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"Impactos de Contágio do Setor Real no Sistema Financeiro"

Diversos

Para manter a sanidade e dar conta das coisas que eu tenho que fazer na UCLA, eu estou tentando não ler sobre o Brasil contemporânea. Mesmo assim, não resisto e tenho que compartilhar alguns links:

Só crise

Com atraso, aí vão uns links  para a crise:

O Programa de Proteção ao Emprego é bom para as finanças públicas?

O plano será bancado com o FAT, que já está com problemas graves e recebe aportes do Tesouro Nacional. Logo, haverá um gasto público.
O contra-argumento  sustenta que é o PPE é mais barato do que arcar com o seguro-desemprego dos demitidos. Essa conta não considera dois efeitos:

  • a) efeito peso-morto (deadweight) do gasto. Parte das empresas não ira demitir se não houvesse o PPE. Na sua presença, eles se aproveitam para mandar parte da fatura para o contribuinte.
  • b) efeito deslocamento (displacement): supõe que os possíveis demitidos não encontrariam qualquer emprego durante o período de seguro-desemprego.* 

Enfim,  sem saber o tamanho desses efeitos,  não dá para estimar o resultado líquido do PPE para as finanças públicas. Só sei que não é tão conta de padeiro quanto parece.
(Além disso, quando sair a lista de setores, não me surpreenderei ao ver os mesmos suspeitos de sempre. Isto é, setores maduros com problemas estruturais e que são beneficiados pelo protecionismo e pelos recursos públicos faz décadas.)
O que fazer então para amenizar o impacto social da crise? Sem fazer as contas, eu prefiro um boost no bolsa família a usar dinheiro público com resultados econômicos e distributivos bem questionáveis.

* Sim, eu sei que talvez haja um efeito multiplicador com sentido contrário. 

A crise da Grécia como um problema regional

[Alerta: Este post não tem nada de novo. Tudo isso foi discutido por economistas regionais faz um tempão. Na verdade, quase toda literatura dos últimos 20 anos foi motivada pela questão da formação União Europeia.]

Os modelos de Nova Geografia Econômica têm um ponto em comum: mostram que a integração, sob certas condições, pode gerar uma estrutura espacial concentrada. No caso Europeu, a região dinâmica seria a Blue Banana (da Inglaterra até o Norte da Itália). Quanto mais distante da banana, pior.

Justamente por se preocupar com isso, a política regional da UE - 1/3 do orçamento da entidade- voltou-se para investir pesadamente nessas regiões periféricas. (Estive na Grécia em 2005- justamente para um encontro de economia regional - e era impressionante como toda a infra moderna foi bancada com recursos da UE). Houve queda da desigualdade, mas nenhum milagre econômico que garantisse uma maior homogeneidade entre o centro e a periferia europeia.Ou seja, os  mecanismos econômicos que fazem com que a atividade econômica se concentre no espaço foram muito fortes.

No caso da Grécia acrescente: setor público com qualidade institucional latinoamericana e barreiras institucionais/linguísticas que impediram a livre movimentação de capital e trabalho. Pronto. A desgraça está feita.

O grande Robert Mundell - criador da noção de Área Monetária Ótima- achava que a criação do Euro iria disciplinar os países: com as mãos amarradas, sem poder emitir moeda ou se endividar loucamente, eles dariam jeito nas suas finanças públicas. ( Já  Friedman era bem cético), O crescimento não foi suficiente para amenizar as distorções do setor público e os problemas se acumularam.

Agora não há muito a fazer. O jeito é admitir que - olhando para trás - que a Grécia não fazia parte da área monetária ótima europeia. E rezar para que a saída Euro seja o menos trágica possível.

Para aliviar (?), mais uma das ótimas piadas do Zizek:
A young Greek man visits the Australian consulate in Athens and asks for a work visa.
“Why do you want to leave Greece?” asks the official.
 “For two reasons,” replies the Greek. “First, I am worried that Greece will leave the EU, which will lead to new poverty and chaos in the country . . .”
 “But,” interrupts the official, “this is pure nonsense: Greece will remain in the EU and submit to financial discipline!”
 “Well,” responds the Greek calmly, “this is my second reason.”

Um grande filme sobre a crise de 2008 nos EUA

The Queen of Versailles conta a história da família que construía a maior casa dos EUA. Em 2007. Dá para imaginar o que acontece. É quase uma fábula. Vocês sabem como assistir o filme, ? PS. A propósito, que grande porcaria é Argo!

Diversos

- Parem as rotativas: construção civil virou tradeable. Quando um hotel de 30 andares pode ser montado em 15 dias, tudo muda;
- Número novo da Cliométrica. Todos os artigos são interessantes, com direito a textos do Galor (do Galor e Zeira) e do Komlos;
- Número novo do Journal of Geographical System em tributo ao LeSage. Destaque para o texto do Elhorst sobre spatial panels.
- A Economist discute os blogs internacionais no debate sobre a crise: aqui (valeu, João Veloso) e aqui. Belos artigos.

Diversos

My house, my life

A propaganda do Gmail me avisou disso. Sou só eu ou vocês também ficaram um pouco assustados?

A Grande Realocação é a culpada pela Crise de 2008

A intuição de Noah  é a seguinte (via Marginal Revolution): em termos globais, a entrada da China no mundo tornou a mão-de-obra abundante, fazendo que os esforços se voltaram para a realocação física da produção para a Oriente do que na inovação tecnológica. Todo mundo se beneficiou dessa festa e coisa e tal. Com um tanto de Nova Geografia Econômica e umas pitadas de crescimento endógeno surge uma situação em que o core sai perdendo feio.
Eu realmente não sei o quanto dessa tese está certa, nem como testá-la. De qualquer forma, acho que faz bastante sentido.

Austerity and Anarchy: budget cuts and social unrest in Europe, 1919-2009

Vejam como é legal a vida de um cliometrista . O Hans-Joachim Voth , um bamba da área, fez um trabalho (com Ponticelli) super bacana sobre um tema esotérico: cortes orcamentários e conflitos sociais na Europa no sec. XX. Bastaram os rolos recentes na Inglaterra, para o estudo deles virar super quente.
Nesse post ele reflete sobre o caso e arrisca umas hipóteses muito bem sacadas.

Conselhos de um banqueiro de 105 anos

"If this downturn culminates in an actual depression, says Kahn, it will end more quickly than the one he endured as a young man, because technology will somehow turn the economy around. ' Sometimes favorable surprises come out of the blue.' ”


"When we cannot predict"

Aqui. Isso me lembra a ótima provocação do Shikida: "Nenhum cientista político previu as mudanças recentes nos países árabes. Que Ciência Política é essa que não prevê uma revoluçãozinha!" Mesmo assim, ninguém veio com o papo de que há uma crise no pensamento político. Enquanto isso, a crise de 2008 serviu de argumento para muitos supostamente enterrarem toda a Ciência Econômica.
Enfim, revoluções, terremotos, pestes e crises financeiras acontecem. Não prevê-las não tira o status científico da ciência política, geologia, medicina ou economia.

Eu errei

Eu escrevi aqui que a recessão de 2008 ia ser tão mixuruca que nem chegaria a merecer um nome. Mas quando o grande historiador econômico Nick Crafts se junta aos que a chamam de Grande Recessão, parece que o nome veio para ficar. (Bem, basta saber se a alcunha sobreviver no longo prazo. Afinal, até a década de 30, a "Grande Depressão" se referia à crise de 1873-1896. E A Grande Depressão também já foi chamada de Great Slump) De qualquer forma, sugiro a leitura do texto do Crafts que conclui:
"Two cheers for economists

It can be argued that from the autumn of 2008, economics and economic history had a good crisis. Some of the lessons of the 1930s had been well learned, especially by the Federal Reserve led by Ben Bernanke, a scholar who has made seminal contributions to research on the period. Aggressive policy responses prevented a collapse of the banking system and injected fiscal and monetary stimulus, which limited the downturn. Similar actions in 1930/1 would have averted the economic catastrophe that followed for the US, but then the economic analysis available to policymakers was not up to the task.

Two cheers for economists are in order. They were complacent before the financial crisis, but they did know enough to limit its impact so that the outcome was the Great Recession and not a Great Depression."

Post atrasados....

Depois de uma semana com acesso limitado à internet, aí vão uns links relevantes:
- O mapa da escravidão nos EUA. (Obrigado, Urban Demographics);
- Pelé e Ronaldo: Shikida divulga o nosso paper sobre as alturas dos brasileiros no Correio Braziliense;
- Google ngram: a inflação versus desemprego nos livros;
- Sensacional: "O" Anônimo mostra que não há nada de novo nem na mídia internacional;
- Ótimo gráfico sobre a relação entre metas de inflação e a reação à crise.

Kevin O'Rourke teme as conseqüências da crise

Aqui.

Diversos

- A Economia das Cidades;
- Temin e Eichengreen sobre a crise;
- O blog do Mansueto está cada vez melhor;
- Uma homenagem a Ray Bradbury (Tire as crianças da sala- via BoingBoing).

Ovos de duas gemas e a crise financeira

As chances de um ovo ter duas gemas é de uma em mil. Quais são as chances de que todos os ovos de uma caixa com seis virem com duas gemas?
Tim Harford responde e explica a relação do enigma com a crise financeira. Brilhante.

2009 foi um grande ano....

...quando comparado à 410 DC.
(Valeu, schumpetetetris)

NPTO e Crise de 2008

NPTO escreve sobre a interpretação da crise de 2008 pelos austríacos e Tyler Cowen.
(Aproveite a viagem e leia o relato sobre o hexa do Flamengo. Eu entendo tanto de futebol quanto o luis nassif sabe de Economia o Alborguetti (RIP) de controle da raiva. Mesmo assim, os posts do NPTO sobre futebol são tão bem escritos que eu leio só por prazer)
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