"Este trabalho tem como objetivo analisar os eventuais efeitos da herança colonial na formação dos municípios brasileiros sobre suas condições atuais de desigualdade de distribuição de terra e renda e sobre a qualidade das instituições. Em particular, empregam-se área, latitude, longitude e a data de fundação para identificar os municípios pertencentes aos territórios das Capitanias Hereditárias (CHs). Em seguida, busca-se estimar se esta característica histórica dos municípios está correlacionada com suas instituições atuais, considerando diversos controles, tais como: área proporcional da capitania; haver pertencido aos ciclos da cana e do ouro; estar no litoral; sua distância em relação a Portugal; tipo de solo; quantidade de chuva; altitude; temperatura média; e as variáveis socioeconômicas municipais. Os resultados sugerem de forma robusta que o município que pertenceu à área destinada às CHs (um aumento de um desvio-padrão) está associado a uma concentração maior de terras (Censo Agrícola de 1996), medida pelo índice de Gini (aumento de meio desvio-padrão), a menores gastos públicos locais e a menor persistência política. No entanto, não se encontrou associação robusta sobre os seguintes indicadores dos municípios brasileiros: desigualdade de renda, Produto Interno Bruto (PIB) municipal per capita, número de agências bancárias públicas, de cartórios e empresas públicas no município, nem na governança local e no acesso à justiça local."
Parabenizo o objetivo dos autores, mas tenho sérias dúvidas sobre a interpretação dos resultados e a própria escolha de variáveis. Mas o meu principal ponto é o seguinte: a variável-chave Indice_CH captura mais os efeitos das emancipações municipais recentes (
que têm uma tremenda variação estadual) do que o legado institucional de quase cinco séculos.
2 comentários:
Olá, vc conhece mais algum bibliografia específica sobre esse tema de capitanias hereditárias e desenvolvimento?
Obrigado
Não. O Shikida aplicou DEA para as capitanias, mas nao deve ser o que vc quer.
http://www.ceaee.ibmecmg.br/working.htm
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