Cuba em 1959

A renda per capita era quase o dobro da observada na América Latina, os médicos por mil habitantes e a mortalidade infantil eram comparáveis com os números da Europa Ocidental. Tudo isso antes da revolução.
A fonte é The Road Not Taken: Pre-revolutionary Cuban Living Standards in Comparative Perspective (versão preliminar aqui), no mais recente número do Journal of Economic History.*
Os autores toparam o desafio, muito barra pesada, de estimar o PIB de Cuba na primeira metade do século XX. Em 1925, o país tinha uma renda per capita de  80% da Europa e, em 1955, era comparável com  Argentina, Uruguai e Itália. Atualmente, os autores estimam que o consumo em Cuba é 72% do que era em 1955! 
Enfim, Castro pegou um país que - mesmo após décadas de baixo crescimento- ficava relativamente bem na foto e criou uma catástrofe econômica. 
Um nota: o fato de, mesmo com uma economia disfuncional, Cuba conseguir ótimos indicadores de saúde tem um significado importante. Mostra a incompetência total do restante das Américas em prover o mínimo de saúde pública.
(Meus outros post sobre Cuba estão aqui )

* Aproveite que você está com esse volume do  JEH e veja que tem uma resenha bem positiva de Living Standards in Latin America, o livro com um artigo do Nogueról, Shikida e deste que vos tecla.

Alturas dos gaúchos e brasileiros no século (1889-1984)

Têm umas esquisitices nos dados e não perguntem os detalhes sórdidos. Com sorte, de qualquer modo, eu consigo uma divulgação no O Bairrista.
(Sim, Shikida, vamos voltar à pesquisa para o Brasil todo! Eu sei que estou devendo isso!)

Voltei!

Divulgação

Contra o mercado

O filho do Bruno Cruz, co-editor e mentor do Manual de Regional e Urbana, perguntou ao pai quanto custava o livro. Ao saber que era gratuito, respondeu: "Ih, pai, sei não. De graça, não pode ser boa coisa."
Agora descobrirmos que o livro é encontrado por R$40 no sebo on-line estante virtual. Por favor, não comprem lá. Façam o download do pdf ou peçam que - se possível - o Ipea envia o exemplar impresso para a biblioteca da sua universidade.
(Sim, eu sei que o mercado faria uma melhor distribuição do livro, mas sabecomoé....)

Coase aos 101 anos

Eu comemorei no blog os seus 100 anos. Agora, uma ano mais velho, ele lança um livro sobre a China. Sensacional. (Aqui para um artigo no WSJ ).
Só para lembrar, o Nature of the Firm (1937), talvez o melhor paper que já li na vida, tem mais de 23.000 citações no Google Acadêmico, contra umas 3,5 mil do Methodology of Positive Economics do Friedman. E pensar que em 1932 -  80 anos atrás e com 22 anos!!! - ele já tinha o artigo na cabeça.

Um site que eu queria que existisse...

Tenho lido tanta bobagem ultimamente que eu gostaria que houvesse no Brasil algo como o serviço que o Tim Harford faz no programa More or Less. Ele pega uma afirmação picareta e derruba com uns dois ou três golpes de bom senso e uma olhada na evidência empírica.
O meu site dos sonhos seria assim: alguém colocaria um link para um possível bobagem. Existem muitas. Acreditem. Outros procrastinadores checariam a validade. Teria que ter um mecanismo como reddit ou coisa parecida. O chato é que eu tenho mais de 28 anos e, portanto, não sei como fazer isso.

Uma ajuda com referência....

Por favor, alguém aí fora lembra de um paper em que o autor faz o histograma dos p-values dos papers de Economia e encontra uns picos estranhos logo antes do 5% e 1%? Eu quero recomendar para o Carlos Cinelli (orientando do B Mueller) e não tenho a referência.  Talvez eu tenha sonhado.
A dissertação do Carlos replica  Ziliak e McCloskey para a produção acadêmica brazuca. A propósito, o Carlos é o autor do ótimo blog Análise Real.

Marcelo de Paiva Abreu sobre a conjuntura econômica

O grande historiador econômico e Armando Castelar discutem o novo -quero dizer- velho  protecionismo (video). Destaque para o final (21:00): o exército prussiano e as medidas recentes do governo.
Tecnologia do Blogger.