Feliz 2014.
(Detalhes aqui.)
Páginas
▼
31/12/2013
24/12/2013
Número novo da Planejamento e Políticas Públicas
Acabou de sair. Vários textos bacanas, mas eu destaco "Testar, Aprender, Adaptar". Trata-se da tradução de uma ótima defesa do uso de experimentos aleatórios controlados nas políticas públicas. O texto original foi feito pela turma ligada ao gabinete do governo britânico. Um dia chegaremos lá!
A propósito, como editor da PPP, eu aproveito para agradecer a todos que submeteram artigos e deram pareceres para a revista em 2013.
A propósito, como editor da PPP, eu aproveito para agradecer a todos que submeteram artigos e deram pareceres para a revista em 2013.
23/12/2013
"Counterfactuals and Causal Inference" por Morgan & Winship
É o meu livro predileto do ano. Ele faz a ponte entre os livros de metodologia e os de estatística baseada em contra-factuais. Eu aprendi muito mais com o livro do que com o (enganosamente) mais acessível Mostly Harmless Econometrics. O livro te ensina a pensar a sério sobre causalidade antes de sair fazendo regressões ou catando variáveis instrumentais. Não entendi tudo na primeira leitura, mas o que entendi já valeu a pena.
Só um alerta: eu comprei a versão em Kindle, mas não a recomendo. Você tem que ficar indo e voltando nos gráficos e isso é um saco em livros digitais.
21/12/2013
Minha mensagem de ano novo aos jovens economistas
Logo ali, em 1988, eu -brizolista à epoca- gastava neurônios, saliva e células hepáticas discutindo o futuro do capitalismo, marx, keynes e o ortodoxos. O Brasil era isolado e parecia que tudo que se precisava saber estava na coleção "Os Economistas". Era feliz, mas o mundo era muito limitado.
Fast forward 25 invernos. Estudar Economia nunca foi tão bacana quanto hoje. Universos de linhas de pesquisa, ferramentas, teorias e bancos de dados estão a apenas um clique. Vamos lá: tem a turma de experimentos naturais, contrafactuais, big data, simulação de todos os jeitos e muito mais. Nos temas, surgiu a economia do futebol, do vinho e até economia do sexo, drogas e rock'n'roll. Nos dados, a abundância é sensacional ; os softwares são gratuitos e só faltam fazer chover. Nunca tanto foi disponível para tantos.
Mas é só sair da Academia e cair no mundo selvagem do facebook, blogs, twitter e colunistas dos jornais que o papo fica super chato. Eles ainda não sairam das velhas polêmicas e continuam achando que existem livros sagrados. Uma turma que lê o Capital, a Teoria Geral, o Caminho da Servidão* ou Formação Econômica do Brasil como verdades reveladas e não como hipóteses.
Science is interesting. Jovens, apliquem a regra dos dois desvios e produzam. A vida é curta. Vocês não tem nada a perder, a não ser a chance de fazer algo bacana.
(* Isso é a novidade do século XXI. Não havia austríacos na década de 80. Muito menos austríacos de miolo mole)
20/12/2013
Divulgação: International Conference on Finance, Banking and Regulation
Os meus colegas da UCB estão organizando a conferência em 2014. O call for papers está aqui.
19/12/2013
Super-heróis que os pesquisadores gostariam de ver
O melhor de todos os super-heróis seria o Bullshit Man. Mas eu tenho algumas sugestões que aliviariam o trabalho BS Man :
- Data trap Man: Ele aparece logo antes de você fazer uma besteira com os dados. Um instante antes de apertar Enter, ele surge e avisa "Ei, o IBGE mudou a classificação dessa atividade em 2004, não dá para usar em série de tempo". Ou, "Psiu, os dados dos estupros na Suécia são incomparáveis com os dados do restante do mundo.";
- Bug Killer Woman. Você está há meia hora lutando para encontrar um erro nas tuas linhas do R. Ela aparece e avisa "Tira esse attach!" e vai embora;
- Basic References Man. Um super-herói que joga um raio mágico que faz com que os debatedores aprendam instantaneamente a literatura básica sobre o tema .(O poder do Woody Allen em Annie Hall já seriam um exagero).
Prêmios de Economia 2013
Os meus colegas de Ipea mandaram ver nos prêmios de Economia deste ano:
- Daniel Cerqueira levou o Prêmio BNDES de tese de doutorado (PUC-RJ) por Causas e Consequências do Crime no Brasil;
- Gabriel Ulyssea ganhou o Haralambos por Essays on the Informal Sector (University of Chicago);
- Por fim (até onde eu sei), o Guilherme Resende, vizinho de andar, levou o menção honrosa no Prêmio do Tesouro Nacional.
Em comum, são trabalhos brilhantes com tremenda análise empírica e que não estão nem aí para as polêmicas ortodoxos versus heterodoxos que povoam facebooks e blogs. (Em breve, farei um post sobre o descompasso entre a produção profissional e o bate-boca internético).
17/12/2013
"Multiplicai-vos e crescei? FPM, emancipação e crescimento econômico municipal' por Mation Boueri e Monasterio
Aí vai texto sobre os efeitos da criação de municípios no Brasil (pdf 8 MB) no livro Brasil em Desenvolvimento 2014.
14/12/2013
Ainda a criação de municípios
É muito importante que o veto presidencial aos PLS 98/2002 seja mantido. Eu passei a semana divulgando (sem muito sucesso) a Nota Técnica sobre criação de municípios. Como a nota é bem pontual, eu recomendo o artigo do Marcos Mendes "Criar novos municípios é prejudicial para o Brasil? " para quem quiser saber mais sobre o tema.
Só para reforçar os pontos principais:
- Os municípios pequenos brasileiros não são nem os que têm a população mais pobre, nem os com prefeituras mais pobres;
- Criar municípios significa transferir recursos dos municípios que já existem para os emancipados e só aumenta a desigualdade regional;
- Se o veto for derrubado, o número de novos municípos pode ser grande. Muito grande.
Ainda sobre o assunto: na terça-feira será divulgado o trabalho ""Multiplicai-vos e crescei? " em que Mation, Boueri e eu estimamos os efeitos das emanicipações pós-1988. Adianto o resultado: não deu muito diferente do estudo de Enlison e Ponczek publicado recentemente na RBE. Ou seja, nem a população emancipada se beneficiou.
05/12/2013
"Criação de Municípios Depois do PLS 98/2002: uma estimativa preliminar"
Título alternativo: "Quando Adolfo, Dilma e eu concordamos". Aqui.
04/12/2013
Cada categoria piora, mas todos melhoram
Coisa simples. Imagine um conjunto de indivíduos. Divida-os por escolaridade. Suponha que cada grupo sofreu perdas salariais ao longo de tempo. É possível que, como um todo, eles tenham ganhos salariais?
Sim. É possível. Basta que a composição dos grupos mude no tempo e compense as perdas por categoria. O indivíduo que estuda tem um aumento de renda, mas puxa para baixo a renda média dos grupo de maior escolaridade. É, no fundo, o paradoxo de Simpson em toda sua graça.
O Café Hayek trata dessa esquisitice para o caso dos EUA. O John Mokyr conta a mesma história na Revolução Industrial Inglesa. As condições de materiais de vida melhoraram no campo e na cidade, mas pioraram como um todo. O motivo é que havia êxodo rural, apesar das condições serem piores na cidade do que no campo.
E no Brasil? Um tanto disso está acontecendo hoje. As médias salariais para os mais educados têm crescido bem pouquinho. Mas isso é o resultado de dois processos: a evolução dos ganhos dos que já estavam nessas classes e a entrada de novos indivíduos. (Adicionalmente, os retornos da educação caem, como esperado). Em breve, não me surpeenderá se a categorias mais educadas tiverem perdas salariais, mesmo que cada indivíduo melhore.
Sim. É possível. Basta que a composição dos grupos mude no tempo e compense as perdas por categoria. O indivíduo que estuda tem um aumento de renda, mas puxa para baixo a renda média dos grupo de maior escolaridade. É, no fundo, o paradoxo de Simpson em toda sua graça.
O Café Hayek trata dessa esquisitice para o caso dos EUA. O John Mokyr conta a mesma história na Revolução Industrial Inglesa. As condições de materiais de vida melhoraram no campo e na cidade, mas pioraram como um todo. O motivo é que havia êxodo rural, apesar das condições serem piores na cidade do que no campo.
E no Brasil? Um tanto disso está acontecendo hoje. As médias salariais para os mais educados têm crescido bem pouquinho. Mas isso é o resultado de dois processos: a evolução dos ganhos dos que já estavam nessas classes e a entrada de novos indivíduos. (Adicionalmente, os retornos da educação caem, como esperado). Em breve, não me surpeenderá se a categorias mais educadas tiverem perdas salariais, mesmo que cada indivíduo melhore.
03/12/2013
Diversos atuais
- Oficina de trabalho no Ipea sobre produtividade no Brasil . Agora! Terça-feira 3/12, o dia inteiro. Está todo mundo lá.
- Pedágio urbano ganha apoio. Que ótimo!
- Marcos Mendes sobre a criação de municípios. (Link para os sem-Valor)
02/12/2013
Previdência social nas grandes regiões
Vejam os resultados do saldo previdenciário (benefício-arrecadação). A Região Sul - surpresa! - recebe uns R$12,5 bilhões por ano (Dados de 2010).
Região
|
Saldo
em milhões
|
Saldo
per capita
|
Centro-Oeste
|
-4508
|
-321
|
Nordeste
|
32643
|
615
|
Norte
|
3015
|
190
|
Sudeste
|
-5668
|
-71
|
Sul
|
12521
|
457
|
Resultados completos em breve em um Texto para Discussão perto de você.