Ciência e fraude: um caso recente
Parecia um resultado sensacional. O experimento mostrava que bastaria uma conversa para trocar a posição das pessoas sobre assuntos controversos. O papo com um entrevistador abertamente gay mudaria a opinião do entrevistado e o efeito persistiria no longo prazo.
O problema é que o estudo, tudo leva a crer, é uma fraude. Outros pesquisadores mostraram que o autor inventou os dados. Ou melhor, ele pegou outra base de dados, colocou ruído e inventou a narrativa. O texto que revela a fraude é quase um conto policial. Vale muito a leitura. (Além de vir como código em R!)
Meus pitacos:
O problema é que o estudo, tudo leva a crer, é uma fraude. Outros pesquisadores mostraram que o autor inventou os dados. Ou melhor, ele pegou outra base de dados, colocou ruído e inventou a narrativa. O texto que revela a fraude é quase um conto policial. Vale muito a leitura. (Além de vir como código em R!)
Meus pitacos:
- Isso é a Ciência no seu pior e também no seu melhor. De um lado, mostra que a busca pelo sucesso na profissão pode levar gente inteligente a cometer crimes. De outro, mostra o funcionamento dos filtros da ciência. A fraude foi identificada e os autor será - certamente - punido.
- O evento revela um dos meus medos com os métodos quantitativos novos (randomized control trials, regressões com descontinuidade etc...). Quando a econometria era pobrinha, ninguém acreditava muito nos resultados. Depois da Credibility Revolution, o pessoal compra os resultados sem saber dos problemas do experimento ou mesmo das questões institucionais que foram mascaradas do parecerista. Não quero voltar ao passado, só quero que o ceticismo seja mantido.
Um comentário:
O Jason Kerwin, do Ceteris non Paribus, traz boas razoes para nao perder a confianca no processo cientifico. Do meu ponto de vista, os resultados cientificos tem sido vistos com ceticismo demais se comparados com as alternativas.
https://nonparibus.wordpress.com/2015/05/20/why-do-we-ever-believe-in-scientific-evidence/
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