Cada categoria piora, mas todos melhoram

Coisa simples. Imagine um conjunto de indivíduos.  Divida-os por escolaridade. Suponha que cada grupo sofreu perdas salariais ao longo de tempo. É possível que, como um todo, eles tenham ganhos salariais?
Sim. É possível. Basta que a composição dos grupos mude no tempo e compense as perdas por categoria. O indivíduo que estuda tem um aumento de renda, mas puxa para baixo a renda média dos grupo de maior escolaridade. É, no fundo, o paradoxo de Simpson em toda sua graça.
O Café Hayek trata dessa esquisitice para o caso dos EUA. O John Mokyr conta a mesma história na Revolução Industrial Inglesa. As condições de materiais de vida melhoraram no campo e na cidade, mas pioraram como um todo. O motivo é que havia êxodo rural, apesar das condições serem piores na cidade do que no campo.
E no Brasil? Um tanto disso está acontecendo hoje. As médias salariais para os mais educados têm crescido bem pouquinho. Mas isso é o resultado de dois processos: a evolução dos ganhos dos que já estavam nessas classes e a entrada de novos indivíduos. (Adicionalmente, os retornos da educação caem, como esperado). Em breve, não me surpeenderá se a categorias mais educadas tiverem perdas salariais, mesmo que cada indivíduo melhore.

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