A crise da Grécia como um problema regional
[Alerta: Este post não tem nada de novo. Tudo isso foi discutido por economistas regionais faz um tempão. Na verdade, quase toda literatura dos últimos 20 anos foi motivada pela questão da formação União Europeia.]
Os modelos de Nova Geografia Econômica têm um ponto em comum: mostram que a integração, sob certas condições, pode gerar uma estrutura espacial concentrada. No caso Europeu, a região dinâmica seria a Blue Banana (da Inglaterra até o Norte da Itália). Quanto mais distante da banana, pior.
Justamente por se preocupar com isso, a política regional da UE - 1/3 do orçamento da entidade- voltou-se para investir pesadamente nessas regiões periféricas. (Estive na Grécia em 2005- justamente para um encontro de economia regional - e era impressionante como toda a infra moderna foi bancada com recursos da UE). Houve queda da desigualdade, mas nenhum milagre econômico que garantisse uma maior homogeneidade entre o centro e a periferia europeia.Ou seja, os mecanismos econômicos que fazem com que a atividade econômica se concentre no espaço foram muito fortes.
No caso da Grécia acrescente: setor público com qualidade institucional latinoamericana e barreiras institucionais/linguísticas que impediram a livre movimentação de capital e trabalho. Pronto. A desgraça está feita.
O grande Robert Mundell - criador da noção de Área Monetária Ótima- achava que a criação do Euro iria disciplinar os países: com as mãos amarradas, sem poder emitir moeda ou se endividar loucamente, eles dariam jeito nas suas finanças públicas. ( Já Friedman era bem cético), O crescimento não foi suficiente para amenizar as distorções do setor público e os problemas se acumularam.
Agora não há muito a fazer. O jeito é admitir que - olhando para trás - que a Grécia não fazia parte da área monetária ótima europeia. E rezar para que a saída Euro seja o menos trágica possível.
Para aliviar (?), mais uma das ótimas piadas do Zizek:
Os modelos de Nova Geografia Econômica têm um ponto em comum: mostram que a integração, sob certas condições, pode gerar uma estrutura espacial concentrada. No caso Europeu, a região dinâmica seria a Blue Banana (da Inglaterra até o Norte da Itália). Quanto mais distante da banana, pior.
Justamente por se preocupar com isso, a política regional da UE - 1/3 do orçamento da entidade- voltou-se para investir pesadamente nessas regiões periféricas. (Estive na Grécia em 2005- justamente para um encontro de economia regional - e era impressionante como toda a infra moderna foi bancada com recursos da UE). Houve queda da desigualdade, mas nenhum milagre econômico que garantisse uma maior homogeneidade entre o centro e a periferia europeia.Ou seja, os mecanismos econômicos que fazem com que a atividade econômica se concentre no espaço foram muito fortes.
No caso da Grécia acrescente: setor público com qualidade institucional latinoamericana e barreiras institucionais/linguísticas que impediram a livre movimentação de capital e trabalho. Pronto. A desgraça está feita.
O grande Robert Mundell - criador da noção de Área Monetária Ótima- achava que a criação do Euro iria disciplinar os países: com as mãos amarradas, sem poder emitir moeda ou se endividar loucamente, eles dariam jeito nas suas finanças públicas. ( Já Friedman era bem cético), O crescimento não foi suficiente para amenizar as distorções do setor público e os problemas se acumularam.
Agora não há muito a fazer. O jeito é admitir que - olhando para trás - que a Grécia não fazia parte da área monetária ótima europeia. E rezar para que a saída Euro seja o menos trágica possível.
Para aliviar (?), mais uma das ótimas piadas do Zizek:
A young Greek man visits the Australian consulate in Athens and asks for a work visa.
“Why do you want to leave Greece?” asks the official.
“For two reasons,” replies the Greek. “First, I am worried that Greece will leave the EU, which will lead to new poverty and chaos in the country . . .”
“But,” interrupts the official, “this is pure nonsense: Greece will remain in the EU and submit to financial discipline!”
“Well,” responds the Greek calmly, “this is my second reason.”
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