"Multiplicai-vos e crescei? FPM, emancipação e crescimento econômico municipal' por Mation Boueri e Monasterio
Aí vai texto sobre os efeitos da criação de municípios no Brasil (pdf 8 MB) no livro Brasil em Desenvolvimento 2014.
Os dados populacionais dos pequenos municípios brasileiros foram influenciados pelas faixas discretas do critério de repartição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O trabalho aplica o teste de manipulação de variável em regressões com descontinuidade (McCrary, 2008) aos dados de população municipal brasileiros. Revela-se que a distorção ocorreu em outros censos e contagens populacionais e tem se tornado mais grave com o passar do tempo. No Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimou-se que 192 municípios dos 3.565 examinados foram mal classificados, gerando-se distorção anual da ordem de mais de R$ 200 milhões no ano.Comentários, como sempre, são bem-vindos.
"... depois de terem os árabes inventado a soma algébrica, fica esquisito computar benefícios sem contrabalançá-los com seus custos."Gustavo Maia Gomes e Cristina Mac Dowell. Descentralização política, federalismo fiscal e criação de municípios. TD IPEA n. 706. 2000.
"No Brasil, a expansão educacional (...) atingiu taxas brutas de matrícula no primário de 98% apenas na década de 1990, enquanto países como Argentina(...) registravam 97% de crianças matriculadas na década de 1950 (Frankema, 2008, p. 215). Além disso, se observarmos as taxas de alfabetização, veremos que em 1950 o Brasil apresentava taxa de 49,3%, enquanto Argentina e Estados Unidos estavam muito à frente (88% e 97% respectivamente). Mesmo em 2000, o Brasil ainda não havia alcançado a taxa argentina de 1950, uma vez que apenas 85% da população era alfabetizada: situação pior que a da Bolívia (86%) (Bergès, 2009, p. 28)."A explicação para o péssimo desempenho brazuca: o Governo Federal passou a responsabilidade da educação primária para os estados e municípios, os quais não tinham capacidade fiscal para arcar com os custos. Além disso, a baixa participação eleitoral, mesmo no sub-período democrático, desincentivou os investimentos em educação. Uma outra bomba que deveria corar os viúvos do Vargas: não só o Gustavo Capanema nem estava aí para a educação primária, como o desempenho educacional foi bem ruinzinho no período. O Thomas, a propósito, é da novíssima geração de historiadores econômicos quantitativos, blogueiro e foi orientado pelo Colistete.
Este blog se mudou de mala e cuia para o substack https://bodegamonasterio.substack.com/ Assinem e divulguem, por favor!
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