Joachim Voth e os calotes espanhóis

Ele é um dos gigantes da cliometria . Ele estuda de tudo e com o Maurício Drelichman mantêm uma linha de pesquisa sobre o Felipe II, o rei da Espanha, na segunda metade do século XVI. O Rei era muito caloteiro: 4 defaults durante o reinado e sempre atrasava os pagamentos. Em um artigo publicado no Economic Journal eles explicaram a racionalidade dos genoveses em continuar emprestando para o borrower from hell . (O Braudel toma uma tremenda surra).
Na semana passada eles apresentaram aqui mais um paper da série: Risk sharing with the monarch: contingent debt and excusable defaults in the age of Philip II, 1556-1598. Ele mostram que os contratos com o Felipe II eram muito sofisticados. Eles tinham cláusulas que consideravam a possibilidade de eventos inesperados, como a frota de galeões não chegar a tempo com a prata das Américas.  (Melhor pergunta e resposta do seminário: P: Pela própria proximidade entre os banqueiros e o rei, faz sentido tratar como se fosse um mercado de crédito e a teoria moderna de default? R: Você acha que hoje é muito diferente. Os genoveses eram os Goldman e Sachs da época.)

Um comentário:

Anônimo disse...

Sem dúvida que não há muita diferença. Vai aí um dica de texto: http://faculty.lebow.drexel.edu/McCainR/top/eco/game/bankrupt.html. Explica como a quebra e a renegociação de dívidas são fenômenos que vão bem além do que é ensinado em Economia na graduação no Brasil.

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