Enquete: o melhor título de paper

Eu esbarrei no "Poor, Hungry and Stupid: Numeracy and the Impact of High Food Prices in Industrializing Britain, 1780-1850" e me lembrei da importância de um bom título. Um daqueles que te obrigua a ler o paper. De cabeça, tenho dois candidatos: "I just ran two million regressions" e o ótimo "Das Human Kapital". Sugestões?

"É a demografia, estúpido!"

Eu andava encafifado com a queda recente da taxa de homicídios em São Paulo. João Manoel Pinho de Mello* e Alexandre Schneider mostram que a mudança do perfil etário foi o principal componente. Belo paper.

* Finalmente um "João Manoel * de Mello" que vale a pena ler!!! :-)

Dois Programas da Universidade da California at Berkeley

Aposto que os cursos do Prof. EichengreenThe World Economy in the Twentieth Century e do Prof.VothFinancial Crises, Bubbles, and Crashes terão casa cheia.

Via Brad Delong.

Cáries privadas como Virtudes Econômicas Públicas

O paper começa com uma citação de Thomas e Bean (1974):
The only group of clear gainers of British trans-atlantic slave trade, and even those gains were small, were European consumers of sugar and tobacco and other plantation crops. They were given the chance to purchase dental decay and lung cancer at somewhat lower price than would have been the case without the slave trade.
mas vai em outra direção, defendendo a importância do açúcar como bem de consumo de massa no começo da industrialização européia.

Via Brad Delong. Não esqueça de ler as suas notas de aula.

Índice de Whipple em R

O índice mede a preferência por números terminados em 0 e 5 em dados demográficos de idade. Joerg Baten tem usado o índice como medida de enumeramento de população históricas. Com certeza não é o jeito mais elegante, mas ai vai o código em R que acabei de escrever:
tmp1<-data[data>=23 & data<=62]
tmp2<-tmp1%%5
whipple<-(length(tmp2[tmp2==0])/length(tmp1))*500
whipple

Gráfico dos coeficientes estimados de regressão

A partir do código em R desenvolvido pelo pessoal do Tables2Graphs (veja o blog ótimo do Eduardo Leoni, um dos autores), eu pude fazer o gráfico abaixo. São os coeficientes estimados e seus erros padrão para uma regressão sobre os determinantes de altura no Rio Grande do Sul entre 1889 e 1921.

Para gráficos realmente impressionantes no R, veja aqui.

É Carnaval!!!


Se você não tem a ginga desses alemães, ainda há salvação. Você pode participar do concurso "Dance sua tese de Doutorado". Os campeões de 2009 estão aqui. Destaque para ""Cerebral activation patterns induced by inflection of regular and irregular verbs with positron emission tomography. A comparison between single subject and group analysis". Nem preciso ler o trabalho original.

Fornicar com Freiras em Bologna no século XV

O ótimo Blog Economic History chama minha atenção para esse fantástico texto. Vejam isso :
The Order of Saint Mary Magdalen was founded in 1227 and provided shelter to repentant prostitutes and tried to marry them. It helped to blur the distinction between nunneries and brothels. Pimps commonly forced their former protégés to receive clients inside the convents (p.378).
Mais uma evidência de que o apetite humano para sexo e o comércio não podem ser freados.

Marx sobre a crise de 2008

{Suspiro} Foi-se o tempo que a gente só recebia avisos sobre crianças desaparecidas e campanhas malucas. Agora recebi esse trecho atribuído ao Marx.
"Owners of capital will stimulate the working class to buy more and more of expensive goods, houses and technology, pushing them to take more and more expensive credits, until their debt becomes unbearable. The unpaid debt will lead to bankruptcy of banks, which will have to be nationalised, and the State will have to take the road which will eventually lead to communism (Das Kapital, 1867)"
Em dois segundos meu assistente de pesquisa mostrou que - como eu desconfiava - a citação é falsa. Mais uma googlada e vi que já tem gente citando essa besteira em Português. Dureza.

Kanitz para o Prêmio Eço

O Prêmio Eço da categoria "ninguém segura o meu Brasil" vai para Stephen Kanitz. Ele diz:
G1 - Que vantagens o Brasil tem em relação a outros países?
(...)
Não é a China que vai salvar o mundo. É o Brasil, que vai mostrar ao mundo – “este está saindo”. Vai ser um alento mostrar para o resto do mundo saber que tem um país saindo da crise muito antes dos outros.

G1 - O protecionismo é necessário para o Brasil?
Kanitz - Não podemos ser protecionistas, precisamos de Justiça. Ninguém vai ficar brincando agora conosco só porque fizemos a nossa lição de casa e os outros países que não fizeram quererem agora vender a preço de banana. Isso desorganizaria inclusive a nossa indústria, quer dizer, a indústria que está dando certo no Brasil. Eu estou defendendo aqui não o protecionismo, mas uma justiça, vamos ser corretos.

Os pobres e o mercado financeiro

Tim Harford escreve:
The trouble with living on two dollars a day is that you don’t actually get two dollars a day.

Cultura e Desenvolvimento

"...nós ainda sofremos com o preconceito contra os "negócios", legado dos dias em que a aristocracia e os proprietários de terra não se envolviam em nada tão vulgar quanto comprar e vender bens."
Um ótimo retrato do Brasil, não é? Devido à formação histórica do Brasil, nás criamos uma cultura não empreendedora que tem preconceito contra ganhar dinheiro e restringiu o desenvolvimento brasileiro. Maldito legado da colonização portuguesa! Ao menos isso é o que muitos dizem...
O engraçado é que o trecho acima se refere aos ingleses e não aos brasileiros! A autora, Kate Fox, convincentemente mostra que os resíduos da mentalidade aristocrática na Inglaterra de hoje ainda explicam muito do comportamento contemporâneo de todas as classes. (Tirei o trecho de Watching the English: The Hidden Rules of English Behaviour, um livro ótimo de antropologia para não-antropólogos. Recomendo fortemente.)
Meu ponto é que, da mesma forma que essa aversão aos negócios não impediu a revolução industrial britânica, as explicações culturalistas para o atraso brazuca são questionáveis. Enfim, não foi o mentalidade escravocrata e patrimonialista que fez com que o Brasil ficasse para trás. Bem, mas isso é só a minha opinião.

Quer saber mais sobre o Rio de Janeiro do século XVIII?

Então vá na defesa da tese de doutorado do Fábio Pesavento na faculdade de Economia da UFF no dia 17/02 às 14:30.

Darwin na The Economist

Um ótimo texto na Economist sobre a Teoria da Evolução, com referências jóia aos autores que anteciparam Darwin e o influenciaram (Malthus, inclusive). Aqui cientistas contam o que fariam se tivessem a chance de jantar com o autor da Origem das Espécies.

Blog de História Econômica

Sensacional!
(Lembrete para mim mesmo: atualizar blogroll. Pare de procrastinar)

Por que estudo francês?

Não é só por causa da música, da comida ou do turismo. Faz algum tempo, estou com uma xerox do Leroy-Beaulieu De la colonisation chez les peuples modernes (1874) obtida na biblioteca da Unisinos. Ao que parece, foi ele quem começou com a classificação das colônias entre exploração e povoamento. (O tal Roscher parece que disse algo parecido antes. Comprei até o livro, mas desisti de aprender alemão em 1987). Como vocês sabem, via Caio Prado Jr. , essa dicotomia é ensinada em qualquer colégio brasileiro. Enfim, um dia quero escrever sobre o assunto. Tenho até um título: "Exploração e Povoamento: de Roscher a Acemoglu", o problema é fazer... Alguém se dispõe a participar disso?

(Eu tinha outro motivo para aprender a língua: ler o livro-texto do Thisse et al. de Economia Regional que eu comprei em francês, mas acabei de descobrir que saiu em inglês)

Mestrado em Organizações e Mercados - Inscrições Abertas!

O novíssimo mestrado acadêmico da UFPel em Organizações & Mercados está com as inscrições abertas. O curso foi aprovado pela CAPES e tem a participação dos professores dos departamentos de Economia e Ciências Sociais Agrárias de Pelotas. Eu recomendo! Maiores informações aqui. (O site ficou bem bonito, não?)

Desigualdade e Inovação nos EUA

From Our Own Correspondent é o melhor programa de rádio desde o dia em que Marconi teve um ótimo dia de trabalho. Journalistas da BBC analisam os temas contemporâneos mundo afora a partir das suas experiências pessoais. Em um programa recente, Justin Webb parte da notícia que seu filho recebeu o diagnóstico de diabetes para escrever sobre desigualdade, lucro e inovação na América.
(Aproveite e ouça esse outro sobre Fortaleza)

The 3rd World Conference of the Spatial Econometrics -prorrogação do prazo

Aqui.

Gmail Offline!

Aqui.

O Consolo da História Econômica

Brad Delong, o sábio, escreve:
...
The current recession may turn into a small depression, and may push global living standards down by five percent for one or two or (we hope not) five years, but that does not erase the gulf between those of us in the globe's middle and upper classes and all human existence prior to the Industrial Revolution.
...
The 18th Century British family could buy 17 copies of the Wealth of Nations out of its annual income. The American family in 2009 can buy 6,000 copies: a multiplication factor of 350.
...
I'm convinced that everyone I know can easily imagine how to spend up to three times their current income usefully and productively. (It is only beyond three times your current spending that people judge others' spending as absurd and wasteful.) And everybody I know finds it very difficult to imagine how people can survive on less than one-third of what they spend—never mind that all of our pre-industrial ancestors did so all the time.

Mercado para Tudo, edição cartoon

Frank & Ernest
Via Mahalanobis. Mais aqui, obviamente.
Atualização: Nos comentários, Mestre Duílio faz um daqueles comentários que deixam a minha cabeça a rodar!!!
Tecnologia do Blogger.