Será que os eleitores gostam de políticas econômicas ruins?

Os três candidatos que lideram a corrida presidencial- Bolsonaro*, Ciro e Haddad- são populistas. Todos vendem fantasias de crescimento econômico sem ajuste.
Nessas horas, eu penso neste diálogo que a McCloskey narra na Chicado dos anos 1960.  Stigler argumentava que se as pessoas quisessem livre-comércio, elas o teriam. Já Friedman acha que é necessário educar as pessoas sobre o dano que as tarifas causam:




No Brasil, a tragédia do populismo é tão recente que não dá para dizer que as pessoas esqueceram os fatos. Por que as pessoas querem a repetição daquilo que deu tão errado?
Nos meus melhores dias, eu compartilho com o Friedman a fé na educação econômica. Já nos piores, eu fecho com o Stigler e penso que as pessoas gostam de populismo (assim como gostam de tarifas). A lógica é a seguinte: nós gastamos com cinema, música e literatura. Tudo para esquecer a chatice do mundo real. Da mesma forma, pode ser que o eleitor "pague" com maior instabilidade ou renda mais baixa o prazer da ilusão temporária do populismo. Ele se alimenta das fantasias megalomaníacas nacionalistas. Já uma boa política econômica é tão enfadonha quanto a realidade. 
(Claro que eu não tenho ideia do porquê do populismo ter suas idas e vindas, nem a razão de se dar tão bem na América Latina. Essa pergunta vai para os departamentos de Ciência Política ou Antropologia)

* Sim, Guedes é populista quando diz que vai arrecadar um quaquilhão com a venda do patrimônio da união.

O poder da diversidade

- Esta thread do Noah Smith sobre diversidade é ótima;
- O paper do Philipp Ehrl e meu sobre os efeitos de longo prazo da diversidade dos imigrantes no Brasil #AutopromoçãoDeslavada;
- Vejam os sobrenomes dos membros time campeão norte-americano na Olimpíada Mundial de Matemática: Lin, Singhal, Huang, Gu, Ren e Ardeishar. E o time é treinado por Loh e Rudenko.
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Dois podcasts sensacionais

Eu tenho uma dieta de podcasts, mas certos episódios tem que ser comentados.
- O sempre bom This American Life fez um episódio sensacional que inclui a história do economista bósnio Emir Kamenica. Na verdade, o programa é muuuuito mais do que isso. 
- Nos anos 1970, o governo americano teve que encher cavernas com queijo! Lição: não bagunce o sistema de preços.

Largue o Brasil Para-lerdos e vá para o canal do Por quê

O canal do youtube do Por quê é ótimo e o site também. É o melhor serviço de divulgação do que há de melhor da Ciência Econômica. Eu não canso de fazer propaganda do projeto.
Enquanto anarco-capitalistas, marxistas-fofinhos e paranoicos-olavistas apresentam simplificações que subestimam o público, o Por quê discute o mundo real com muito mais profundidade. Em tempos eleitorais, o canal está participando de debates com os assessores dos candidatos. Veja lá!
Um exemplo do ótimo trabalho do "Por quê": uma entrevista com o Sérgio Lazzarini, o autor de Capitalismo de Laços, talvez o livro brasileiro mais importante do séc. XXI.

Dicas para os concursos de professor

Eu não fui selecionado em três concursos para professor, 1o lugar em outros três e fui banca de uns tantos outros. Tenho alguma experiência e,  depois de saber dos contratempos de alguns concursos recentes, compartilho o verbete Concursos do meu livro.



O drama da co-autoria

Minha principal motivação para pesquisar é o pagamento de dívidas. São os compromissos que eu-do-passado criou com os meus (sempre ótimos) co-autores e agora eu tenho que pagar. Quando travo, o jeito é ouvir o hino que Franz Ferdinand e Sparks compuseram:

"Collaborations don't work
They don't work, they don't work
I'm gonna do it all by myself
(...)
Mozart didn’t need a little hack to chart
Warhol didn’t need to ask De Kooning about art
Frank Lloyd Wright always ate à la carte
Wish I had been that smart"


Museu tem valor (e os economistas sabem disso)

No meio da tragédia, uns vieram com o papo que economistas não veem valor no acervo histórico ou nos museus. Puro desconhecimento. Há toda uma linha de pesquisa com diversas de técnicas voltadas exatamente para isso. A busca por  "economic valuation cultural heritage" rende 512.000 hits no google scholar  e o Journal of Culture Economics publicou um monte de estudos sobre o assunto.
O fracasso na conservação dos museus é (mais) uma falha do estado brasileiro.

Recursos humanos em uma lição

"Quem é B, escolhe assessores C;
Quem é A, escolhe assessores A+."
(Ouvi a frase de um economista americano muito craque. Ele disse que era conhecimento comum. Achei a máxima ótima e verdadeira)
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