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Loteria das Commodities, versão sec. XXI

O conceito de loteria das commodities é bem conhecido para quem estuda a história da América Latina. A idéia é que os destinos dos países dependeram muito das características do produto natural exportado: elasticidade-renda e preço, possibilidade de encadeamentos e competição mundial...Exportar bananas ou borracha é bem diferente de café ou carne.
Bem, agora o argumento da sorte volta com o grande "New Economic Geographer" Gordon Hanson (via MR) em Why isn't Mexico Rich? O azar do México teria sido que ele se especializou em bens similares aos da China. Ele escreve:
China’s size, high rate of growth, and increasing outward orientation mean that its emergence is surely changing international prices, improving the terms of trade for countries that produce its importables and deteriorating the terms of trade for countries that produce its exportables. Mexico fits squarely in the latter camp, whereas Argentina, Brazil, Chile, Colombia, and Peru fit in the former.

Delfim e a Cliometria

A leitora Cyrene Santanna O Marcelo Passos* me mandou uma ótima colaboração lembrando que o pai da cliometria brasileira deve ter sido o Delfim Netto na sua tese de Doutorado. Ela Ele reproduziu um trecho jóia da entrevista do Delfim no livro "Conversas com Economistas Brasileiros" :
"Na introdução de sua tese de doutorado ( "O Problema do Café no Brasil", de 1959), o senhor afirma que a aproximação metodológica que lhe parece mais fecunda é a histórica. Como o senhor vê essa abordagem hoje em dia?"

Resposta do ex-czar: " Era uma combinação de história com método quantitativo. Continuo achando que essa é única forma de tentar entender a realidade. Primeiro porque um fato objetivo é extremamente duvidoso, a realidade é a que eu vejo, que tem explicações que não históricas na sua origem. Para entendê-la, provavelmente, é preciso alguma forma de discriminar os fatos, que é quantitativa. Como é que eu sei que o preço influi na demanda de café? Só tem um jeito: pegar o que suspeito que seja a demanda, fazer todas as correções possíveis e comparar com um preço. Que preço? Existem trezentos preços! Aí é que é a arte: como escolho essa quantidade, como escolho esse preço. E depois vejo que esses dois negócios têm uma certa correlação. Eu nem sei se é causa e efeito, o que sei é que estão ligados de uma certa forma, provavelmente tem uma outra variável lá atrás produzindo essa ligação. Não há outra forma de aproximar, não adianta, ficar imaginando."


Obrigado Cyrene, Marcelo.

* O e-mail que eu recebi estava em nome da mãe do Marcelo, Cyrene. Parece que, no domingão familiar, ele usou o computador da mãe e eu acabei me confundindo. Confusão desfeita, eu agradeço também a D. Cyrene porque criou um economista, né? :-)

"Micro e Macro" por Marcelo Passos

Marcelo Passos é um dos caras mais legais que já conheci. Ele é tão economista que seu cachorro se chama Adam Smith; e é também um carioca exilado. Marcelo mandou a seguinte colaboração que resume bem o momento brasileiro:
"Macro e micro

Risco país no fosso, Bolsa na estratosfera, os menores juros reais da
história econômica recente, recuperação da renda dos mais pobres, retomada
sustentável da atividade industrial.

Crescimento, na comparação internacional, ainda baixo. Inflação controlada.
Câmbio real em queda vertiginosa, mas seguindo a tendência internacional.
Nível expressivo de reservas.

Corrupção galopante. Sistema jurídico que garante a impunidade. Inexistência
de marco regulatório para investimentos em infra-estrutura. Burocracia
perversa. Níveis alarmantes de insegurança pública. Bandalheira geral na
política.

Macroeconomia bem. Microeconomia mal.

O Brasil dá certo no atacado.

E no varejo?

O Rio de Janeiro é realmente lindo olhado do Cristo Redentor...

Marcelo Passos"


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