Profissões estatisticamente inúteis

Aqui. XKCD fornece a ilustração perfeita:

Diversos

-Experimentos naturais que não queremos ver de novo: The long-run impact of bombing Vietnam; (Dica do Rafael);
- Ok, eu admito que cultura, às vezes, pode -quem sabe, talvez , sei lá - ser importante. A cidades alemãs mais anti-semitas durante a Peste Negra, também o foram durante a ascensão nazista;
- Publicação em Journals: conselhos para editores e autores. (Via Marginal Revolution. A propósito, como alguém pode não votar em MR como o melhor blog de economia?)
- The Economist sobre o Nordeste brasilieiro. O tom é um tanto otimista, mas é um artigo preciso, como sempre.

O antídoto para "Oração" de "A Banda mais...."

LCD soundsystem. O clip também tem plano-seqüência e som ambiente. A diferença é que a música é boa e os integrantes da banda são pessoas que eu daria bom dia.
(Para uma crítica sci-fi-heavy-metal, ver Laurini)

O mercado em favor da História

Os caras do FindMyPast digitalizaram os censos e até registros paroquiais britânicos. Mandaram tudo para overseas e fizeram um baita banco de dados. Agora ganham dinheiro com isso. Impressionante.
(Obrigado ao Lucas Mation)

Jornais do século XIX viram lixo em Pelotas

Quem me manda o alerta é a Professora Beatriz Loner:
"Há pouco mais de 15 dias, em fins de abril/inícios de maio, a cidade de Pelotas, que até agora tinha se caracterizado por buscar a preservação da história e da cultura da cidade e do país como um todo, foi palco de uma situação completamente absurda e injustificável: a direção de sua biblioteca pública, que é gerida por uma associação privada, simplesmente enviou para reciclagem, uma parte importante da história da cidade e da região!

Livros, jornais, diários e mais monografias e documentos impressos (não se sabe exatamente o total do que foi descartado, nem quem definiu o que seria jogado fora), mas enfim, o suficiente para encher mais de um caminhão pequeno, foi enviado para recicladores. E só não foi parar no lixo mesmo porque, num episódio rocambolesco e pouco explicado, foi “salvo” por um dono de sebo, que imediatamente o comprou e o pôs a venda como uma mercadoria qualquer. Alguns desses exemplares ainda se encontram em sebos da cidade e podem ser conferidos até pelo twitter de alguns pelotenses. Seguramente, este dono de sebo deve ter ampliado seu patrimônio em muito, devido apenas ao que, pelo alto, se soube que foi descartado.

Entre eles, por exemplo, uma das únicas, senão a única coleção do jornal A Federação do ano de 1904. Vários outros anos inteiros deste jornal também foram literalmente jogados fora, sob a justificativa de “estarem duplicados”. Mas a catástrofe cultural vai muito além, pois todos os jornais encadernados, que eram duplos, e que se encontravam no porão da biblioteca, como os jornais Correio Mercantil, Opinião Pública, Diário Popular, também tiveram o mesmo fim. Estes são alguns dos jornais pelotenses mais importantes do XIX e XX séculos, e ficamos agora reduzidos apenas a sua coleção em uso, e cuja digitalização tem sido protelada por interferência direta da própria diretoria. E o que se fará quando estes jornais, pelo uso, se desmancharem? Chorar, pelo visto.....

O raciocínio simplista e redutor de que “eram duplos” e poderiam ser descartados, não convence ninguém, pois todos podem se perguntar por que não foram trocados com instituições congêneres, ou doados para uma outra instituição do estado, como reza seu estatuto de 1991, que em seu artigo segundo, item b), diz que a biblioteca “poderá permutar livros e objetos com outras instituições que estejam de acordo com as suas finalidades”.Quanto a alguns estarem em mau estado, ora, para quem conhece, sabe que há várias técnicas de recuperação de documentos que poderiam ser tentadas, com um pouco de esforço na busca de financiamento.

Esta mensagem, além de denunciar este fato, pretende provocar alguma reação, por parte não só da comunidade técnica e acadêmica interessada na preservação da história do país, mas dos próprios pelotenses, que até agora estão assistindo esta situação estupefatos, mas em silêncio, um silêncio que pode passar por aprovação e gerar a reincidência deste tipo de atitude."
Eu pensava que crimes como esse não mais acontecessem...Que tristeza.
Foi nesses jornais que o Matheus Lisboa, meu orientando de graduação, se baseou para fazer um índice de preços para o RS entre 1870-1882.

A unha do polegar e o desenvolvimento

Também aconteceu no Brasil!.
(Dica do Shikida)
PS. Algum leitor tem dicas sobre Hanói?

Bureaucratics - Fotos de servidores públicos mundo afora

"
Bureaucratics - Images by Jan Banning
(Obrigado ao grande João Veloso pelo envio do link).

Twitter e eu

Agora é oficial. Ler o meu twitter - e não o e-mail - foi a primeira coisa que eu fiz ao acordar. Eu me rendi. Ainda não peguei o estilo do negócio e não sei o que significa RT e # e outras coisas. O Sabino, já notei, é um twitteiro profissional.

Cliometria: a revolução que não chegou no Brasil

Da série Pesquisador Preguiçoso :
Essa é uma idéia que eu tenho faz tempo, mas não tenho a disposição, nem métodos para encarar: entrevistar os grandes economistas que produziram trabalhos de história econômica quantitiva para contarem suas estórias. A pergunta final seria: "Por que a revolução cliométrica não chegou aqui?" Afinal, Delfim Netto, Pedro Carvalho de Mello, Eustáquio Reis, Claudio Haddad, Gustavo Franco, Manuel Peláez*, Roberto Martins estão** estão aí na ativa.
(*É cubano, mas produziu um monte aqui.)
(**Certamente estou me esquecendo de um monte de gente.)

"Histórias Econômicas de Economistas - Cliometria e Nova Economia Institucional" por Luiz Paulo Nogueról

Esbarrei em um texto super legal do meu amigo Nogueról (ex-UFRGS, atual UNB).

The Great Stagnation - Tyler Cowen

O livro já teve tantas resenhas que eu não tenho (quase) mais nada a acrescentar. A idéia central é que os países ricos teriam entrado em uma nova fase de baixo crescimento do PIB/capita medido. Minha posição inicial era bastante cética. No final, ele me convenceu.
Para os brasileiros, a preocupação com a Great Stagnation não é imediata porque ainda podemos crescer muito com catching-up. O bicho vai pegar mesmo daqui a umas duas décadas quando o bonus demográfico tiver desaparecido de vez e o progresso tecnológico tiver arrefecido. Aí eu quero ver como segurar a previdência social.
(A propósito, ao vivo, o Tyler Cowen é tão gente boa, interessante e inteligente quanto no blog. Ele passou uns dias aqui em Brasília em abril e foi muito bacana mesmo)

Cliometria e Economia Regional na minha caixa postal

Xie Xie, China

Exportações por região brasileira em US$ correntes (1995=100)
(HT Batistuta).



Peláez rules!

"Many of the export economies of Latin America are characterized by an even more frustrating intellectual phenomenon: theory without reality" PELÁEZ, C.M. The theory and reality of imperialism in the coffee economy of nineteenth-century Brazil. The Economic History Review, v.29, n.2, p.276-290, 1976.
Essa é a epígrafe de um texto cliométrico-monetarista-tricausal-saído-do-forno por *********** . Se a abertura é assim, imaginem o resto do texto...Duca.

Criação de novos estado? Esqueça essa idéia

Tá, vou ser sincero: eu sou contra a criação de novos estados e municípios por razões pessoais. É um saco ficar dando "dissolve" no ArcGis para juntar os shapes.
Agora, se você quiser uma análise econômica séria sobre a criação de estados, veja esse Texto para Discussão do Rogério Boueri. Sobre a criação de municípios, o Shikida tem uma dissertação premiada sobre o assunto.

Atualização: o leitor André fez um ótimo comentário sobre o assunto.

Lei de Responsabilidade Fiscal: por pouco tudo não foi por água abaixo

Um texto bem interessante do José Roberto Afonso sobre a estória da Lei de Responsabilidade Fiscal. Um trecho interessante conta que, em 2000, PT, PSB e PC do B entraram com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a LRF. O resultado :
"A LRF acabou mantida por apenas um voto, sendo decisivo o do então Presidente daquela Corte, Ministro Marco Aurélio, que mudou o seu voto inicial (contrário) e acabou decidindo manter a constitucionalidade dos referidos sublimites de pessoal."
Eu, que sou um determinista, tenho lá minhas crises de fé quando penso no papel do acaso na trajetória dos países.

Meu momento de otimismo

Entre a queda do muro e o 11 de setembro, eu fui otimista e achava que o mundo caminhava para a democracia liberal. A vitória sobre os radicalismos e totalitarismos seria só uma questão de tempo. Eu estava errado.
Tomado de otimismo, eu torço que o fim do Bin Laden seja um marco e agora o mundo tome jeito e retome sua trajetória na direção de uma sociedade aberta.
Ah, eu me rendi ao twitter. Dois tweets ótimos:
"They buried Osama out to sea right after Japan released radioactive water into the ocean. This has the makings of an awesome monster movie"

"I bet God killed Osama Bin Laden, as a reward for America's increasing tolerance of homosexuality."
Tá, agora eu volto ao pessimismo habitual.
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