É public choice, meu caro Watson

Meu amigo Davi Zell postou no facebook a lista dos carros que serão atingidos pelo aumento das tarifas de importação. Como se vê, não faz sentido algum. O mexicano e poderoso Ford Fusion não paga, mas o simpático utilitário Hafei Towner paga. Isso gera perdas de bem-estar para todos, menos para os acionistas das empresas do setor.
Quer entender essa "maluquice"? Leia o Mancur Olson (1965) que tudo faz sentido. um grupo pequeno, de interesse concentrado, distorce as políticas públicas a seu favor, mesmo que os prejudicados sejam milhões de pessoas. Com o argumento de manter o emprego, as montadoras conseguiram favores em 2008, quando bateu a crise, e agora também, quando o mercado de trabalho está longe de estar desaquecido.
Enfim, aquilo que um dia foi "indústria nascente"' vira grupo de interesse consolidado e passa a fazer de tudo para manter a sua posição. O que aconteceu não é falha de caráter ou burrice. Aconteceu aquilo que a "Lógica da Ação Coletiva " prevê.
(O Cristiano escreve também sobre o assunto aqui. Atualização: o Rodrigo - também do IPEA - escreve no blog do Adolfo.)






2 comentários:

Anônimo disse...

Lógica da Ação Coletiva ou Lógica de um Estado Patrimonialista? O Estado brasileiro é uma organização tomada por corporações. Do lado da receita, os grupos de interesse se unem para conseguir as isenções e incentivos que só beneficiam a poucos. Do lado do gasto acontece a mesma coisa, os grupos de interesse se organizam para abocanhar maiores parcelas possíveis do gasto público. Sem falar nos problemas de desperdício e corrupção. Por incrível que possa parecer, as decisões(escolhas) públicas no Brasil não são levadas a sério por não serem transparentes e estarem eivadas de vícios. Exemplo de decisão é a de se fazer a Copa no Brasil. Alguém analisou o custo de oportunidade social de se fazer este evento?

Cristiano disse...

Ola Professor,
Nao sei se o Sr. ja parou para pensar nisso mas a cada vez que eu vejo um decisao do atual governo, eu acho essas decisoes mt parecidas com as decisoes que eram tomadas na decada de 60 e 70 pela ditadura militar. Decisoes essas, como por exemplo, credito subsidiado para apenas os "campeoes nacionais", reserva de mercado, inibindo a concorrencia internacional, despreocupaçao com a estabilizaçao de preços. Sera que o futuro do Brasil e voltar ao modelo de crescimento de PSI?
Uma vez, uma professora me incentivou a estudar historia economica para que, dentre outros motivos, o aluno saiba dos erros de politica economica brasileira do passado e entenda que essas politicas economicas nao devem ser repetidas no presente.

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