Atualizando

Fui informado que o Manual  foi pirateado. Por consistência, eu não posso reclamar mesmo disso.
Ah, o livro está em primeiro dentre os gratuitos da Amazon.br.  Gracias pela divulgação.

"Manual de Sobrevivência Universitária" de graça

...aqui (kindle br) e aqui (kindle eua). Por tempo limitado! (Eu queria deixar de graça para sempre, mas não sei como fazê-lo).

História Econômica: dois furos meus

Esqueci de divulgar dois eventos sensacionais de amigos:
- O Fábio Pesavento lançou Um pouco antes da Corte: a economia do Rio de Janeiro na última metade dos setecentos em Porto Alegre.
- Putz, esqueci de divulgar o workshop sobre desigualdade no Brasil em perspectiva histórica, organizado pelo Renato Colistete.
Que mancada! Foi mal, amigos.


Old Maps on-line

Você escolhe o lugar e o site mostra mapas antigos do local. (via Michael Clemens).
Ainda relacionado com isso, UrbanDemographics  mostra o que seria do Christaller se ele tivesse o Google Earth.

Mestrado e Doutorado em Economia na UCB

As inscrições estão abertas até 6 de Novembro. Eu dou aulas e oriento na área de Economia Regional, mas garanto que os outros professores são melhores.

Por que os municípios querem se dividir?

Três letrinhas: FPM, o Fundo de Participação dos Municípios. O projeto que regulamenta a criação de novos municípios, aprovado ontem no Senado, é melhor do que a bagunça vigente em alguns estados até 1996. O projeto impõe limites populacionais por região e outras restrições. Até aí, tudo bem.
Porém, a distorção do sistema de transferências que incentiva a emancipação municipal permanece. As regras vigentes, que remontam a 1981, definem faixas populacionais que favorecem os micro municípios  (ver tabela VII, p. 8).
Assim, a divisão de um  município de 50 mil pessoas gera um aumento de 40% no seu FPM (Uns R$6 milhões extras por ano). E se a partição for em oito novos municípios, cada um com 6.250 pessoas? Bem, aí as prefeituras terão mais 140% de FPM (uns R$ 22 milhões)!
Sim, eu sei que existem boas razões econômicas para criar um município. O meu ponto é o seguinte: só consertando as distorções das transferências se poderia distinguir as emancipações legítimas das que se aproveitam de tais falhas.

Saídas de regressão bonitinhas no R

Você perde um tempão reformatando tabelas de regressão? Está com inveja do outreg do stata? Seus problemas acabaram! Chegou texreg para o R.
Basta fazer htmlreg(objeto_saída_regressão) que ele gera um tabela profissa. Ah, faz tabelas LaTeX também. Mais informações aqui.

Atualização: Vanessa Nadalin, minha colega do Ipea, me avisa que a biblioteca não funciona no spdep (o pacote de econometria espacial). Ao que parece, é ainda melhor usar o pacote stargazer, porque ele aceita uma ampla gama de tipos de objeto.

Atualização 2: Nos comentários, Danilo faz coro em favor do stargazer. É bacana mesmo e, se você for ambicioso, ele até gera direto a tabela no formato da American Economic Review. (Eu confesso que estou com um erro esquisito no stargazer. Já fiz o update para versão 4.5, mas o erro segue. Pode ser problema meu.)

Heróis apenas por um dia

Mestre Duílio, que tudo sabe, contou uma história ótima no comentário de um post do blog. Richard Stone, antes de ter  inventado a Contabilidade Social*, foi trabalhar no Ministério da Guerra britânico. Ele percebeu que todos os navios mercantes italianos estavam rumando para portos neutros. Fez a previsão da data em que eles chegariam em tais portos e antecipou para os seus superiores que a Itália declararia guerra em 10 de Junho de 1940. Os superiores não o ouviram e a Itália declarou guerra no dia 10 de Junho de 1940.
Para outras contribuições dos economistas durante a II Guerra, ver o excelente:
 MARK GUGLIELMO (2008). The Contribution of Economists to Military Intelligence During World War II. Journal of Economic History, 68, pp 109-150. doi:10.1017/S0022050708000041. 

* Sim, crianças, alguém teve que inventar as contas nacionais. Isso rendeu um Nobel mais do que merecido para Sir Richard Stone.

Diversos


International Conference on Finance, Banking and Regulation 2014

Call for papers.
Organizado pelos meus colegas da UCB. Divulgai, por favor!

Eu te disse

Eu sou péssimo em previsões econômicas, mas já admirava e recomendava "Capitalismo de Laços" em 2011, antes de virar modinha. Sou um hipster de livro bom. ;-)

A regra dos dois desvios

Ao que parece, a regra será a minha maior (e única) contribuição ao Saber Universal. Eu a reproduzi no verbete "Brigas, críticas e debates" do meu Técnicas Avançadas de Sobrevivência na Universidade. Aí vai:

"
"Nunca brigue se o adversário estiver a mais de dois desvios padrão de você em qualquer dimensão: conhecimento, ideologia, inteligência ou porte físico."
Se você não sabe o que é desvio padrão, nenhum problema. Traduzindo: nunca brigue se o adversário for muito melhor ou pior do que você em qualquer dimensão: conhecimento, ideologia, inteligência ou porte físico.
Se o adversário é muito mais inteligente ou conhece muito melhor o assunto, ouça-o com atenção, faça as perguntas relevantes e aprenda. Não é vergonha. Agora, se o sujeito é burro ou ignorante no assunto, o melhor é desconsiderar. Afinal, qual é a graça de ganhar uma discussão com um cara desses? Não há jeito de se sair bem. Se você vencer a briga, você terá apenas vencido a briga com um idiota. O que, cá entre nós, não é lá grande mérito. Além disso, os observadores sensatos vão lhe julgar como covarde. Agora, se você tropeçar e perder a discussão, você terá perdido para um idiota. O que, também, não vai ficar bem para você. O melhor mesmo é ignorar as críticas cretinas. Ignorar é ignorar mesmo. Nada de ironias. Só um "É, pode ser", já basta.
No geral, lembre-se: a vida é muito, muito curta mesmo para você perder tempo com besteiras. Ao invés de desperdiçá-lo em brigas bobas, leia um livro, passeie ou sei lá... corte as unhas do pé. Certamente é um gasto melhor do seu tempo do que ficar batendo boca ao vivo ou na internet.
Brigue a boa briga pelo motivo certo e com quem merece. Se você tem razão e o adversário merece a sua energia, não hesite em defender a sua posição com neurônios e saliva. No mais, deixe para lá.
As mães ensinam que é feio criticar os outros. Por simetria, achamos que receber críticas também é ruim. Críticas são boas. São boas para quem as recebe. O espírito do argumento do John Stuart Mill para a defesa da liberdade de expressão também é válido no meio acadêmico. Se quem critica estiver certo, tenho a oportunidade de corrigir os erros. Se quem critica estiver errado, sou obrigado a organizar o meu argumento para melhor rebatê-lo. De qualquer forma, só saio ganhando.

Trabalho bom é criticado. Trabalho ruim é ignorado. Nada mais triste do que apresentar algo e provocar apenas o tédio e o silêncio da plateia. Não ter críticas significa que tudo está tão errado que nem vale a pena sugerir ou questionar. Ser criticado é bom, porque significa que o seu trabalho chamou a atenção de alguém. Ouça, pense e incorpore se considerar necessário."

Coisas que eu aprendi sobre a China nesta semana

Joanesburgo, impressões irresponsáveis

A cidade passou no meu teste rápido de boas instituições:
No entanto, o país fracassa no Teste de Theroux. (Pô, mas é o Nelson Mandela. Ele merece tudo quanto é estátua).
Joanesburgo parece mais com o sul da Califórnia do que eu poderia imaginar: estradas largas, condomínios fechados. Tudo muito horizontal e bem disperso. 
Outras surpresas:
  • Soweto é um bairro de classe média;
  • A corte suprema é uma beleza e fica ao lado da prisão barra-pesada do tempo do apartheid;
  • Transporte público bem ruim, mas a infraestrutura urbana é sensacional e bem cuidada;
  • Os ambientes de trabalho são bem mais multi-raciais do que eu esperava;
  • Para fechar, vejam que avanço: em 2000, os sul-africanos redesenharam os municípios para que embarcassem todas as áreas metropolitanas (Sonho meu!).


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