Stewart Brand: favelas são uma coisa boa
Stewart Brand foi a primeira pessoa a usar o termo "personal computer" e tem uma biografia sensacional bio. Nesta apresentação de dois minutos ele apresenta sua visão sobre a pobreza mundial e sobre o potencial das cidades em reduzi-la.
É verdade que os mais pobres dos pobres ainda vivem na zona rural, mas uma grande parcela dos pobres já se mudaram para as favelas. Urbanização não é o problema, é parte da soluçao dos problemas sociais. Lembre-se do que Jane Jacobs e Hernando De Soto nos ensinaram: favelas tem sua própria vitalidade e um imenso potencial em melhorar a vida de seus moradores.
Cliqueaqui para uma fantástica apresentação de 1 hora.
É verdade que os mais pobres dos pobres ainda vivem na zona rural, mas uma grande parcela dos pobres já se mudaram para as favelas. Urbanização não é o problema, é parte da soluçao dos problemas sociais. Lembre-se do que Jane Jacobs e Hernando De Soto nos ensinaram: favelas tem sua própria vitalidade e um imenso potencial em melhorar a vida de seus moradores.
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10 comentários:
Fiquei com medo desse Stewart Brand. Na apresentação de 3 minutos ele não só defende tenta justificar a existência de favelas mas as defende como algo intrinsicamente positivo (e enquanto fala, aparece uma foto de crianças felizes).
Ele também considera mais de uma vez São Paulo como uma cidade oriental (e olha que ele é um especialista na questão urbana).
O vídeo de uma hora estou assistindo agora e continuo aterrorizado.
Alexandre,
O ponto - se eu entendi bem - eh que as favelas sao melhor do que a miseria da vida rural. Nao que eh uma perfeicao.
Concordo que ele forca o ponto, mas eh que ele tem que combater toda uma visao adquirida sobre as favelas e que idealiza a pobreza rural. Como ele mesmo disse: enquanto o Mike "Planet of Slums" soh mostra a face ruim, ele soh mostra as coisas boas.
(O Krugman, na palestra que comentei abaixo, comentou que por pior que sejam as sweat shops de bangladesh, elas sao melhores do que a vida que as pessoas levavam).
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Leonardo,
O Brand parece-me que, talvez propositalmente, difunde a idéia que não há razão de as pessoas se procuparem com a miséria porque os miseráveis estão melhor do que se estivessem morando no campo.
Ele nivela tudo por baixo.
E á completamente absurdo quando ele comenta, empolgado, que não existe desemprego nas favelas. Aquilo é lá tão maravilhoso que até as crianças trabalham! Até as crinças têm emprego! Fiquei com vontade de botar os filhos dele para trabalhar.
E ele, sei lá com que dados (talvez influenciado apenas por uma overdose de "american dream"), que todos lá conseguem juntar dinheiro suficiente para sair da favela. Como a miséria fosse um estado simplesmente temporal. Nem os EUA têm tanta mobilidade social asim!
Estou torcendo para ele falir e ter de morar numa favela brasileira - que ele tanto ama (quando ele fala da favela brasileira aparece, apropriadamente, uma musiquinha bem animada e uma bunda).
Ele me parece ter uma mentalidade brasileira demais, no sentido de olhar a pobreza e pensar: eles poderiam estar pior, pelo menos têm uma televisão, etc.
Na Europa, miséria é considerada uma aberração que deve ser combatida. Não se aceita, procuram-se soluções diariamente.
Esse cara não só aceita o fato como natural, como fica procurando lados positivos (música, pirataria, "gatos").
O único ponto que o cara considera negativo é o impacto ambiental porque (claro!) isso o afeta diretamente.
Enquanto os pobres continuarem vivendo miseravelmente longe dele, tudo beleza, uma maravilha.
Uma coisa é você tentar abordar o tema da miséria de uma forma racional, coisa e tal. Mas esse cara só vê coisas positivas na pobreza!
Alexandre,
Eu acho que vc estah sobreinterpretando as posicoes do cara, mas tudo bem.
A proposito, sobre aquela discussao do multiculturalismo, tem um artigo muito bacana na revista Centrepiece (veja o post do dia 19).
Abracos,
Leo.
Pois é Léo, ainda não tive tempo de ver o vídeo, pois aqui na ANP é bloqueado. COm base no que pesquisei p/a minha interminável tese, o mais importante é a redução do custo de vida e o aumento das possibilidades de geração de renda para os moradores de favelas em áreas urbanas. O sujeito mora perto do mercado de trabalho, o que lhe permite ter menor tempo de deslocamento e gastos com transporte. Além disso, ele ainda pode complementar sua renda realizando outra atividade. Morar na Rocinha, por exemplo, permite maiores possibilidades de obter renda do que na zona rural de Vassouras. As pessoas estão mais próximas dos serviços de saúde e educação, o que gera possibilidades de aumento na expectativa de vida e ascensão social para seus filhos. As favelas em áreas urbanas são muito boas para os que residem nela, porém as externalidades negativas devem ser consideradas. A Rocinha cresceu absurdamente nas últimas décadas e, como resultado, os imóveis de luxo em São Conrado sofreram grande desvalorização. Morar na favela, a despeito dos problemas sociais, traz muitos benefícios para os que nela residem.
Tem um artigo bom na Economist desta semana também.
Aqui
Valeu a todos pelos links e comentarios.
De fato, nos economistas ,por vocacao e por vicio de profissao, sabemos pouco mesmo do que rola nas favelas. Acabamos deixando tudo para os sociolgos e antropologos, enquanto poderiamos dar nosso proprios pitacos.
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