Wyllys e Bolsonaro: uma relação simbiótica



Se você estiver com muita pressa, pule para esse ponto.

Mercado Popular é excelente

O texto didático sobre a dívida pública está ótimo. Eu gostaria muito que o site fosse conhecido. Justamente por serem tão ponderados e sensatos, os autores não causam têm tanto impacto que os shock jocks internéticos. É uma pena, mas tomara que eles continuem com a mesma postura.

O mundo dos gestores do patrimônio dos muito-ricos-mesmo

Aqui. Ótimo texto.

Maduro


Mau-caratismo:
Burrice:

Política industrial na prática

Quem pede maior realismo nos modelos econômicos não percebe que isso pode gerar resultados que recomendam menos- e não mais-  intervenção do governo. Exemplo: política industrial. Inocentemente, dá para criar um monte de situações que justificariam a intervenção do governo. Agora, se você for mais realista e incluir políticos, grupos de interesse, et caterva no modelo, a recomendação será "olha-eu-sei-que-tem-falha-de-mercado-mas-as-de-governo-são-piores".

Holanda acabou com o sistema de patentes em 1869 por motivos ideológicos

(...) "the central reason why the Netherlands abolished patent laws in 1869 was the ideological link between patents and protectionism; patent laws were at odds with the Netherlands’ commitment to free trade." 
O resultado? A inovação na Holanda mudou de direção para aquelas áreas em que as patentes eram menos importantes. Aprendi isso aqui:
Moser, Petra. "How Do Patent Laws Influence Innovation? Evidence from Nineteenth-Century World's Fairs." The American Economic Review 95.4 (2005): 1214-1236.


Nunca estive em tão boa companhia!

(Na verdade, estou me sentindo um penetra) O trecho está nos agradecimentos do livro do novo do William Summerhill: Inglorious Revolution: Political Institutions, Sovereign Debt, and Financial Underdevelopment in Imperial Brazil

Uma teoria simples da Direita e da Esquerda

A Direita acha que vivemos no zombie-apocalipse e a Esquerda, em uma utopia de recursos infinitos. Na pressa, pule para o trecho "The dead have risen, and they are voting Republican".
A tese é mais apropriada para os EUA, mas achei super bacana.

Não houve "Reversal of Fortune" no nível subnacional

Foi o que encontraram Maloney e Caicedo em artigo recém aceito no Economic Journal. Os lugares do Novo Mundo que eram "ricos" continuaram assim.
"The Persistence of (Subnational) Fortune 
Using newly collected subnational data, this paper establishes the within country persistence of economic activity in the New World over the last half millennium, a period including the trauma of European colonization, the decimation of native populations, and the imposition of potentially growth inhibiting institutions. High pre-colonial density areas tend to be denser today due to locational fundamentals and agglomeration effects: colonialists established settlements near existing native populations for reasons of labour, trade, knowledge and defence. These areas, identified with pre-colonial prosperity, also tend to have higher incomes today suggesting that at the subnational level, fortune persists."
Versão aberta aqui.

Os três princípios da Escola de Chicago

Disse o Harberger:
 “First, the world is so complicated, so unfathomably complex, that we need theory to make sense of it,”
“Second, theory is useful only to the extent that it helps us predict outcomes.”
“Third, make sure that market forces work. I liken market forces to wind and tides. It’s at your own peril that you try to defy them.” 
Vale muito a pena ler o texto, ver as fotos e o vídeo. Ótima a história de como as carinhas achavam que o multiplicador do gasto do governo era 5, até o Harberger estimar e encontrar 1,1 .
(Dica do Thales Zamberlan, doutorando da USP, que está aqui na UCLA)

Contra pesquisas de opinão

91% dos brasileiros querem "exame da ordem" para médicos. Se perguntassem: 'Você gostaria que as ruas fossem calçadas com chocolate?", eu acho que uns 99% diriam que sim (eu, inclusive).
A propósito, se o problema fosse a qualidade dos formados, que tal testar todos e não apenas os recém-entrantes?

Chamada de artigos: Revista História e Economia

"A Revista interdisciplinar História e Economia é uma publicação semestral impressa do Instituto de História e Economia. A proposta do Conselho, formado por professores da USP, UFF, Unicamp e outras importantes universidades, quando criou o Instituto, foi resgatar e incentivar uma parte da nossa pesquisa pouco privilegiada nos centros acadêmicos, como a História Comparativa, a História Econômica e a História Política. Receberemos artigos até o dia 30 de novembro de 2015. Os artigos serão publicados no v. 15, 2 º semestre de 2015.Os artigos devem ter no mínimo 20 páginas e ser enviados para o e-mail revistahistoriaeconomia@gmail.comA Revista dedica-se à publicação de trabalhos nas áreas de Economia, História Econômica, História Política e História da África. Publicamos somente textos originais, aceitando em casos especiais, a publicação simultânea em revista estrangeira. Recebemos artigos em português, inglês, espanhol ou francês.
Os artigos poderão ser referentes a quaisquer países ou regiões. Todos os artigos serão publicados no idioma em que foram escritos."

Eu já publiquei lá e foi uma experiência muito boa. Ótimos pareceres e sugestões. 

As críticas à Economia

Criticar a Economia é um esporte tão antigo quanto a própria ciência. O Noah Smith reuniu as críticas e as refutou (quando apropriado). Prático para mandar para aquele teu amigo que se acha super radical por chamar a Economia de "irrealista e ideológica".

Contra a regra dos 2 desvios

A maior parte das minhas frequentes violações da regra foi causada por falta de auto-controle e procrastinação. Pensando bem- contudo -  eu consigo argumentar que há uma situação em que é defensável violar a regra dos dois desvios.
Em um debate público, apresentar um fato, evento, ou evidência que mostre que o outro lado está errado serve para mostrar aos que acompanham o debate o quão sem-noção é o infrator. Quem disse o absurdo não mudará de opinião, mas perderá a credibilidade.  Apresente o fato e não bata-boca.

Quem é o culpado da crise?

Homer Simpson ensina como se livrar da culpa. Bart também tem boas lições sobre como se safar. 

Congresso de Economics and Human Biology em Tuebingen, Alemanha

Economics and Human Biology
Tuebingen, October 15-16, 2016

Call for papers
This two-day workshop focuses on Economics and Human Biology. The conference is devoted to the exploration of the interrelationships between socio-economic processes and human beings as biological organisms.
Themes include:
  • The impact of socio-economic processes, such as industrialization, urbanization, agricultural policy, technological change and commercialization and the degree of penetration of the world food system on biological welfare and health outcomes.
  • The effects of government intervention programs, as well as macroeconomic and public health policy on the human organism at either the individual or the population level.
  • Feedback effects from human biological outcomes to economic growth at the national, regional and local levels insofar as healthier individuals invariably lead longer, more creative, and more productive lives, thereby influencing the course of economic development.
  • The complex symbiotic relationship between such anthropometric indicators as weight, birth-weight, physical stature and the body-mass-index, as well as morbidity and mortality, on the one hand and socio-economic processes or events on the other.
  • Overweight and obesity: Causes and consequences.
  • The measurement of poverty, malnutrition and psychological deprivation and the role of health and income inequality in the persistence of poverty traps.
  • Health and the impact of resources since antiquity.
  • The biological components of the quality of life: how well the human organism itself thrives in its socio-economic and epidemiological environment.
Contributions in auxology, anthropometry, biocultural anthropology, demography, development economics, economic history, epidemiology, health economics, human biology, human nutrition, health sciences, medicine, physical anthropology, public health and sociology are welcomed, as long as the contributions advance the study of the relationship between economics and human biology.
We will have two deadlines, November 15th, 2015 and May 1st, 2016 (one third of the slots will go to early submissions). Papers or abstracts (200 words, noting main data sources and hypotheses) should be send to Joerg.baten@uni-tuebingen.de . All submissions will be acknowledged. An international committee will decide. Notices of acceptance will be sent to corresponding authors by November 30, 2015 and May 15, 2016, respectively.
Separate applications for travel funding and accommodation are welcome until March 1st 2016. The involvement of young scholars is strongly encouraged.

"How to Read a Paper " por Trisha Greenhalgh

O livro é voltado para a área de Epidemiologia (o subtítulo é: "the basics of evidence based medicine"). Há um versão preliminar como paper.
Eu o recomendo para todo mundo, inclusive para qualquer um que possua um corpo físico. É sensacional.

Nunca confie em pesquisas de satisfação

Mestre Elio Gaspari diz que falar mal do SUS é "vício irracional", porque os usuários do SUS não o acham tão ruim quanto os que não o usam.
Nem poderia ser diferente, né? Existe um grave problema de viés de seleção. Os clientes da pizzaria batepapo certamente gostam de lá. Ou o público da Família Lima deve achar que eles são audíveis. E assim por diante.
Na verdade, o caso do SUS é pior porque seus clientes não tem lá muita alternativa. O próprio Gaspari relata que 53% dos usuários acham o SUS "ruim" ou "péssimo". Ou seja, com um pouquinho mais de renda, os pacientes fugiriam do SUS. Além disso, como confiar no que as pessoas respondem? (Eu mesmo sou campeão de elogiar a comida horrível em restaurantes que abominei e também aperto o botão de "satisfeito" sem qualquer motivo). 
O SUS é bom? Sei lá, mas não é perguntando aos clientes que você vai descobrir. Imagino que existam medidas objetivas mais apropriadas: tempo na fila, sobrevida, infecções e outras coisas do gênero. A propósito, o super curso do Alexandre Chiavegatto Filho deve ter muito a ensinar sobre isso.

Por que um heterodoxo sincero pode defender o ajuste fical?

Esse paper apresenta um mecanismo possível (o velho: "Viu? Eu te disse!"):
"Machieavellian Experimentation" por Xie e Xie
Abstract
This paper proposes a mechanism in which, instead of intensifying disagreement, polarization of beliefs could eliminate political gridlock: Significant political payoffs from being proven correct by policy experimentation could drive decision makers who disbelieve in the new policy to agree to policy experimentation, since they are confident that the experimentation would fail and increase their political power. We formalize this mechanism in a collective decision making model in the presence of heterogeneous beliefs in which any decision other than the default option requires unanimity. We show that this consideration of political payoffs can eliminate the inefficiency caused by unanimity when beliefs are extremely different, but could also create under-experimentation when beliefs are slightly different. We illustrate the empirical relevance of the mechanism in two examples with historical narratives: the decision making process of the Chinese leadership during the country’s transition starting in the late 1970s and the disagreement within the leadership of the Allied Forces on the Western Front of World War II in the autumn of 1944.

Nova geração de historiadores econômicos na Califórnia

O seminário-  está rolando agora-  tem papers para todo gosto: emigração irlandesa, concurso público na China, cervejarias durante a Lei Seca e muito mais.

"A Estabilidade Da Desigualdade entre 2006 e 2012: Resultados Adicionais" por Pedro Souza e Marcelo Medeiros

Aqui e a matéria no Valor.
Fofocas:

  • O Pedro está em Berkeley, trabalhando com Emmanuel Saez e cia.
  • Do pouco que sei sobre o que Pedro e Marcelo estão preparando, já posso antecipar que eles revolucionarão o estudo da evolução da desigualdade no Brasil no século XX. Sim, no século XX.

Você confia nos cientistas?

Nos EUA, 88% e 87% dos cientistas acreditam que os transgênicos são seguros e que o aquecimento global foi causado pelo ser humano. Já no público em geral é mais """cético""": só 37% e 50% creem nas afirmações anteriores, respectivamente.
Como será o perfil de quem acredita ou não nessas afirmações? Meu chute:

Transgênicos são seguros
Sim Não
Aquecimento global
foi causado pelo ser humano
Sim Congratulações!
Você é coerente e segue a opinião majoritária
dos cientistas.
Incoerente. Aposto que você é "de humanas", não é?
Não Incoerente. Desconfio que você é contra o aborto e a favor da pena de morte. Coerente, mas você é uma raridade. Você desconfia da Ciência e deve usar um daqueles chapéus de alumínio para se proteger das ondas do wifi.

O jeito fácil de fazer upgrade no R

Diversos

Não é só no Brasil que o sistema tributário tem maluquices

Sujeito cai na farra, paga a noitada dos amigos, volta para casa na segunda-feira, liso,

e precisa fazer fiado na padaria. Em casa, se justifica:
"Comprei fiado porque precisava trazer o pão das crianças. Sou responsável"
[Tenho mesmo que parar de ler jornal]

Licões de vida com Franz Ferdinand + Sparks FFS

Estou na fase de achar sentido em letras pop. A colaboração inusitada dos caras do Franz Ferdinand com os coroas malucos do Sparks tem me fornecido muito material.
Tenho sorte com os meus coautores. Nunca briguei e sempre achei que eles trabalharam mais do que eu. De qualquer forma, vou guardar essa música para momentos de frustração:



Já esse trecho de Piss Off pode servir em uma infinidade de situações: desde seminário acadêmicos até à situação política brazuca:
"It's always inexplicable
It's inexplicable
But still they're eager to explain
It's always inapplicable
It's inapplicable
But they'll apply it all the same
It's always irrefutable
It's irrefutable
But still their arguments remain
Get to the point and point to the open door
Get right to the point and there's the door"

"The longevity of famous people from Hammurabi to Einstein" de la Croix and Licandro

Sobre o Nobel 2015

  • Confesso que nunca li o Angus Deaton.  (Mas The Great Escape estava já no meu carrinho de compras da Amazon. Não é nada, não é nada... não é nada)
  • Hoje é o dia do ano em que alguns caras, geralmente vindos de áreas ainda mais 171, dirão que Economia não é ciência, não há prêmio Nobel de Economia...  e outras chatices.
  • Segura firme, Baumol!

Governo está certo em cortar o seguro defeso

Em 2010, o número de "pescadores" que recebia a bolsa pesca era o dobro do registrado no Censo. Detalhes  aqui e aqui .
Sobre o problema ecológico de suspender o período de defeso, eu nada entendo. Mas, pelo que li sobre a decisão, a suspensão não atingiu qualquer espécie que estivesse atualmente com a pesca proibida.

Diversos


William Baumol, meu voto para o Nobel de Economia de 2015

Caros suecos, ele está com 93 anos! Se não for agora, quando?  Suas pinturas não são lá grande coisa, mas a obra econômica é sensacional.


Quem manda é o acaso

Em 2000, a LRF não caiu por um voto, porque o Marco Aurélio Mello mudou de ideia.
(Outra peculiaridade brasileira: o keynesiano José Roberto Affonso, mestre pela UFRJ, doutor pela Unicamp, foi o maior defensor da LRF).

Judea Pearl

Estou estudando Casuality, o livro do Judea Pearl, para a disciplina "Logic, Causation, and Probability". Dessa vez, eu espero realmente aprender. O cara é brilhante. Leiam só o discurso  "The Art and Science of Cause and Effect" (as ilustrações são ótimas).
Eu só fiquei chateado porque descobri ontem que ele é pai do Daniel Pearl, o jornalista que foi sequestrado e morto no Paquistão. Coitado. 

E tem gente achando que criticar a sociedade de consumo é novidade:

'In the ancient world, "men were... forced to labour beacuse they were slaves of others; men are now forced to labour because they are slaves to their own wants"
Sir James Steuart, em Inquiry into the Principles of Political Economy, 1767.  Repito:  mil-setecentos-e-antes-da-invenção-da-comida-em-lata. Citação no Allen.

Diversos


"In England, the proportion of the population who could sign their name rose from about 6 % in 1500 ...

to 53% in 1800". Fonte: Allen, 2009.

Laffer, Cheney e Rumsfeld

A Curva de Laffer existe, mas na mão dos políticos e dos economistas irresponsáveis é um perigo. Eles sempre dizem que estamos à direita do máximo de arrecadação: ou seja, uma redução das alíquotas levaria a um aumento da receita do governo, uma vez que a atividade econômica seria estimulada. É a fantasia atraente supply-sider. (A fantasia simétrica keynesiana é: "se gastarmos mais, o PIB aumenta mais que proporcionalmente e a arrecadação também. Festa!")
O repugnante vídeo abaixo, com o próprio Laffer, Donald Rumsfeld e o Dick Cheney, mostra o nascimento dessa ideia perigosa. (O jantar da trinca deve ter sido concentração de mau caratismo da história, só comparável talvez ao dia em que Nixon jantou sozinho.*)
* A frase original.

Diversos


"Impactos de Contágio do Setor Real no Sistema Financeiro"

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