Teorias contemporâneas de desenvolvimento econômico

Mansueto dá uma ótima panorâmica. Se os alunos do Chris Blattman lessem em português, matariam algumas questões do exame final.
A propósito, aí vai um ótimo post sobre as idéias bem críticas do grande Lant Pritchett em relação aos "randomistas" (ou seja, o pessoal de experimentos aleatórios controlados).

Programa de transferência de renda na Índia

Tomara mesmo que dê certo. Mas vai ser difícil acertar o foco. Afinal, 300 milhões de indianos não tem qualquer documento de identificação. Um brasil e meio de gente. Fico na torcida.
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Tudo o que você queria saber sobre pedágio urbano

... o Renato Morato responde aqui. O trabalho ganhou a terceira colocação no prêmio da Secretaria de Acompanhamento Econômico e é muito informativo. (O Renato, por coincidência, foi meu (ótimo) aluno de Finanças Públicas na graduação da UCB neste semestre). Sugiro ver também os demais premiados.
A introdução do pedágio urbano está no topo da minha lista de mudanças-institucionais-favoritas-que-gerariam-ganhos-de-bem-estar-que-só-não-entram-em-vigor-porque-o-eleitor-não-entende-de-economia. Trata-se de uma lista beeeem longa.

Desafios Federativos: Mecanismos para Solução de Controvérsias

O seminário começa agora no IPEA-BSB e tem transmissão pela Internet. A sessão com Fernando Rezende, Rogério Boueri e Gilmar Mendes começa às 10:00. 

Kuznets e Friedman juntos

Friedman na casa dos vinte anos, Kuznets na dos trinta estudaram cinco ocupações liberais no EUA. O trabalho virou a tese do doutorado do Milton e foi lá que surgiu a ideia de renda permanente. Tem até um capítulo sobre o prêmio locacional

Cerveja e instituições ruins

A Economist me conta que a cerveja da Coréia do Norte é melhor do que a da Coréia do Sul. Como pode? A cerveja de Pyongyang tem até comercial!  Isso me pareceu muito estranho, mas me lembrei da Tsintao chinesa, a Paceña boliviana e que as cervejarias estão bombando na África sub-sahariana.
Ao que parece, a cerveja é um sucesso nos lugares com instituições ruins. Por que?
Hipótese que nunca vou testar: quando a água é contaminada, a cerveja faz bem para a saúde. Logo:
Instituições ruins → água ruim →  mercado para cerveja →  cervejarias locais se desenvolvem.
(Vinho, por outro lado, parece precisar de instituições melhores. Talvez o  longo processo de produção exija direitos de propriedade mais seguros.)

Responsabilidade fiscal

Desde a Magna Carta as coisas melhoraram. O mapa super bacana (via Alexandre Rocha) mostra como aumentou o número de países com leis de responsabilidade fiscal nas última décadas.
Claro que a "criatividade" dos nossos governantes é grande e, conforme mostra o Mansueto,  tudo ainda é bem opaco e esquisito. Mas, um dia, chegamos lá.
Atualizando: Oba! Boas novas vindas do TCU! (Via Alexandre Rocha).

Explica essa, Acemoglu!

O primeiro Dia de Ação de Graças foi comemorado um pouco antes da hora. Dos 35 colonos ingleses, 31 estavam mortos um ano depois.
Em termos mais gerais, 80% das sete mil colonos que chegaram à Virgínia entre 1607 e 1624 bateram as botas no primeiro ano de América.
Fonte: Mann, Charles. 1493: Uncovering the New World Columbus Created.

Feliz aniversário, BBC!

90 anos. Sua história é a prova de que a humanidade pode dar certo. Mesmo sem contar os momentos em que a BBC foi essencial para  o século XX, é impressionante ver uma empresa pública em que os políticos e  celebridades apanham e os assuntos mais esotéricos podem ser discutidos.



Diversos (só saudosistas)

Eu comprei um Casio F91W que me deixou assim. Então lá vai:

XVII Prêmio Tesouro Nacional - 2012

Parabéns aos ganhadores! Em especial aos colegas do IPEA: Fernando Gaiger, Bernando Schettini, Rodrigo Orair, Marcelo Medeiros e Pedro Herculano que levaram prêmios em várias categorias.
(Os trabalhos já estão disponíveis para download).

Atualização: o Manoel Carlos Pires (cedido ao MF) também é do Ipea. Foi o Bruno Cruz quem me avisou. Valeu.

Um grande filme sobre a crise de 2008 nos EUA

The Queen of Versailles conta a história da família que construía a maior casa dos EUA. Em 2007. Dá para imaginar o que acontece. É quase uma fábula. Vocês sabem como assistir o filme, ? PS. A propósito, que grande porcaria é Argo!

Finanças públicas brasileiras

Ainda os racistas brasileiros

O Thales, da novíssima geração de historiadores econômicos, dedica o capítulo 4 da sua dissertação às origens intelectuais do racismo brazuca.
Só li esse capítulo e gostei muito, mas dei uma olhada nos anexos com os dados de mortalidade do RJ no XIX e o teste econométrico do efeito Mills-Reincke. Parece super interessante.  

O perfil do PB na Piauí

Em versão aberta. Consegue ser até mais bacana do que post do Drunkeynesian sugere. 
 (Obrigado ao Bernardo Furtado pelo envio do link. E, a propósito, parabéns pela mais recente publicação! )

Qual é a nossa mancada?

OK, todo mundo gostou do post sobre o Caio Prado Jr. Gracias.
Agora, a pergunta é: o que as próximas gerações vão  reprovar do pensamento atual? Afinal, não é possível que estejamos certos em tudo e todas as barbaridades tenham ficado no passado.
Santo Dawkins  escreveu no God Delusion que a  mancada atual está em não respeitar os direitos dos animais. Eu, que só não como foie gras por restrição orçamentária, acho que discordo. (Admito que eu não comeria bife de chimpanzé, mesmo se fosse delicioso. Panda, talvez)
E então? Alguma sugestão?

Monteiro Lobato, racismo e o Caio Prado Jr.

Eu sinceramente não sei se crianças de hoje devem ler o Monteiro Lobato. Eu o achava chato para diabos e nunca li.
Basta ler qualquer coisa produzida no começo do século XX para esbarrar em eugenia e racismo. O Veblen, que tanta bola dentro deu, tem capítulos e mais capítulos estranhíssimos sobre as raças. No Brasil, os trechos do Gilberto Freyre enchendo a bola da Ku Klux Klan são um exemplo mais radical.
O Caio Prado Jr., comunista literalmente* de carteirinha, deu umas escorregadas tardias (1942). Falando da colonização do Brasil:
"Conservará um acentuado caráter mercantil; será a empresa do colono branco, que reúne à natureza, pródiga em recursos aproveitáveis para a produção de gêneros de grande valor comercial, o trabalho recrutado entre raças inferiores que domina: indígenas ou negros africanos importados. (Formação do Brasil Contemporâneo - grifos meus)
 Ele também falava da "cultura inferior" dos índios:
“O índio brasileiro, saindo de uma civilização muito primitiva, não podia se adaptar com a necessária rapidez ao sistema e padrões de uma cultura tão superior à sua, como era aquela que lhe traziam os brancos”. (Formação do Brasil Contemporâneo- grifos meus)
Como eu sabia que o Caio Prado Jr. cometeu outros deslizes, além dos que eu tinha no meu fichamento, dei uma googlada e caí nesse texto com citações bem piores (grifos meus):
"É verdade que Caio Prado atribui em boa parte o aviltamento e degradação de índios e negros no Brasil sobretudo à escravidão, denunciando pois o racismo da sociedade colonial – no que faria escola –, mas é inegável que seu marxismo convive com a “raciologia científica” típica do século XIX. Não pode ser outra a conclusão sobre Caio Prado ao lermos seu juízo de que a escravidão “incorporou à colônia, ainda em seus primeiros instantes, e em proporções esmagadoras, um contingente estranho e heterogêneo de raças que beiravam ainda o estado de barbárie, e que no contato com a cultura superior de seus dominadores, se abastardaram por completo”. Caio Prado é reiterativo: índios e negros eram povos “de nível cultural ínfimo”... acrescentando adiante que a contribuição do escravo preto ou índio para a formação brasileira é, além daquela energia motriz, quase nula. "
Reitero: eu sei lá se as crianças devem ler o Monteiro Lobato, se os livros devem ser retirados das escolas ou se basta uma nota explicativa. Eu só quis lembrar que na hora de julgar um autor não custa olhar o ambiente intelectual da época. No começo do século XX, o Lobato não estava sozinho. Racismo era mato. E atingia até os "progressistas".


*"literalmente" aqui está sendo usado no sentido literal. Literalmente.


Links diversos (só links bacanas mesmo)


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  • Eu não disse que só teria links bacanas?

Coisas que eu aprendi na semana passada e esqueci de contar

Eu sou eu e minhas bactérias: o número de bactérias no meu corpo é 10 vezes maior do que o número de células humanas.
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