Minha mensagem de ano novo aos jovens economistas
Logo ali, em 1988, eu -brizolista à epoca- gastava neurônios, saliva e células hepáticas discutindo o futuro do capitalismo, marx, keynes e o ortodoxos. O Brasil era isolado e parecia que tudo que se precisava saber estava na coleção "Os Economistas". Era feliz, mas o mundo era muito limitado.
Fast forward 25 invernos. Estudar Economia nunca foi tão bacana quanto hoje. Universos de linhas de pesquisa, ferramentas, teorias e bancos de dados estão a apenas um clique. Vamos lá: tem a turma de experimentos naturais, contrafactuais, big data, simulação de todos os jeitos e muito mais. Nos temas, surgiu a economia do futebol, do vinho e até economia do sexo, drogas e rock'n'roll. Nos dados, a abundância é sensacional ; os softwares são gratuitos e só faltam fazer chover. Nunca tanto foi disponível para tantos.
Mas é só sair da Academia e cair no mundo selvagem do facebook, blogs, twitter e colunistas dos jornais que o papo fica super chato. Eles ainda não sairam das velhas polêmicas e continuam achando que existem livros sagrados. Uma turma que lê o Capital, a Teoria Geral, o Caminho da Servidão* ou Formação Econômica do Brasil como verdades reveladas e não como hipóteses.
Science is interesting. Jovens, apliquem a regra dos dois desvios e produzam. A vida é curta. Vocês não tem nada a perder, a não ser a chance de fazer algo bacana.
(* Isso é a novidade do século XXI. Não havia austríacos na década de 80. Muito menos austríacos de miolo mole)
2 comentários:
Monasterio,
Você foi muito feliz na sua colocação neste texto.
O jovem costuma misturar política com economia (sei que até tem a sua correlação), e despreza ferramentas metodológicas por posições ideológicas. É comum frases do tipo: sou fulanista, por isso não leio nada que o sicrano escreve. Este jovem perde a possibilidade da discussão, para ser contra alguma coisa, deve-se conhecê-la bem.
abrs
Brizolista ? Putz !!!
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