Terceirização e a Teoria da Firma

Todo mundo tem meia dúzia de artigos que mudam o jeito de ver o mundo. Na minha lista está  Production, Information Costs and Organization (1972) do Alchian e Demsetz (14 mil citações no Google Scholar. Para eles, a firma seria uma ficção legal, uma parte que centraliza vários contratos com agentes que contribuem para o produto final. Da mesma forma que ela compra dos seus fornecedores, também compra serviços dos empregados e mesmo dos seus diretores. (Ok, eles exageram um pouco nas metáforas e em alguns pontos, mas tem um tanto de verdade.)
Não faz sentido limitar a terceirização à atividade-fim da firma. Afinal, tudo seria meio que terceirizado e também a noção de atividade-fim fica difusa. Hoje, uma corporação contrata de outras firmas desde o design, até o suporte pós-venda, passando pela fabricação. Mesmo políticas de fixação de preço já são terceirizadas. 
Um exemplo: quem é que faz um PC da Dell? Não é exatamente a Dell; ela apenas coordenou a produção. Sua atividade-fim não é produzir PCs do início ao fim e sim organizar dezenas de milhares de contratos. Se fosse proibido à Dell terceirizar, ela teria que ser como uma Ford, que chegou a ser dona até das plantações de borracha natural para os seus carros.

3 comentários:

Anônimo disse...

A firma é exatamente isso, mas também não é nada disso.

Leo Monasterio disse...

Anônimo, o pior é que eu concordo com vc. A firma é Coase, Williamson, Simon e até Marglin. Tudo junto.

Anônimo disse...

o fato é que temos várias teorias da firma, e nenhuma teoria da firma, se é que você me entende.

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