Diversos
- O Efeito Chimarrão: o Brasil do futuro pode ser o Rio Grande do Sul de hoje. O excelente texto da Monica de Bolle merece muita atenção;
- Debate entre James Baldwin e William Buckley em Cambridge 1965. Baldwin dá um show e cita a previsão do Bob Kennedy de que em 40 anos um negro seria presidente dos Estado Unidos;
- Foram criadas escolas "virtuais" só com alunos ótimos para alcançar o topo do ranking do ENEM. Mais um caso da Lei de Goodhart: quanto a medida vira meta, deixa de ser uma boa medida;
- No Leis de Oferta: a analise econômica definitiva do Über. A propósito, podcast sobre o cara que chegou a ter 1 bilhão de dólares em autorizações para taxi em Nova Iorque;
- Economista X defende a hipocrisia da esquerda festiva. O argumento está certo, mas também se aplicaria ao assassino serial que defende a redução da criminalidade no Brasil ("O que é um morto a mais em 50 mil por ano?"). A noção de hipocrisia, afinal de contas, está associada às violações do Imperativo Categórico: faça aquilo que seria melhor se todos fizessem.
- "Útil para a fogueira". A pior crítica ao meu livro.
10 comentários:
Eu adorei o Guia, mas fosse ele tão ruim quanto a Haylane diz, como ele poderia ser bom para fogueira sendo um ebook?
Obrigado!
Pois é. Nem para a fogueira o livro serve!
Na Amazon tem um cara que deu 2 estrelas e diz: "Só vale a pena ler 1 vez". Ora diabos, a maior parte dos livros não vale a pena ler nem 3 capítulos!
Olá, tem algum e-mail que eu possa conversar com vc?
João Filippe Rossi Rodrigues
Coordenador Local Sênior dos Estudantes pela Liberdade
Caro João Filippe,
leonardo ponto monasterio arroba gmail
abraços,
Leo
Sobre a 'hipocrisia da esquerda' (e o video no youtube que o artigo menciona), nao eh demais lembrar que a defesa de politicas de protecao social e redistribuicao de renda nao sao exclusividade dos socialistas. Isso eh uma das ideias consensuais entre liberais como forma de promover justica social em regimes democraticos (digo Liberais como Rawls, Dworkin, Sen, etc - bem diferente de libertarios). A base filosofica liberal (particularmente to Rawls) me parece bem coerente com o imperativo categorico, eh a favor de redistribuicao e nao me parece nada hipocrita. Enfim, eh possivel defender redistribuicao/politicas sociais sem perder a coerencia e sem ser hipocrita.
Rafael,
Eu entendo hipocrisia como o descolamento entre o discurso e o comportamento. Não é um conflito a partir do choque de ideias contraditórias. (Um nazi que casa com uma judia é hipócrita - além de um escroto por ser nazi).
É possível então que um ladrão de bolsa família seja rawlsiano nas políticas públicas sem ser hipócrita? Eu acho que não. (se vc me apertar nesses conceitos, eu abandono o debate pq não tenho preparo para tanto).
Abraços,
Leo.
A relação de caridade é uma relação de dominação de quem doa pra quem recebe. A desapropriação arbitrária de apenas Fulano é roubo. A redistribuição do produto social dentro de uma sociedade democrática é justamente uma forma de diminuir a relação de dominação entre o mais rico e o mais pobre. Obviamente, a esquerda defende a terceira apenas.
Eu defendo que se aumente radicalmente impostos sobre renda, propriedade, que se acabe com diversos privilégios das classes A e B. Seria prejudicado pessoalmente, mas se todo mundo estiver na barca acho ótimo. Agora, eu não vou ser o trouxa que dá meu dinheiro e fica pobre voluntariamente enquanto outros com muito menos "mérito" na forma como se tornaram ricos e muito mais capacidade de contribuir do que eu seguem mandando seu dinheiro pra Suíça (sonegando, claro).
Também acho que existe um limite na "moralidade", que não tem como definir concretamente, em uma pessoa de esquerda buscar enriquecer, esbanjar e manter um discurso de distribuição sem fazer nada por isso.
Uma hipocrisia comum da esquerda de classe A e B é que o esquerdismo superficial de muitos se enfraquece quando os próprios interesses de classe, corporativistas, etc estão em jogo. Mas isso não deslegitima, pelo contrário, só confirma a tese de que o importante não é atacar fulano ou beltrano e sim a relação de poder que permeia a interação social deles, independente da simpatia que tenham um pelo outro. Enfim.
(só completando)
Inclusive, nesse último parágrafo, digo que muito do esquerdismo de classe A e B tem um componente de dominação e superioridade parecido com a relação de caridade, em que alguém com poder e dinheiro sente "pena" do pobre, ao mesmo tempo que se acha "esclarecido" para resolver seus problemas, e por isso se vê como moralmente superior aos colegas de classe "insensíveis". A hipocrisia da esquerda, pra mim, é mais forte justamente quando se aproxima de um sentimento de caridade e se afasta de um combate estrutural a relações assimétricas de poder.
Leo,
Gostei muito da sua indicação no Twitter do podcast "A point of view" da BBC. E fuxicando seu blog, vi que você indicou um outro da NPR, o dos "netos" do Keynes.
Adoraria que, se tivesse tempo, compartilha-se alguns dos podcasts que você segue, pois outro dia li o post do Bruno de Moura e ele deu ótimas dicas:
https://medium.com/@borgesbm/algumas-dicas-sobre-podcasts-253af572efe2
Grande e abraço e parabéns pelo conteúdo!
Jorge
"Compartilhasse", Jesus Cristo! =)
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