Aqui. Tem formação interdisciplinar, experiência administrativa e ocupa uma função socialmente relevante.
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30/05/2012
Determinismos
Pode ser só um problema meu, mas estou meio saturado da discussão geografia X instituições. Eu adorava esse debate, mas agora acho que lembra a briga nature X nurture em escala ampliada. Estou tão de saco cheio que nem encarei a resenha do Jared Diamond sobre Acemoglu e Robinson.
Ando com mais vontade de reler o sensacional texto do Douglass North de 1959 do que ler os últimos livros sobre o assunto.
Na verdade, o que eu tenho que fazer não é ler nada disso. Tenho é que correr com o meu paper para a ENABER.
Ando com mais vontade de reler o sensacional texto do Douglass North de 1959 do que ler os últimos livros sobre o assunto.
Na verdade, o que eu tenho que fazer não é ler nada disso. Tenho é que correr com o meu paper para a ENABER.
29/05/2012
Cuba, mais uma vez
Felipe Garcia Ribeiro, Thomas Kang e Guilherme Stein voltam à questão do outro mundo possível de Cuba (sem revolução) aplicando uma técnica que eu desconhecia: synthetic control. Para variar, fico devendo os merecidos comentários ao artigo.
O meu outro post recente sobre Cuba está aqui.
* O blog do Thomas está cada vez melhor!
O meu outro post recente sobre Cuba está aqui.
* O blog do Thomas está cada vez melhor!
27/05/2012
Diversos
- Todo mundo já viu, mas eu repito aqui: custos de transporte no Império Romano;
- Mais uma resenha positiva de Living Standards... ;
- Para quem gosta dos podcasts da BBC: o More or Less (Tim Harford ) está cada vez melhor e um debate sobre Game Theory;
- Carolina Dieckmann e a evolução.
26/05/2012
Gintis e Sandel
Eu curti muito as aulas on-line do Michael Sandel, mas não li seu livro novo. O Herbert Gintis - que está longe de ser ortodoxo - leu e não gostou. Vejam o tamanho da pancada:
"Sandel’s lack of economic sophistication also leads him to misrepresent a key issue in contemporary economic policy: the role of corruption in economic efficiency and growth. According to Sandel, corruption is a purely moral issue: “corruption . . . . points to the degrading effect of market valuation and exchange.” In fact, corruption is a major impediment to economic growth in both developing and developed economies, as stressed by economists Daron Acemoglu and James Robinson in their new book Why Nations Fail. This second error is far more serious than the first. By focusing on the marketability of particular things, Sandel misses the larger effect of an economy regulated by markets on the evolution of social morality. Movements for religious and lifestyle tolerance, gender equality, and democracy have flourished and triumphed in societies governed by market exchange, and nowhere else." (grifos, sublinhados e tudo mais são meus).
25/05/2012
Quando proteger a indústria?
- Quando a indústria for nascente, porque ela é nascente.
- Quando a indústria for madura. Pois é preciso preservar os empregos;
- Quando a indústria for decadente. E deixar que se perca tamanho know-how acumulado no setor?
- Quando os termos de troca forem desfavoráreis. Afinal, só com a indústria fugiremos da tendência secular da deterioração dos termos de troca;
- Quando os termos de troca forem favoráveis. Ora, é preciso combater a doença holandesa e, além disso, a maré pode virar;
- Se o desemprego estiver alto, devido ao efeito multiplicador da atividade manufatureira;
- Se o desemprego estiver baixo, para reduzir os custos e a pressão sobre a inflação;
- Se der praia no final de semana;
- Se não der praia.
- Quando a indústria for madura. Pois é preciso preservar os empregos;
- Quando a indústria for decadente. E deixar que se perca tamanho know-how acumulado no setor?
- Quando os termos de troca forem desfavoráreis. Afinal, só com a indústria fugiremos da tendência secular da deterioração dos termos de troca;
- Quando os termos de troca forem favoráveis. Ora, é preciso combater a doença holandesa e, além disso, a maré pode virar;
- Se o desemprego estiver alto, devido ao efeito multiplicador da atividade manufatureira;
- Se o desemprego estiver baixo, para reduzir os custos e a pressão sobre a inflação;
- Se der praia no final de semana;
- Se não der praia.
20/05/2012
O grande Fishlow e o futuro do Brasil
Ele está otimista! Um texto bem interessante; um contraponto à nova maré pessimismo (via @drunkeynesian)
Na verdade, no longo prazo, o melhor aluno do Gerschenkron diz que o Brasil tem futuro apenas se for feita a reforma da previdência e se o petróleo não for gasto em besteira. Eu pergunto: quais são as chances realistas disso acontecer?
Na verdade, no longo prazo, o melhor aluno do Gerschenkron diz que o Brasil tem futuro apenas se for feita a reforma da previdência e se o petróleo não for gasto em besteira. Eu pergunto: quais são as chances realistas disso acontecer?
"Capitalism with Chinese Characteristics" Yasheng Huang
O livro desfaz tudo aquilo que eu achava que sabia sobre a China. Ele é resultado de uma pesquisa profundo nos dados e documentos. Ao que parece, os ocidentais entenderam tudo errado. Se o autor estiver certo:
O autor destrói a visão de que o estado chinês foi exemplar na condução da transição para o capitalismo. O que deu certo aconteceu apesar da atuação do Estado. Portanto, as supostas lições chinesas são mais do que questionáveis. Enfim, mesmo que o livro tenha lá seus exageros, ele é obrigatório para qualquer um interessado sobre a China.
- O capitalismo chinês nasce no campo, nos anos 80, de baixo para cima, nas províncias mais pobres. Tudo indica que esse crescimento foi o maior responsável pelos avanços sociais dos mais pobres;
- Nos anos 90, há um retrocesso deliberado na liberalização. O privilégio passa a ser para as empresas estatais e para o capital estrangeiro e o desenvolvimento nas áreas rurais é reprimido. O resultado é o aumento na desigualdade e piora - por vezes absoluta! - nos indicadores sociais;
- Boa parte das TVE (Town and Village Enterprises) eram - ao contrário do Stiglitz e outros acreditaram - empresas privadas;
- Shanghai é o exemplo de tudo que há de errado no capitalismo chinês. Pouco empreendedora, intervencionista e desigual. Ou seja, o exato oposto que muitos visitantes (inclusive eu) observaram.
Algumas críticas:
- O estilo do livro é bem repetitivo. O autor repete os mesmos pontos uma centena de vezes;
- Claro que eu não tenho conhecimento sobre a China para criticar a qualidade dos dados e das análises. Fico só imaginando se ele não está contando uma história que é frequente nos países em rápido desenvolvimento. A partir de certo ponto, a política pública passa a favorecer os setores urbanos mais próximos do Estado e das grandes empresas em detrimento dos demais.
18/05/2012
Será que o Delfim estava certo?
Essa vai para os PNADeiros. O Bolsa Família custa barato: uns 0,5% do PIB e, portanto, uns 1,5% da carga tributária (Tirei o número da mémória. Não tenho certeza se é isso mesmo.). Em 1976, quanto custaria fazer um programa idêntico? Não só o PIB e a carga tributária eram bem menores, como o percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza, bem maior.
Se alguma boa alma usar o tempo de procrastinação para fazer a conta, eu agradeço.
Se alguma boa alma usar o tempo de procrastinação para fazer a conta, eu agradeço.
17/05/2012
Anúncios diversos
- O Programa de Movilidad de Professores e Investigadores de Brasil-España 2012-2013 da Fundação Carolina está no ar. Foi com essa bolsa que eu fiquei três meses na UC3M no começo do ano. A Fundação é bem pouco burocrática e (quase) tudo é feito on-line;
- O Bernardo Furtado - coordenador da área de estudos urbanos do IPEA - precisa de cinco doutores para trabalhar em um projeto sobre as regiões metropolitanas no Brasil. Além das vantagens da bol$a, eu acrescento: o pesquisador não precisa morar em Brasília; e a equipe da área urbana é super boa;
- O prazo da ANPEC 2012 (Porto de Galinhas!) é 20 de Julho.
Fantastic time lapse map of Europe, 1000 - 2005 A.D.
Exatamente o que diz a embalagem! (Via Pedro Herculano)
E você achava que a África era conflituosa, hem?
E você achava que a África era conflituosa, hem?
15/05/2012
Diversos
- O melhor anticoncepcional (assustador)
- Também no site do NYT, um texto bem pessimista do Carlos Pio sobre o Brasil (via Alexandre Rocha);
- Ainda, o tumblr do departamento gráfico do NYT;
- Títulos de filmes imaginários criados pelo Stanley Kubrick. Coisa de gênio;
- Ingmar Bergman dirige um comercial de sabonete. Coisa de maluco.
A defesa do doutorado do Rodrigo Ávila
Acabei de voltar da defesa de tese de doutorado "Ensaios de economia regional: tendências estocásticas e ciclos regionais conjuntos no Brasil - uma análise empírica¨ do Rodrigo Peres de Ávila na UFRGS. O trabalho é super bacana: modelos estruturais, MS-VAR e tudo mais.
Ademais, foi ótimo rever o Rodrigo - aluno da heróica primeira turma de graduação Economia da UFPel e ex-orientando-, o Sabino -orientador-, o Maurício e o Professor Pedro Bandeira- o mestre de todos nós. Pena que tive que voltar para o BSB logo depois.
09/05/2012
Em tempos de JBS-Delta...
Eu já escrevi aqui, mas reforço a recomendação: leiam Capitalismo de Laços do Sérgio Lazzarini.
Atualização! o Gustavo Cortes me avisa que o próprio Lazzarini escreveu sobre o caso Delta. Valeu!
Atualização! o Gustavo Cortes me avisa que o próprio Lazzarini escreveu sobre o caso Delta. Valeu!
08/05/2012
Vida em outros planetas e a política industrial
Eu me lembro da equação de Drake quando penso nas chances da política de picking winners dar certo no Brasil. Tal equação fornece o número de civilizações de ETs que podem entrar em contato com a gente. (O Carl Sagan a apresenta aqui.). A lógica é começar com o número de estrelas do Universo e então multiplicar pela fração que tem planetas, em seguida pela parcela das que tem planetas em que a vida pode surgir e assim por diante. O resultado depende de uns bons chutes, mas é um número muito pequeno.
Eu reconheço que existe a possibilidade teórica da política industrial de picking winners dar certo. Contudo, temos que multiplicar o número de empresas que - em tese - poderiam gerar benefícios para o país pelos seguintes termos:
A possível compra da Delta pela JBS só me deixa ainda mais cético. Pelo visto, a equação de Drake Industrial deve resultar em um valor bem perto de zero.
Eu reconheço que existe a possibilidade teórica da política industrial de picking winners dar certo. Contudo, temos que multiplicar o número de empresas que - em tese - poderiam gerar benefícios para o país pelos seguintes termos:
- Probabilidade de o setor público ter identificado corretamente o potencial vencedor;
- Probabilidade de a empresa ser -de fato- a escolhida. (Muita coisa estranha pode acontecer entre o passo 1 e 2);
- Probabilidade de os incentivos serem bem desenhados;
- Probabilidade de os incentivos serem bem implementados;
- Tudo mais tando certo, há que se considerar a probabilidade de nenhum lobby alterar os passos 1-4 durante a execução da política industrial.
A possível compra da Delta pela JBS só me deixa ainda mais cético. Pelo visto, a equação de Drake Industrial deve resultar em um valor bem perto de zero.
03/05/2012
Eventos
- 11th International Workshop ''Spatial Econometrics and Statistics'', 15 e 16 de novembro. O evento é super legal e Avignon vale uma missa;
- O X encontro da ENABER. A turma toda lá no Recife em outubro;
- Not least, VI World Conference Spatial Econometrics Association - julho 11-13 em Salvador.
02/05/2012
Diversos links tristes
- O filme do Jerry Lewis sobre o Holocausto;
- Os norte-coreanos são uns 4 cm mais baixos que os sul coreanos. Um pouco mais do horror norte-coreano. Aproveite e leia o clássico do Christopher Hitchens.
- Arquitetura brutalista.
- Arte em uma favela paulista.
- Agora, para cortar os pulsos mesmo basta ouvir isso:
De um jeito estranho é até mais deprimente que a versão original.
Do Chinese Factory Workers Dream of iPads?
Ótimo título, ótimo texto:
Eu tenho uma métrica para avaliar os países. Quanto mais parecido com uma Holanda com praia o país for, melhor. Ou seja, o negócio é democracia liberal + capitalismo + welfare + tolerância + sol.
Mesmo que a tal "voz dos chineses" (ou brasileiros ou qualquer outro povo) digam que está tudo bem, eu - autoritário como sempre - digo que não está. E fico um pouco incomodado (Não muito. Apenas o suficiente para satisfazer a imagem falsa que tenho de mim mesmo) com o fato do sujeito que montou o meu iPad viver sem liberdades civis e proteção social.
We must be peculiarly self-obsessed to imagine we have the power to drive tens of millions of people on the other side of the world to migrate and suffer in terrible ways. China produces goods for markets all over the world, including for its own consumers, thanks to low costs, a large and educated workforce, and a flexible manufacturing system that responds rapidly to market demands. To imagine that we have willed this universe into being is simply solipsistic. It is also demeaning to the workers. We are not at the center of this story—we are minor players in theirs. By focussing on ourselves and our gadgets, we have reduced the human beings at the other end to invisibility, as tiny and interchangeable as the parts of a mobile phone. Chinese workers are not forced into factories because of our insatiable desire for iPods. They choose to leave their farming villages for the city in order to earn money, to learn new skills, to improve themselves, and to see the world. And they are forever changed by the experience. In the latest debate over factory conditions, what’s been missing are the voices of the workers.A revolução industrial chinesa gerou o maior ganho de bem-estar da história humana. O meu espírito do contra lembra, contudo, que só porque o trabalhador diz que está tudo bem, não quer dizer que está, de fato, tudo bem.
Eu tenho uma métrica para avaliar os países. Quanto mais parecido com uma Holanda com praia o país for, melhor. Ou seja, o negócio é democracia liberal + capitalismo + welfare + tolerância + sol.
Mesmo que a tal "voz dos chineses" (ou brasileiros ou qualquer outro povo) digam que está tudo bem, eu - autoritário como sempre - digo que não está. E fico um pouco incomodado (Não muito. Apenas o suficiente para satisfazer a imagem falsa que tenho de mim mesmo) com o fato do sujeito que montou o meu iPad viver sem liberdades civis e proteção social.
01/05/2012
A importância das galinhas
"... chickens appeared in the Mediterranean world sometime in the middle of the last millennium BC. Quick to breed and relatively easy to maintain, they provided eggs and a source of conveniently small quantities of meat—an important attribute in a world without refrigeration. The same is true in much of Africa today, where you will often see roadside signs advertising “live chickens” for sale."
O livro parece muito bom mesmo.
O livro parece muito bom mesmo.
Aprenda R
Tive sorte de ser apresentado ao R, faz uns sete anos, na aula do Serge Rey na SDSU. Depois de muitos anos emburrecendo com o E-views, foi difícil reaprender a escrever código. (Quando moleque, eu passava os domingos de sol no RJ digitando e alterando os programas que vinham nas revistas de informática para o TK-85 . Não jogava bola, nem ia à praia. Não quero falar sobre isso).
Voltando ao assunto, vejam o sucesso do R frente aos outros softwares estatísticos e econométricos. Você, jovem pesquisador, aprenda a usar o R (e instale o R studio para facilitar tudo)!
Voltando ao assunto, vejam o sucesso do R frente aos outros softwares estatísticos e econométricos. Você, jovem pesquisador, aprenda a usar o R (e instale o R studio para facilitar tudo)!