O FPM e a estranha distribuição da população dos pequenos municípios brasileiros.

Aí vai uma nova versão preliminar. Comentários, como sempre, são bem-vindos.

Zotero 3.0 com tutorial

Eu continuo na campanha pelo uso do Zotero 3.0. Tomei coragem e agora estou até usando o plug-in do Word. Um tutorial no youtube (feito pela bolsista Juliana Régis) é uma mão na roda para os primeiros passos. O formato de citação ABNT e suas variantes (inclusive Ipea) já estão disponíveis.
(Agradeço ao Paul Nascimento, Lucas Mation e à Juliana Régis pelas aulas e desenvolvimento)

Caçadores dos asteriscos perdidos

Faz uns meses, eu pedi ajuda com uma referência sobre que eu achava que tinha lido, ou ouvido falar. Ele mostrava uns picos estranhos no histograma dos p-values nos artigos publicados. Ninguém me respondeu.
Agora, o MR indica um paper que faz exatamente isso na área Economia. Fiquei intrigado. Afinal, o paper é novo! Felizmente, ele acrescentou um adendum com o post com o trabalho de 2006 para a Ciência Política.. Enfim, o trabalho existia e não era só delírio meu.

Cliometria é pop!

Eu só assisti hoje a reportagem do Jornal da Globo baseada no paper que o Renato e o Irineu fizeram sobre educação e crescimento no longo prazo em SP. Ficou bacana!
(falando em Cliometria, saiu um Acemoglu et al novo.)

Concurso para professor de séries temporais na UFPel

590 cidades

Os círculos são proporcionais à população. A fonte e os detalhes da elaboração estão no Impure blog.


Diversos


"Inferência Estatística e a Prática Econômica no Brasil" por C. Cinelli

Ontem participei na UnB da banca do Carlos Cinelli, o autor do excelente blog Análise Real. Orientado pelo Bernardo Mueller, o Carlos fez um grande trabalho e eu aprendi um monte lendo a dissertação. Ele replicou Ziliak e McCloskey para o caso da RBE. Ele mostrou que, em geral, os autores brasileiros também confundem significância estatística com econômica, interpretam os p-valores do jeito errado, entre outras escorregadas econométricas.
O trabalho não foi publicado ainda, mas basta ler os posts do blog para pegar o espírito da coisa.

Quando não usar experimentos randomizados

Experimentos e a avaliação de políticas públicas

O gabinete do governo conservador inglês - talvez "direta ou indiretamente estatizados ou cooptados pelo petismo" -  publicou um ótimo documento sobre o uso de experimentos nas políticas públicas voltado ao público não especializado. (via boing boing)
Eu já escrevi sobre isso aqui... Quem sabe um dia chegaremos lá!!!
A propósito, o Irineu me enviou um paper  do Leonardo Bursztyn  e Lucas Coffman recém publicado no Journal of Political Economy: The Schooling Decision: Family Preferences, Intergenerational Conflict, and Moral Hazard in the Brazilian Favelas. Eles fizeram mesmo um experimento aqui no Governo do DF para examinar o programa Bolsa-Escola vida melhor e os conflitos de interesses entre os pais e os filhos. Super bacana.

Quando debater?

Nunca brigue se o adversário estiver a mais de dois desvios de você em qualquer dimensão: conhecimento,  ideologia, inteligência ou porte físico.

Free Willy?

Quando eu era professor de Introdução à Economia, eu gostava de perguntar: "Por que as baleias estão em extinção e as galinhas não?" Aí eu entrava com a história de direitos de propriedade, tragédia dos comuns e coisa e tal. Aí eu soltava a solução: privatizar a baleias. Os alunos riam e eu entrava com a importância dos custos de transação e tudo mais. Funcionava, eu acho.
Quem diria que está rolando uma proposta séria de privatização as baleias! O Gary Libecap, o maior historiador econômico sobre a evolução dos direitos de propriedade, apoia a proposta que rolou na Nature. Tá, não é exatamente privatização. Seriam cotas por país livremente negociadas.
(A recém falecida Elinor Ostrom, ganhadora do Nobel, talvez preferisse outra proposta. Mas, grande pesquisadora que era, certamente estaria pronta para discutir a questão de espírito aberto.)

A sociedade do rent seeking

Por que eu assino o Journal of Economic History?

O último número tem um artigo do Barry Eichengreen, a nova versão do conhecido texto da Naritomi, Soares e Assunção sobre efeitos da colonização e, de lambuja, um Greg Clark e cia. Isso sem contar as resenhas dos livros do Fogel e Bowles & Gintis. (Tá, eu não li nada ainda, mas ter o número já é um primeiro passo)
(Atualização: este post não é sobre a polêmica que abalou a blogosfera econômica. Ok, cita autores que estão no rolo, mas foi só acaso. Eu só quis foi divulgar o número novo do JEH.)

Diversos

Os espanhóis e a xenofobia

Em tempos de renascimento da estupidez humana, um ponto a favor da Espanha. A minha comédia predileta,  La Que Se Avecina, é um programa bem popular e tem Antonio Recio como personagem principal. Ele é xenófobo, nacionalista, monarquista, racista... Um horror. Mas ele é o alvo das piadas.
Uma sociedade que ri de si mesmo está no caminho certo. Veja aqui um de seus bons momentos:


Por que a cozinha gaúcha é tão pouco sofisticada?

Sim, churrasco é ótimo. Galeto é ok. Mas,  fora isso, não existe qualquer prato gaúcho que tenha feito sucesso ao norte de Santa Catarina. Enquanto isso, os outros estados com culturas mais peculiares do Brasil têm seus pratos típicos. À primeira vista, isso é surpreendente porque a abundância de recursos naturais no RS é impressionante. Ingredientes de alta qualidade podem ser encontrados por lá. Frutas, legumes e as carnes são ótimas e com preços menores do que o resto do Brasil.
Minhas hipóteses:
a) A abundância de terras significava que o trabalho era relativamente caro. Um gaúcho preparando a carne perdido no pampa é exatamente o  que se espera de uma sociedade em que a terra é abundante e o trabalho caro. Todas as estimativas de renda per capita no sec XIX, mostram  o RS com salários bem maiores do que o resto do Brasil. Como boa cozinha é intensiva em trabalho, a culinária local ficou prejudicada. Optou-se por poupar trabalho e abusar da quantidade e qualidade dos outros insumos.
b) Os imigrantes europeus não ibéricos passaram tempo demais longe das cidades e, em grande parte, perderam seu conhecimento culinário. Em São Paulo e Buenos Aires, a urbanização foi bem mais  rápida e houve tempo de preservar a culinária européia.
c)  A parcela de escravos vindos da África no RS foi menor do que os que chegaram na Bahia e no Rio. Perdeu-se, assim, a contribuição africana.
d) Uma sociedade mais igualitária do que o restante do Brasil fez com que demorasse para surgir uma elite que bancasse farras gastronômicas. (Evidência a favor: Pelotas, mais desigual , tem ainda a melhor gastronomia fora da capital).
Alguma outra hipótese?
Obviamente, estou lendo - e adorando - An Economist Gets Lunch to Tyler Cowen.

Pena de morte, Economia e um almoço em Chicago

Um post jóia no análise real sobre as estimativas do efeito da pena de morte na criminalidade. Meu pitaco: essa discussão, no fundo, tem muito pouco a ver com a eficiência econômica da pena capital. Quem grita "Justiça!" quer dizer "Vingança!". Para o bem ou para o mal, não há evidência empírica que convença as pessoas a mudarem de lado.
O melhor para o debate é separar a questão empírica da normativa para começo de conversa. Eu li - em algum lugar, faz muitas luas- a estória contada pela McCloskey: em um daqueles almoços famosos em Chicago, o Becker chegou contando que um doutorando tinha estimado que cada sujeito condenado à pena de morte salvava X vítimas (X era um número grande). A McCloskey teria replicado algo como "Ok, mas mesmo assim eu sou contra a pena de morte por uma questão de princípio". Segundo o relato, Becker teria ficado furioso por não compreender como alguém poderia aceitar as evidências e - mesmo assim - ser contra a pena de morte. (Disclaimer: Lembro a história de cabeça, portanto tudo pode ser um produto da minha limitada imaginação).

Dicas de informática para pesquisadores

  • O Zotero 3.0 está cada vez melhor e com o estilo ABNT.;
  • Use o Prezi para deixar a platéia mareada. Um exemplo.;
  • Dica simples de R: um jeito rapidinho de ter os resultados de uma regressão (fit) no formato de tabela (Não, eu não sei como fazer uma saída realmente profissional):
library("xtable")
myXtable <- xtable( summary(fit))
write(print(myXtable, type = "html"), file="saida.html")

Por que você deve plotar os dados antes de qualquer coisa? (Razão n.1465)

É o quarteto de Anscombe (port, ing)! Médias, variâncias e as retas de regressão são iguais nos quatro gráficos. (Aprendi isso nos comentários do Mão Visível.)

Doutorado em Economia na UCB

Diversos




FPM e a estranha distribuição da população nos pequenos municípios

Eu já falei do assunto aqui, mas agora fiz uma nota - ainda em versão preliminar - mais longa. Comentários são bem-vindos!
Atualização: O Cláudio Ferraz me avisou de um paper super bacana de 2008 que já tratava do assunto.
Atualização da atualização: Eu li o (ótimo) paper e, na verdade, o autor considera a distribuição do Censo de 1991 como  verdadeira. Já o meu ponto é que mesmo na primeira divulgação do Censo já tem coisa estranha rolando.
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