dicas de apresentação:

  • Não use os recursos dos PowerPoint. Eles foram criados apenas para que os embromadores ocultassem o vazio com palhaçadas. Nunca use som ou os efeitos de animação divertidos.
  • O PowerPoint induz que a sua apresentação seja feita em itens e subitens. Ou seja, você vai ter item 2, por exemplo, “Fonte dos Dados”, e dentro dele o item 2.1 “A Aplicação do Questionário”. Não vá além de dois níveis. Se você começar a ter na sua apresentação coisas como item 2.8.3.2, tenha certeza que o seu público olhará incessantemente para o relógio. O ideal mesmo seria fugir da estrutura de itens e contar uma estória. Uma estrutura linear de apresentação prende mais a atenção e é mais facilmente lembrada. Mas uma estrutura em itens também não é fim do mundo. O importante é ter uma estrutura.
  • Você, que não é um gênio do design, deve copiar as mulheres espertas e optar pelo pretinho básico das apresentações. Um fundo simples, monocromático ou quase, e fontes de uma ou no máximo duas cores de letras. Sempre com muito contraste. Na tela do teu computador pode ficar bonito, mas as cores do projetor e a iluminação ambiente podem transformar a tua apresentação em um involuntário e indesejável teste de visão.
  • Se você quiser mesmo usar estilos mais coloridos, eu rogo que você não use os tão batidos que acompanham o Powerpoint. Como poucos são minimamente aceitáveis, as pessoas acabam escolhendo os mesmos.
  • Use a Regra 10-20-30 de Guy Kawasaki. Isto é, 10 slides, para serem apresentados em 20 minutos e com fonte de tamanho 30. Esse tamanho não é apenas para facilitar a vida dos míopes. Serve também para te forçar a sintetizar a tua mensagem. Achou o tamanho 30 muito rígido? Então siga o algoritmo de Kawasaki. Divida por dois a idade do mais velho membro da plateia. Use a fonte desse tamanho. Use a fonte Arial ou qualquer outra sem serifa e não tente entulhar informação. Apenas os principais pontos e – pelaamordedeus- não leia os slides para a plateia. Elas são alfabetizadas e vão se entediar até a morte se você ficar lendo em voz alta.
  • Nunca coloque aquelas tabelas entulhadas com resultados estatísticos ou testes adicionais. ( Se quiser, coloque alguns slides extras ao fim da tua apresentação com as informações de suporte àquelas perguntas que sempre surgem. Assim, quando pergutarem: “Você testou se as variáveis cointegram?”Você – Bam! - mostra o slide dos resultados dos testes.)
  • Se você está tendo problemas em fazer com que tudo caiba em um slide só, desista. Isso é um sinal de que você deve dividir a informação em dois slides ou que há informação que pode ser omitida.
  • Cuidado com a ortografia. Será fatal para sua reputação a troca de um “s” por “z” em fonte 30 projetada numa parede. Mande a apresentação para outras pessoas verificarem.
  • Tenha back-ups em vários formatos de arquivos e de suportes (pen drive, cd-rom, e tábuas de argila). Datashows explodem, pen drives queimam e você não pode ficar de mãos abanando. Se você for muito cauteloso, imprima umas cópias de handout com uns seis slides por página para distribuir.
  • O Powerpoint tem seus bugs: não só há incompatibilidade entre versões, como também entre apresentações gravadas em máquinas com versões do software em línguas distintas. Especialmente fórmulas e gráficos viajam mal entre versões. Como solução, sugiro que você grave a apresentação também em pdf . O Impress (do pacote do Open Office) também tem problemas de compatibilidade com o Powerpoint, mesmo quando você exporta para este formato de arquivo.
  • Se em algum momento você não tem nada na tela para mostrar, chame atenção para você próprio. Como? Com um slide em branco. Automaticamente, as pessoas acordarão do transe que talvez estejam e ouvirão o que você tem a dizer. Caso você não tenha lembrado de inserir esse slide, basta teclar W (tem que ser o w maiúsculo) para que o slide branco apareça. (Se você teclar B – de Black – a tela fica escura. Isso é útil quando você quer desligar temporariamente a luz no projetor).
  • Se você quiser arriscar mesmo, use o Prezi. Cuidado porque pode dar náuseas na plateia.

Quem são os donos das lanchas em Brasília?

Ontem foi um belo domingo de sol.  Número de lanchas que eu vi ao longo de duas horas no lago Paranoá: zero. Milagres que só uma eleição faz.

Ainda o Qualis 2012

Os comentários aqui e no facebook reduziram a minha ignorância. A comissão afirma que baseou a sua classificação em:
De fato, apesar da minha ótima opinião sobre a Papers in Regional Science, a revista tem baixo impacto.
As revistas  internacionais de fora da área tiveram a sua classificação replicada (com um teto em A2). Pelo que eu entendi isso já acontecia, mas se fazia uma redução de um nível nas revistas não econômicas. Assim, como a tal "América Latina Hoy" é A1 em Ciência Política, virou A2 em Economia.
Aí está o problema. Algumas áreas tiveram "inflação de notas" e distribuíram A1 generosamente. E essa inflação contaminou a classificação da Economia.
Alguns pontos:

  • American Journal of Transplantation (Print) está como A1. Ou existe um campo novo da Economia que eu desconheço ou, pelas próprias regras da comissão, ela deveria ser A2.
  • Eu não verifiquei se a classificação dos artigos internacionais no Qualis segue de fato os dois papers. Contudo,  o meu querido  Journal of Economic History está em 53o. na lista Kodrzycki e Yu. Apesar de haver 95 periódicos como A1 e A2, a revista ganhou B1. Enquanto isso, outros periódicos que ficaram atrás nos indicadores de impacto ganharam A1.

Ainda não está tudo claro para mim, mas comecei a entender os critérios. A tarefa da comissão é ingrata e quase que por definição é impossível agradar a todos. Enfim, quanto mais discutirmos o assunto, melhor (eu espero).

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