Delfim e a Cliometria
"Na introdução de sua tese de doutorado ( "O Problema do Café no Brasil", de 1959), o senhor afirma que a aproximação metodológica que lhe parece mais fecunda é a histórica. Como o senhor vê essa abordagem hoje em dia?"
Resposta do ex-czar: " Era uma combinação de história com método quantitativo. Continuo achando que essa é única forma de tentar entender a realidade. Primeiro porque um fato objetivo é extremamente duvidoso, a realidade é a que eu vejo, que tem explicações que não históricas na sua origem. Para entendê-la, provavelmente, é preciso alguma forma de discriminar os fatos, que é quantitativa. Como é que eu sei que o preço influi na demanda de café? Só tem um jeito: pegar o que suspeito que seja a demanda, fazer todas as correções possíveis e comparar com um preço. Que preço? Existem trezentos preços! Aí é que é a arte: como escolho essa quantidade, como escolho esse preço. E depois vejo que esses dois negócios têm uma certa correlação. Eu nem sei se é causa e efeito, o que sei é que estão ligados de uma certa forma, provavelmente tem uma outra variável lá atrás produzindo essa ligação. Não há outra forma de aproximar, não adianta, ficar imaginando."
Obrigado
* O e-mail que eu recebi estava em nome da mãe do Marcelo, Cyrene. Parece que, no domingão familiar, ele usou o computador da mãe e eu acabei me confundindo. Confusão desfeita, eu agradeço também a D. Cyrene porque criou um economista, né? :-)
3 comentários:
excelente post!
Eu ouvi falar, não sei se a história confere, que as regressões que o Delfim rodou estariam erradas: existiriam alguns problemas sérios nos dados que ele utilizou, que depois de corrigidos alterariam completamente os resultados que ele obteve.
Um abraço!
Beleza, Angelo.
Nao sabia desse causo... Se encontrar a referencia, por favor, me mande.
Inteh,
Leo.
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