Evolução da renda no Governo Lula: Conclusões definitivas por Reinaldo Gonçalves
Através do ótimo mailing do José Roberto Afonso, fiquei sabendo do péssimo artigo do Reinaldo Gonçalves. Modestamente intitulado, Evolução da renda no Governo Lula: Conclusões definitivas, o autor conclui que o crescimento econômico nos ultimos 8 anos foi fraco em termos históricos e relativos.
Bem, uma coisa é mostrar que não houve nada de excepcional Brasil da era Lula, outra coisa é forçar os dados a confessar o que não aconteceu. O autor compara o crescimento do PIB total no período com outros períodos, presidentes brasileiros e países. Ele esquece das diferenças entre taxas de crescimento demográfico, nível de renda e mercado internacional ao longo do tempo e entre os países.
Em um bizarro ranking de presidentes, o Lula ficaria em 19o lugar. Na liderança estão: Médici (não-preciso-explicar) e o Deodoro (aquele do encilhamento). Com resultados como esses, nem preciso explicar porque esse método é errado.
Eu também sou crítico do governo Lula e pessimista quanto ao futuro da economia brasilieira nos próximos anos. Mas, caramba, não precisa forçar a barra e esquecer tudo que a história e a Teoria Econômica nos ensinaram.
Bem, uma coisa é mostrar que não houve nada de excepcional Brasil da era Lula, outra coisa é forçar os dados a confessar o que não aconteceu. O autor compara o crescimento do PIB total no período com outros períodos, presidentes brasileiros e países. Ele esquece das diferenças entre taxas de crescimento demográfico, nível de renda e mercado internacional ao longo do tempo e entre os países.
Em um bizarro ranking de presidentes, o Lula ficaria em 19o lugar. Na liderança estão: Médici (não-preciso-explicar) e o Deodoro (aquele do encilhamento). Com resultados como esses, nem preciso explicar porque esse método é errado.
Eu também sou crítico do governo Lula e pessimista quanto ao futuro da economia brasilieira nos próximos anos. Mas, caramba, não precisa forçar a barra e esquecer tudo que a história e a Teoria Econômica nos ensinaram.
8 comentários:
Reinaldo Goncalves... Dava para esperar algo melhor?
Incrível o nivel de ignorância e falta de conhecimento que as pessoas podem alcançar.
Concordo que mesmo não sendo entusiasta do governo Lula, não há necessidade de torturar dados afim de que eles digam o que queremos!
Leonardo, só faltou você rebater o artigo do Reinaldo com dados e não com alusões a A ou B.
Essa estatística tem alguns problemas. Os 4% de crescimento médio do governo Lula (como prova de sua mediania) pode esconder que todo presidente pega o ritmo econômico do governo anterior e “pode” diminuí-lo ou aumentá-lo. Assim, um governo pode começar, por exemplo, com 2%, levar para 6%, repetir 6% e chegar a 8%. O próximo governo pode começar com o 8%, conseguindo a mesma seqüência, só que de maneira invertida. Ou seja: OS DOIS CHEGAM À MESMA MÉDIA, MAS O PRIMEIRO SAIU DA ESTAGNAÇÃO, ENQUANTO O SEGUNDO PREPAROU A ESTAGNAÇÃO.
Sobre o fato de que o Lula ficou na décima - nona colocação entre os presidentes do Brasil em termos de crescimento, seria bom dizer que existiram 33 “presidentes” antes dele (chefes do executivo, entre eleitos, ditadores e interinos). Colocar o numeral 19º sem colocara o 33º não ajuda a entender os fatos. Além disso, é significativo lembrar que todos sabem que o Brasil foi um dos países que mais cresceu na América Latina no século XX, mesmo com os gargalos tremendos e a exploração absoluta dos trabalhadores.
A noção de que o Brasil começou e terminou os governos Lula com 2,9% do PIB mundial também precisa ser ponderada. Esse período foi paralelo a um crescimento brutal da China, que sugou o crescimento de várias economias do mundo. Até os EUA diminuíram, e muito, sua participação no PIB mundial (estou falando sem conferir os dados). Média mundial de crescimento? Ora, um pais que tenha tido uma crise séria de regressão econômica, com a Argentina, pode ter crescido percentualmente mais do que o Brasil, mas esse crescimento é muito distinto, representa outra coisa, significa uma volta ao passado para uma recuperação. Isso ocorreu na Rússia também, após a queda do muro.
Renda per capita da Argentina: a população argentina se urbanizou muito antes da brasileira, diminuindo mais rapidamente a natalidade. Assim, um crescimento da renda per capita lá é muito mais fácil de que o crescimento da mesma renda no Brasil, que tem o sertão todo ainda produzindo excedente populacional.
O analista esqueceu-se de comparar o crescimento do Brasil em relação ao Reino Unido, à Alemanha e à Itália.
A estatística apresentada pelo articulista não explica porque o Lula teve tanta popularidade. Não venham com a lenda boba de que foi o Bolsa Família.
Faço oposição ao PT, mas não pelos motivos errados.
Abraço fraterno.
G. Lessa
Pq vc é pessimista com relação ao futuro da economia no Brasil?
ivan,
vc acha que eh necessario mesmo?
Flavio,
Sou pessimista por vicio de profissao. Mas as questoes que me preocupam no LP no brasil sao:
- Descontrole fiscal;
- Fim do bonus demografico
- Impacto institucional perverso institucional do pre-sal (o risco do brasil virar mais venezuela do que chile).
Os tres problemas juntos - veja que um alimenta o outro - me fazem pessimista.
Edmar Bacha utilizou uma vez um termo ótimo para caracterizar quem faz ou deixa se guiar este tipo de ranking: "calendarista econômico".
Usou este termo em contraposição ao de "historiador econômico".
Enquanto um faz gráficos e tira conclusões apressadas, outro usa a estatística, como já foi dito, como os bêbados usam o poste (para se apoiar e não para iluminar).
O historiador econômico diria que a criação da LRF, do Plano Real, das agências reguladoras, do Regime de Metas e de uma maior autonomia do BC seriam conquistas institucionais históricas.
O calendarista diria: Ok, mas o Brasil cresceu mais no governo Sarney do que no de Fernando Henrique.
Abraço,
Eu vi o artigo. Ele consegue a proeza de tirar "conclusões definitivas" sem sequer se dar ao trabalho de checar a evolução da renda per capita. Pensei até em escrever a respeito, mas vi que você já cuidou do assunto com a competência de sempre.
Material para Prêmio Eço, sem dúvida.
Abs
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