Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil

Leandro Narloch sintetiza parte da produção recente em História de forma acessível, muito divertida e deliberadamente polêmica. Eu ri tanto que os meus companheiros de infortúnio aeroportuário me olharam torto. As visões tradicionais sobre a Guerra do Paraguai, Santos Dumont, Aleijadinho, Prestes e o Acre levam umas boas pancadas. O capítulo sobre o samba foi o que mais me ensinou. (Você sabia que o disco em que Pixinguinha gravou "Carinhoso" foi criticado por combinar a sua música com a yankee?)
O autor força a barra só para incomodar os que foram expostos àquela tão comum combinação de maniqueísmo-xenofobia-patriotismo-e-marxismo-de-segunda-mão. Eu não curto a estratégia de puxar o pêndulo para o outro lado só para contrabalançar os exageros dos opositores. Pela minha índole, eu prefiro insistir na visão ponderada do que nas posições extremas. Mesmo assim, recomendo o livro para quem já está cansado da história tradicional.
Tomara que o autor escreva um "Guia Politicamente Incorreto da História Econômica do Brasil"! Vai dar um trabalho...

2 comentários:

Paulo Roberto de Almeida disse...

De fato Leonardo, a historia economica do Brasil vem sendo contada, desde decadas, pelas versoes tradicionais -- Caio Prado, Celso Furtado, um pouco de Iglesias, outro tanto de Conceicao e para por ai -- que podem ter tido sua utilidade na epoca em que foram publicadas, mas que nao respondem mais, tanto por criterios metodologicos quanto de substancia aos requerimentos de uma moderna historiografia (que nem precisa ser revisionista, mas que se atenha, simplesmente, aos dados da realidade).
Como estou fora do Brasil, nao pude ter acesso ainda a essa historia politicamente incorreta do Brasil, mas voce poderia, talvez, resumir algumas das refutacoes em seu excelente blog.
O abraco do
Paulo Roberto de Almeida
Shanghai

Leo Monasterio disse...

Caro PRA,

É uma pena que a historia do brasil ainda seja contada como sendo apenas monocultura, escravidao e latifúndio. E Portugal/Inglaterra aparecendo como vilões que exploravam os pobrezinhos dos brasileiros. O livro citado vai, em linhas gerais, contra essa tendência.
A boa notícia é que troquei e-mails com o autor e ele já promete uma nova edição ampliada.

Grandes abracos,
Leonardo.

PS: Obrigado pelo "excelente blog" no seu comentário. Eu tb sou admirador do seu.

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