Música ao vivo é uma taxa

Odeio música ao vivo em restaurantes. Se é boa, não consigo apreciar tranquilo enquanto como. Se é ruim, é ruim e atrapalha a ingestão. Ontem tive que mudar de restaurante duas vezes, porque - após entrar- descobri que havia um infeliz tocando "Nada ficou no lugar..." enquanto outros mastigavam.
Afinal, porque diabos isso existe? Eu acho que a maior parte dos consumidores é como eu (talvez não tão mal humorada): optaria pelo silêncio. Claro que existe um parcela do público que realmente gosta de música ao vivo, mas talvez haja outra explicação.
Lá vai: couvert artístico é um "mal", em vez de um bem econômico. Ambos restaurantes que eu desisti (Coco Bambu e Piauíndia) encheriam de qualquer forma no almoço de sábado. Cobrar o couvert artístico é um jeito de impor uma 'taxa de congestionamento" sem aumentar os preços no menu e evitar as filas. Se eu tivesse ficado, meu excedente do consumidor diminuiria, mas eu deixaria uns R$6 a mais na conta. Vou lá outro dia, com menor demanda, e consumirei a mesma comida em paz.
 Essa tese explica o porquê da música ao vivo existir nos horários e dias em que os restaurantes estariam lotados de qualquer forma. Se a razão fosse atrair clientes, eles deveriam oferecer a música nos dias de baixa demanda.
(E porque os restaurantes não aumentam os preços para evitar as filas? Esse é um enigma antigo da Economia. Becker respondeu e tem toda uma literatura sobre o tema)

2 comentários:

fábio pesavento disse...

faço a mesma coisa!

Anônimo disse...

Acho que é o Menescal que dizia que "muita gente boa começou em barzinho mas os ruins continuaram todos lá". Bem eu também acho a mesma coisa sobre música em restaurante e em praça de alimentação de Shopping. Agora sua teoria implica que o gerente da churrascaria rodizio faz mais conta do que ele realmente faz. Eu chuto que os caras botam música porque alguém teve a ideia um dia e todo mundo faz isso sem fazer muita conta heheheh.

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