Prêmio Eço, uma síntese
José Paulo Kupfer se supera na coluna de hoje. Meu trecho predileto:
Leitor, por favor, leia a íntegra da obra e comente lá mesmo. Assim, potenciais leitores não-economistas do Nominimo terão um contra-ponto. (Eu sempre penso no dano que um texto como esse faz na mente do leitor de 16 anos, interessado em Economia, e que nao sabe separar o joio do trigo. Eu fui dessas vítimas.)
"Quem pode, a não ser uma política industrial moderna, promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico do parque produtivo?"
Leitor, por favor, leia a íntegra da obra e comente lá mesmo. Assim, potenciais leitores não-economistas do Nominimo terão um contra-ponto. (Eu sempre penso no dano que um texto como esse faz na mente do leitor de 16 anos, interessado em Economia, e que nao sabe separar o joio do trigo. Eu fui dessas vítimas.)
2 comentários:
Escrito lá:
"O problema da política industrial é que, no tempo 0, o estoque de recursos politicamente mobilizáveis (como orçamento) da economia é dado. Ao se determinar uma política industrial, se escolhe que alguns setores vão receber incentivos, e, como o estoque inicial de recursos (como, por exemplo, orçamento) é dado, escolher vencedores significa também escolher perdedores. Por exemplo, dizer que fabricantes de semicondutores vão receber apoio significa que recursos serão extraídos, digamos, da indústria de farmacêuticos. Se o burocrata tivesse informação perfeita e fosse imune à pressão política, essa poderia até ser uma estratégia viável. Infelizmente, o burocrata não tem informação perfeita (e ninguém tem) e é politicamente sensível. Assim, poderíamos esperar que eles fossem influenciados por setores mobilizados, que, não necessariamente são os mais capazes de aumentar o bem estar público (tendo se alguma medida de "bem estar" e de "público"). No caso clássico do Japão, parece que eles escolheram os "vencedores" errados (mineração e agricultura), taxando, para isso, setores como indústria, na qual o Japão viria a se destacar. Tal fato pode ser explicado pela decadência dos setores de recursos naturais, que são escassos no Japão, e que foram capazes de capturar os burocratas e os políticos responsáveis pela definição de política industrial. (NOLAND ,http://www.petersoninstitute.org/publications/wp/wp07-4.pdf) Isso no Japão, onde corruptos se suicidam.
Imagine o que seria uma (outra, além da dos militares) política industrial no Brasil. Seria a festa do rent-seeking!
Além disso, deixar que a sociedade como um todo, através do conhecimento limitado de cada um, definir organicamente o que funciona ou não ("ordem emergente") é uma confissão de humildade. No caso brasileiro, é de se esperar que cada empresário e cada consumidor, agindo descentralizadamente, no final consigam mobilizar mais conhecimento do que, digamos, trinta pessoas num comitê que responde, digamos, a gente como Maluf e Jader Barbalho.
Eu acho que o povo brasileiro é melhor que os seus políticos. Defender uma política industrial é dizer o contrário."
Via Gustibus
Francamente, não consegui entender o que o Kupfer quer dizer... :P Com um especialista em economia assim, não é a toa que portal esteja indo à falência.
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