Hausmann, economistas e dentistas

Tem uma frase do Keynes muito boa, aquela usada pelo Drunkeynesian como lema no blog:
 "If economists could manage to get themselves thought of as humble, competent people on a level with dentists, that would be splendid." 
Os dentistas eram arrancadores de dentes na época do Keynes. Gente que agia só no momento de crise para diminuir a dor, mesmo que as custas de um ou dois molares.
Eu concordo com a frase do Keynes. Economistas devem ser como dentistas, mas dentistas contemporâneos. Ou seja, o cara que diz: "escove os dentes depois das refeições", "use flúor e fio dental",  "não coma tanto açúcar" e outros conselhos que descumprimos religiosamente. Ou então que aja como o ortodontista que vai, aos poucos, corrigindo uma ou outra distorção.
O Haussman escreve aqui que os economistas deveriam agir como o autocomplete do google, ou como um cérebro,  antecipando os próximos passos. A experiência internacional acumulada apontaria o caminho a seguir na próxima fase do desenvolvimento econômico.
Enfim, eu nem critico a visão "ferroviária" do desenvolvimento implícita na proposição do Hausmann. Eu critico sua ambição. Eu prefiro algo mais modesto, na linha de bom dentista-economista: "prefira rules à discretion", "elimine as distorções alocativas", "combata a inflação" e assim por diante.

International Conference on Finance, Banking and Regulation - Prorrogação do prazo

Aviso: meus colegas da UCB que organizam o evento prorrogaram para 10 de Fevereiro o prazo para submissão de papers. A propósito, artigos em português também serão aceitos.
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