Caros 17,5 milhões de leitores, o blog ficará alguns meses sem posts novos. Muitos prazos estão se aproximando em velocidade assustadora e preciso de umas duas horas extras por dia nos próximos meses. Optei por uma abstinência temporária: sem blogs, Facebook ou Twitter. Ficarei só com o e-mail. Depois me contem o que aconteceu. Grato e até mais!
Páginas
▼
29/01/2012
26/01/2012
A falta de domésticas
"The future is already here — it's just not very evenly distributed", disse o William Gibson. A implicação lógica dessa afirmação é que o passado também está entre nós. As donas de casa que reclamam da falta de domésticas no Brasil ecoam as reclamações de suas semelhantes na Inglaterra do começo do século XX? (O link é de dezembro, mas eu deixei passar.)
24/01/2012
Vocativos
O Dom Quixote começa com "Desocupado leitor,...". Eu já pensei em escrever no blog " Caro colega procrastinador,... ". Já a McCloskey escreve "... oh materialist economist" em Bourgeois Dignity: Why Economics Can't Explain the Modern World. Como eu gosto de dizer que ¨cultura não importa", tomei o vocativo como pessoal. Agora sou obrigado a terminar o livro. (A propósito, eu confesso que abandonei seu livro anterior "The Bourgeois Virtues". Muito bem escrito e erudito, como sempre, mas muito chato mesmo.)
23/01/2012
"Tudo na vida são economias de escala ou custos de transporte"
Diz o velho ditado.
Another critical advantage for Apple was that China provided engineers at a scale the United States could not match. Apple’s executives had estimated that about 8,700 industrial engineers were needed to oversee and guide the 200,000 assembly-line workers eventually involved in manufacturing iPhones. The company’s analysts had forecast it would take as long as nine months to find that many qualified engineers in the United States. In China, it took 15 daysMais aqui.
19/01/2012
The Pursuit of Italy: A History of a Land, Its Regions, and Their Peoples - Gilmour, David
Todo país deveria ter um livro assim: um estrangeiro conta para outros estrangeiros como um país se fez. Além disso, ele trata da base histórica para todo o debate Norte-sul e a Terceira Itália e discute a visão que os italianos têm do país e o país real. O contraste da formação da Itália e o Brasil é chocante. Em 1860, apenas 1 em 40 "italianos" falavam a língua e na Sicília havia quem pensasse que os gritos de "Viva L'Italia" se comemoravam uma certa rainha La Talia. Recomendado para quem tem interesse : 1) na história e cultura italianas (uma ótima seção sobre Verdi); 2) desigualdade regional e afins (é um bom complemento ao Putnam "Making Democracy Work").
Não é um livro acadêmico e está cheio de estórias boas. Os trechos mais tragicômicos do livro tratam das façanhas militares italianas. Salvo o Garibaldi, os demais comandantes eram uma piada. O destaque vai para Carlo Pellion, o conde de Persano, comandante da Marinha. Ele conseguiu encalhar- sem explicação- dois navios no espaço de dois anos, sendo que um levava a família real. Contra os austríacos, em 1866, ele ficava embromando, dando desculpas e não saía do porto. Ah, era tão afeito ao mar que nem nadar sabia. Enfim, era o Francesco Schettino da época.
Não é um livro acadêmico e está cheio de estórias boas. Os trechos mais tragicômicos do livro tratam das façanhas militares italianas. Salvo o Garibaldi, os demais comandantes eram uma piada. O destaque vai para Carlo Pellion, o conde de Persano, comandante da Marinha. Ele conseguiu encalhar- sem explicação- dois navios no espaço de dois anos, sendo que um levava a família real. Contra os austríacos, em 1866, ele ficava embromando, dando desculpas e não saía do porto. Ah, era tão afeito ao mar que nem nadar sabia. Enfim, era o Francesco Schettino da época.
18/01/2012
17/01/2012
Parodiando a Joan Robinson...
...., eu digo: "...só tem uma coisa pior do que ser sorteado na loteria de commodites: não ter sido sorteado."
16/01/2012
Exclaves/enclaves
Imagino que os exclaves gerem bugs imensos nos algoritmos de análise e econometria espacial. Eu mesmo já tive problemas com um dos três exclaves municipais brasileiros.
Se os exclaves subnacionais são só aporrinhação, os internacionais são bem interessantes e têm histórias para contar. Além disso, são ótimos para experimentos naturais que discutam espaço X instituições formais. Vejam o caso da cidade espanhola de Llívia, por exemplo, cercada de França por todos os lados. Ou que tal o fantástico enclave de terceira ordem (um pedaço da Índia, dentro de Bangladesh, dentro da Índia, dentro de Bangladesh) ?
Mais sobre exclaves: aqui, aqui, artigo acadêmico (belo primeiro parágrafo, a propósito).
(Pronto. Arrumei um objetivo na vida: visitar todos os enclaves/exclasses desse mundo. Ainda não tenho roteiro, nem cronograma. Só sei que o último lugar será o quarto 212 do Hotel Claridges de Londres. Por um dia, em 1945, o quarto virou território iugoslavo.)
Se os exclaves subnacionais são só aporrinhação, os internacionais são bem interessantes e têm histórias para contar. Além disso, são ótimos para experimentos naturais que discutam espaço X instituições formais. Vejam o caso da cidade espanhola de Llívia, por exemplo, cercada de França por todos os lados. Ou que tal o fantástico enclave de terceira ordem (um pedaço da Índia, dentro de Bangladesh, dentro da Índia, dentro de Bangladesh) ?
Mais sobre exclaves: aqui, aqui, artigo acadêmico (belo primeiro parágrafo, a propósito).
(Pronto. Arrumei um objetivo na vida: visitar todos os enclaves/exclasses desse mundo. Ainda não tenho roteiro, nem cronograma. Só sei que o último lugar será o quarto 212 do Hotel Claridges de Londres. Por um dia, em 1945, o quarto virou território iugoslavo.)
15/01/2012
14/01/2012
Historiadores de todo o mundo, descansai: o Nassif descobriu a causa da revolução industrial
Eu juro que estava aqui quieto no meu canto, fazendo as minhas coisas e tentando ficar focado no trabalho. Porém, o Thales (nos comentários) me avisou que o Nassif respondeu a pergunta fundamental da história econômica:"Por que a Inglaterra?" Adivinhem?
"...a chama que incendiou o imaginário do país, abriu espaço para o florescimento de manufatu6ras sem fim e, depois, criou o clima adequado para as demais reformas foi o câmbio desvalorizado, barateando os produtos ingleses em relação aos concorrentes."Só lembrando, ele já atribuiu o sucesso da Coréia do Sul ao contrabando e a industrialização brasileira ao rádio (porque levantou a moral da nação).
12/01/2012
"Thinking fast and slow" de Daniel Kahneman
Até a primeira metade do livro (ou seria o primeiro terço? Em e-books é difícil saber essas coisas), eu estava desanimado. O conteúdo soava com o do ótimo Irrationality, também um livro de divulgação, que o mestre Duílio me presenteou mais de 10 anos atrás. Thinking, Fast and Slow parecia trazer muito pouco de novo, a vantagem é que as histórias são contadas por um dos gigantes dessa linha de pesquisa. Porém, a partir de certo momento o livro engrena e fica muito mais interessante, especialmente quando trata do comportamento e das "irracionalidades" nas organizações.
Recomendo para todas as idades, leitores e formações.
Recomendo para todas as idades, leitores e formações.
Discriminação de preços no rodízio
Angélica Grill (São Paulo) dá 50% de desconto para quem passou por operação de redução de estômago. O engraçado é que eles chamam isso de "Responsabilidade Social".
(Via Prosa Econômica)
(Via Prosa Econômica)
11/01/2012
Emancipações municipais no Brasil 1872-2010
Saiu o estudo do IBGE sobre as emancipações municipais no Brasil entre 1872-2010 (valeu, Bernardo Furtado), ou seja, a maldição dos pesquisadores. Para quem não sabe, o jeito de contornar isso é usar as áreas mínimas comparáveis, desenvolvidas pelo Eustáquio Reis e equipe.
Ainda sobre o assunto:
Ainda sobre o assunto:
- Quer entender o porquê da criação de municípios pós-1988? Leia o trabalho do Shikida;
- O José Eli da Veiga sacou e agora muita gente já sabe: desconfie muito dos dados de urbanização brazucas. O critério oficial é muito estranho. Conforme se criam municípios, a população dita "urbana" cresce, mesmo que nada mude.
Haiti
Sou filho de imigrante boliviano* e admiro a coragem de quem se arrisca em terras desconhecidas. Mesmo se não o fosse, eu continuaria sendo a favor de fronteiras abertas. No caso do Haiti, não é só um caso de lógica econômica. É uma questão humanitária.
- O Flávio Comim escreve aqui:
- O pessoal do Center of Global Development tem uma ampla produção em defesa de fronteiras abertas. Sobre o caso do Haiti, o Clemens escreve aqui.
10/01/2012
Diversos
- Parem as rotativas: construção civil virou tradeable. Quando um hotel de 30 andares pode ser montado em 15 dias, tudo muda;
- Número novo da Cliométrica. Todos os artigos são interessantes, com direito a textos do Galor (do Galor e Zeira) e do Komlos;
- Número novo do Journal of Geographical System em tributo ao LeSage. Destaque para o texto do Elhorst sobre spatial panels.
- A Economist discute os blogs internacionais no debate sobre a crise: aqui (valeu, João Veloso) e aqui. Belos artigos.
- Número novo da Cliométrica. Todos os artigos são interessantes, com direito a textos do Galor (do Galor e Zeira) e do Komlos;
- Número novo do Journal of Geographical System em tributo ao LeSage. Destaque para o texto do Elhorst sobre spatial panels.
- A Economist discute os blogs internacionais no debate sobre a crise: aqui (valeu, João Veloso) e aqui. Belos artigos.
09/01/2012
Slavoj Zizek, o rei do stand-up
"Existe uma velha piada que diz que o socialismo é a síntese das maiores conquistas da história humana: da sociedades pré-históricas, ele pegou o primitivismo; da Antiguidade, a escravidão; da sociedade medieval, a dominação brutal; do capitalismo, a exploração; e do socialismo, o nome."Aqui para a coletânea das suas piadas. Opa, o link correto é esse (via MR). Ou não.
Irineu propõe um tratamento para a Doença Holandesa
Aqui. O argumento para a relação entre boom e a bolha de imóveis, terra e crédito foi muito bem explicado. Já sobre o tratamento, eu sempre pensei imaginei aqueles que envolvem o Governo aumentando a sua poupança nos períodos de boom exportador, mas ele propõe uma que envolve o redirecionamento das poupanças privadas para ativos no exterior. Vale o debate pela a turma de macro.
Por que você não deve submeter o mesmo artigo para dois journals ao mesmo tempo?
1- É feio;
2- Estória real recente: o artigo foi submetido a uma revista. Seu editor foi solicitado para ser o parecerista do mesmo artigo por outra revista. Seu filme fica queimado geral em ambas. O mercado é pequeno, todos se conhecem e tem memória longa;
3- É feio.
2- Estória real recente: o artigo foi submetido a uma revista. Seu editor foi solicitado para ser o parecerista do mesmo artigo por outra revista. Seu filme fica queimado geral em ambas. O mercado é pequeno, todos se conhecem e tem memória longa;
3- É feio.
06/01/2012
Lembrete gastronômico para mim mesmo
Prato/bebida que só existe em uma região não presta. Se fosse bom, teria sido copiado (mesmo que porcamente).
04/01/2012
A impossibilidade do livre arbítrio
Ufa...não estou sozinho. (A propósito, é curioso que austríacos e católicos compartilhem a crença no livre arbítrio, né não?)
! Link corrigido. Obrigado para os que me avisaram.
! Link corrigido. Obrigado para os que me avisaram.
01/01/2012
Mac e eu
Eu simpatizo mais com o gordinho da propaganda do que com o moderninho. Não sou um sujeito criativo, fashion e nem de bom gosto. Por esses motivos, criei os meus preconceitos contra as coisas da Apple. (Besteira minha, um monte de gente séria que eu admiro muito usa só Mac).
Muitos Thinkpads e uma temporada com Ubuntu depois, comprei um Macbook air, o mais baratinho da turma. O R Studio e o Zotero rodam que é uma beleza. A transição foi moleza e - passado um mês - não tive qualquer problema nos arquivos doc e xlsx. Vamos ver como ele se comporta no futuro.
Muitos Thinkpads e uma temporada com Ubuntu depois, comprei um Macbook air, o mais baratinho da turma. O R Studio e o Zotero rodam que é uma beleza. A transição foi moleza e - passado um mês - não tive qualquer problema nos arquivos doc e xlsx. Vamos ver como ele se comporta no futuro.