A história recente da América Latina em um gráfico

8 comentários:

Ricardo Agostini Martini disse...

Monastério,

A queda das desigualdades salariais entre as metrópoles e os municípios periféricos também importa muito, sobretudo no caso do Brasil. O Paes de Barros tem um estudo sobre isso.

Abraço

Leo Monasterio disse...

Valeu o comentario.
O legal seria saber se isso aconteceu nos outros paises tb.

Vinicius disse...

Pergunta idiota mesmo: se a renda da classe média, por exemplo, for achatada, esse índice mostraria uma "redução da desigualdade"?

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

aí,Leo: mais uma dica maravilhosa. respondo ao Vinicius: sim, mostraria. estamos falando apenas de "achatamento" e não "redução", não é isto? reduzia o índice(Gini, Theil, Atkinson etc.). e tem mais, se a curva de Lorenz de 2006 não cruzasse a curva do período anterior/2000, concluiríamos que houve aumento generalizado de bem-estar. este é um problema com os índices, mas é uma defesa da argumentação igualitarista.
DdAB

Erik Figueiredo disse...

Olá Leo, Duilio e Vinicius,

Há uma possibilidade da renda da classe média ser achatada e os índices tradicionais não captarem esse movimento.

Imaginem que esse achatamento conduz a um deslocamento da parte inferior da classe média para as camadas mais pobres e da parte superior para as mais ricas. Com isso, a densidade da distribuição se aproximaria de uma bimodal. É possível que isso, preservando a média, não altere o Gini, por exemplo.

Esse é o argumento da literatura relacionada a polarização da renda. Ou seja, é possível que a classe média suma e o Gini nem perceba isso.
Abraços,

Leo Monasterio disse...

Belo papo...
Nao sei se era a preocupacao do Vinicius, mas imagino que o tal achatamento da classe media nao aconteceu de fato no periodo na AL. Nao acham?

Erik Figueiredo disse...

No período em questão acho que não acorreu. Mas temos evidências para a Colômbia e Brasil quando se considera uma horizonte de tempo maior. Principalmente se nele coletarmos informações de antes e de depois da abertura comercial.

O argumento é que a abertura aumenta a demanda por trabalhadores qualificados, aumentando a desigualdade a partir da desigualdade inter grupos. (Os qualificados vão para o topo da distribuição e os não qualificados para baixo, esvaziando o meio).

No longo prazo, esse incentivo faz com que os não qualificados invistam em capital humano migrando para a parte superior da distribuição e deslocando a densidade para a direita.

Arthur disse...

O gráfico não capta parte interessante da dinâmica: o período mais recente.

Seria legal ver como a desigualdade respondeu à crise econômica e se os outros países continuaram acompanhando o Brasil na trajetória de queda da desigualdade.

Quanto ao tal achatamento da classe média que seria uma tendência de longo prazo em algumas economias eu tenho uma conjectura: o achatamento da renda da classe média tradicional nos anos 1980/90 foi fruto da diminuição do peso do setor público na economia e (talvez principalmente) da abertura comercial.

Como o peso do setor público parou de cair e os efeitos da abertura pararam de ser sentidos não creio que isso continue ocorrendo atualmente.

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