Técnicas Avançadas de Sobrevivência na Universidade - já à venda!

Vide Editorial acabou de publicar Técnicas Avançadas de Sobrevivência na Universidade (Amazon, Folha, Martins FontesSaraiva, Cultura).
É a versão bem ampliada do Manual de Sobrevivência, publicado já faz uns 4 anos. Tem 40% mais palavras e muitos novos verbetes como: "Armadilhas Estatísticas", "Retórica" e "Causalidade".
Agradeço muito aos leitores blog pelas sugestões.
Aqui está o site do livro. Por favor, divulguem. Como não tenho facebook, seria ótimo se vocês divulgassem por lá. Obrigado!

(Ah, e não há previsão de pubicação de e-book)

Lei Seca e o protecionismo brasileiro

Segundo a tese Bootleggers and Baptists (B&B), uma regulação é implementada quando dois grupos aparentemente opostos a apoiam. De um lado, estão os bem-intencionados que querem impedir um comportamento; de outro, os que ganharão com a regulação. O exemplo inspirador da tese  é a Lei Seca. Religiosos e traficantes de bebida se juntaram para banir o álcool. Ambos ganharam com a regulação e quem perdeu foi o bebedor americano.
O protecionismo no Brasil é um bom exemplo de B&B. Economistas desenvolvimentistas e políticos - talvez tão sinceros quando os batistas- desejam "o adensamento das cadeias produtivas", "a proteção do emprego nacional", "a defesa dos setores de alto valor adicionado" e outros clichês. Acreditam que assim a economia crescerá e a desigualdade cairá. Já empresários e políticos rent-seekers fazem coro, fingindo nacionalismo, mas sabendo que vão ter lucros extraordinários com a proteção.
A Lei Seca foi o fracasso dos que defendiam a abstinência alcoólica. Nunca se bebeu tanto e o crime organizado se consolidou.  Os desejos dos desenvolvimentistas também são tiros no pé. Querendo garantir crescimento e igualdade, acabam gerando ineficiência, estagnação,  corrupção e desigualdade. Empresários e políticos corruptos ganham; o trabalhador perde.

Resenha de "Inglorious Revolution" do William Summerhill

Federalismo implica estado menor?

Tem liberal que justifica o apoio a movimentos de secessão/emancipação com o argumento que isto contribuiria para controlar o tamanho do estado. Maior competição entre unidades limitaria as lambanças do governo.
O argumento faz sentido, mas não é garantido que o resultado será menos estado:
  • Ao ajustar a provisão de bens públicos às preferências locais, é possível que os eleitores votem por mais bem públicos; 
  • Além disso, descentralização pode levar a menores economias de escala na provisão de bens públicos e, portanto, a impostos maiores;
  • Mais ainda, segundo Wallis, como indivíduos têm mais poder na esfera local, eles tendem a atribuir mais responsabilidades ao setor público.
Eu tirei esses argumentos da minha cachola? Não, está tudo nesse ótimo texto do Oates, o cara que inventou a teoria econômica do federalismo fiscal:
OATES, Wallace E. Searching for Leviathan: An Empirical Study The American Economic Review, Vol. 75, No. 4. (Sep., 1985), pp. 748-757.

João José Reis ganha prêmio Machado de Assis

O grande historiador João José Reis ganhou- mais do que merecidamente- o Prêmio Machado de Assis.
Eu poderia listar qui seus trabalhos mais importantes, mas preferi linkar uma briga recente. Nesse texto, ele destrói o Lovejoy. Além das críticas, ele acusa de plágio e reproduz as páginas copiadas (p.386)!
Atualização: link corrigido (obrigado, Shikida!)

Precisa-se de imigrantes

Diversos

DARPA e a política industrial

Sempre que ouço o argumento marianamazucático de que a DARPA foi fundamental para o surgimento da Internet, cito  que a mesma agência criou o agente laranja. Centenas de milhares de vietnamitas e os próprios americanos sofreram danos permanentes (e hereditários) causados pelo herbicida. (E eu nem conto as outras ideias ruins que a DARPA promoveu: telepatia, estourar bombas atômicas na magnetosfera para se defender dos mísseis russos, Star Wars do Reagan etc...).
Quando se gasta centenas de bilhões em pesquisa, uma hora você acerta. O improvável seria o contrário!
(Lembrei disso quando esbarrei em um texto do Fogel sobre o programa espacial. O texto só resume seu estudo das ferrovias e conclui que não vale a pena usar a mesma metodologia  para estudar os efeitos da NASA)

Os 8 parlamentares muçulmanos na Alemanha votaram a favor do casamento gay

Aqui (página em alemão traduzida). Isso só mostra a força de uma sociedade aberta e moderna. Os imigrantes acabam adotando, ao menos na esfera pública,  os valores da sociedade secular.
Outra evidência:
The majority of Muslims in Germany are devout and open-minded at the same time. The study shows that 63 percent of those adherents of Islam who consider themselves fairly or very religious say they re-examine their religious attitudes at regular intervals. Roughly 60 percent of those respondents say they support same-sex marriage, something that also applies to 40 percent of highly religious Muslims who say they rarely look at their religious principles. In Turkey, in contrast, the country of origin for most of Germany’s Muslims, only one-third of highly religious Muslims say they regularly re-examine their religious beliefs. Only 12 percent of highly religious Muslims in Turkey say they are in favor of same-sex marriage.
Outro paper corrobora a ideia: "Does mass immigration destroy institutions? 1990s Israel as a natural experiment" (versão aberta aqui). Os autores mostram que a chegada de russos não teve qualquer efeito ruim sobre as instituições locais.

"How the East was Lost: Coevolution of Institutions and Culture in the 16th Century Portuguese Empire" por Mueller e Ayello


Texto bacana do Bernardo Mueller e do João Gabriel Ayello. Ainda não li essa versão, mas participei da banca de dissertação e gostei muito do trabalho.

Relatório para o Kennedy sobre o Brasil (novembro 1962)

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