Conhecendo seus parentes com o Google

Eu acho a invenção do Google tão importante quanto a do arado. Agora, o Google images sabe encontrar só rostos. Se você procura "Monasterio" encontrará um monte de imagens de mosteiros, acrescente "&imgtype=face" na linha de endereços e só rostos surgem. OK, é inutil, mas interessante pra caramba.

Subdesenvolvimento e Desenvolvimento no Brasil

O livro de Nathaniel Leff é bom demais. São dois volumes com ótimas aplicações de Teoria Econômica e Econometria à História Brasileira. Eu só consegui a minha cópia no sebo. Agora, por acaso, descobri que ele está à venda.

Londres para Economistas - I



Visite Jeremy Bentham na UCL. Na seqüência, tome uma cerveja utilitária no pub que leva o seu nome.

O Dia da Liberdade dos Impostos Ajustado

26 de maio foi o Dia da Liberdade de Impostos no Brasil. No Reino Unido, a data é comemorada na semana que vem e na Suécia, só em Agosto.
Isso significa que os bretões e os suecos estão pior do que a gente? Claro que não. Proponho, então, o Dia da Liberdde de Impostos ajustado. Ou seja, além da carga tributária, somaríamos tudo que é gasto com saúde, educação básica e segurança privadas. Ele seria um indicador mais preciso da real relação entre Estado e sociedade no Brasil.

Tratar variáveis discretas como contínuas

Eu admito que vejo o pessoal da Estatística como a polícia da econometria. Se começamos a agir irresponsavelmente, eles intervêm e põem ordem na casa. (Claro que falo de uma polícia decente. Se fosse a polícia carioca, por exemplo, ele forjariam erros não-normais nas regressões dos economistas e depois os achacariam).
Dessa vez, contudo, Andrew "Multilevel" Gelman me me surpreendeu. Ele escreveu que não há problema, em princípio, em tratar variáveis discretas como se contínuas fossem. Eu pensava que isso era um crime só cometido pelos membros mais descuidados da nossa irmandade.

Heterodoxia Versus Ortodoxia

"Cuide do seu programa de pesquisa e não atire pedra no vizinho", isso foi o que me ensinou Ramón Fernández na suas aulas de Metodologia da Economia. Existem tantas coisas interessantes para pesquisar, por que perder tempo apontanto os problemas dos outros?
Por essa razão eu acho completamente chato o debate que os top econ bloggers estão envolvidos. Na verdade, nem sei porque estou escrevendo este post...

Delfim e a Cliometria

A leitora Cyrene Santanna O Marcelo Passos* me mandou uma ótima colaboração lembrando que o pai da cliometria brasileira deve ter sido o Delfim Netto na sua tese de Doutorado. Ela Ele reproduziu um trecho jóia da entrevista do Delfim no livro "Conversas com Economistas Brasileiros" :
"Na introdução de sua tese de doutorado ( "O Problema do Café no Brasil", de 1959), o senhor afirma que a aproximação metodológica que lhe parece mais fecunda é a histórica. Como o senhor vê essa abordagem hoje em dia?"

Resposta do ex-czar: " Era uma combinação de história com método quantitativo. Continuo achando que essa é única forma de tentar entender a realidade. Primeiro porque um fato objetivo é extremamente duvidoso, a realidade é a que eu vejo, que tem explicações que não históricas na sua origem. Para entendê-la, provavelmente, é preciso alguma forma de discriminar os fatos, que é quantitativa. Como é que eu sei que o preço influi na demanda de café? Só tem um jeito: pegar o que suspeito que seja a demanda, fazer todas as correções possíveis e comparar com um preço. Que preço? Existem trezentos preços! Aí é que é a arte: como escolho essa quantidade, como escolho esse preço. E depois vejo que esses dois negócios têm uma certa correlação. Eu nem sei se é causa e efeito, o que sei é que estão ligados de uma certa forma, provavelmente tem uma outra variável lá atrás produzindo essa ligação. Não há outra forma de aproximar, não adianta, ficar imaginando."


Obrigado Cyrene, Marcelo.

* O e-mail que eu recebi estava em nome da mãe do Marcelo, Cyrene. Parece que, no domingão familiar, ele usou o computador da mãe e eu acabei me confundindo. Confusão desfeita, eu agradeço também a D. Cyrene porque criou um economista, né? :-)

V Encontro Nacional da Assoc. Brasileira de Estudos Regionais

Eu fui aos três primeiros e todos foram ótimos. (Por alguma razão, o membros da ABER são especialmente gente boa e o papo é jóia). O próximo será no Recife, em Outubro, e o prazo para envio de resumos termina em 30 de Junho.

"Inequality and Poverty in Latin America: A Long-Run Exploration"


Leandro Prados apresentou um paper hoje no LSE Economic History Seminar . Sua principal conclusão é que a desigualdade mudou muito nas América Latina durante o século XX. Ele mostra que o grosso do incremento da desigualdade aconteceu no pós II Guerra. Portanto, é equivocada a visão da ALatina como desigual desde sempre. Na verdade, ele mostra que a desigualdade no nosso continente seguiu uma trajetória parecida com a da Espanha até os anos 60, quando tomaram rumos distintos.
(Clique no gráfico acima para ver a evolução do Gini na AL)

Curso Preparatório para a ANPEC

Para a garotada que vai enfrentar a prova no próximo mês de Outubro:

"IEPE recebe inscrições para curso da ANPEC

O Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (IEPE) está recebendo inscrições para os módulos do curso de preparação ao exame do Programa de Pós-graduação em Economia (mestrado e doutorado), promovido pela Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação em Economia. A programação está dividida nas áreas de Matemática, Microecomia e Macroeconomia. As aulas serão ministradas aos sábados, das 9h às 12h e das 13h15 às 16h15, na Faculdade de Economia (Av.João Pessoa, 31-Campus Central). Inscrições e mais informações pelos telefones 3308.3884 e 3308.3440 ou pelo e-mail:sanguine@ufrgs.br"

O Mundo à Noite


Essa imagem remete ao Economic Globe e virou um cliché visual. Contudo, tem duas coisas que valem a pena apontar:
- Pessoas (e o desenvolvimento) estão aglomeradas na costa dos continentes;
- Países não existem, só regiões. Eu penso que Jane Jacobs,Michael Storper e Paul Krugman concordariam com essa afirmação.

Ken Sokoloff


Kenneth Sokoloff faleceu hoje. Ele era um historiador econômico excelente,muito produtivo e extremamente simpático.
(A propósito, um dos primeiros posts desse blog era sobre um de seus papers)

Empreendedorismo e Desenvolvimento

Cláudio Shikida, meu amigo e ex-co-bloggeiro, escreveu hoje em um post muito interesssante:
"...há que se remover as barreiras institucionais, mas há que se pensar também no porquê da mentalidade do brasileiro ser tão anti-empreendedora."

Eu discordo totalmente. Antes de tudo, os brasileiros são tão empreendedores quanto qualquer outro povo. O que muda são as restrições e os incentivos. O que é o tráfico de drogas senão o desejo de ficar rico enfrentando riscos altíssimos e trabalhando duro? A pesquisa que motivou o post do Cláudio mostra apenas que os universitários não são doidos. É melhor um emprego público do que se arriscar a ser empresário no Brasilzão.
Além disso, eu sou cético acerca da idéia de que a falta de empreendedorismo, por si só, é empecilho ao desenvolvimento. Li outro dia um trecho do Gerschenkron que diz o seguinte:
The generalization may be ventured that adverse social attitudes towards entrepreneurs do not significantly affect the process of Industrialization unless they are allowed to become crystallized in governmental action.

Ou seja, a postura anti-empreededora só é importante quando é capaz de mudar as instituições.

King Hong


Fonte.

O Globo Econômico






Lindo. Eu poderia ficar horas olhando.
Fonte.

76.000.0000.0000.0000

Esse foi o ganho de produtividade na capacidade de computação nos últimos dois séculos. William Nordhaus manda bem novamente.

Salários e Produtividade no Brasil

Renato Colistete está com um paper bem legal no último número do Journal of Economic History. Ele pergunta: por que os salários não acompanharam o crescimento da produtividade do trabalho no pós-II Guerra no Brasil? Resposta: os comunistas e os anti-comunistas. Os sindicatos eram dominados por esquerdistas radicais e os industriais evitaram as negociações:
"Brazil never experienced a corporatist accommodation between labor and managers based on shared goals of economic growth and real wage increases tied to productivity.
Instead it witnessed a widening gap between wages and productivity"

Eu recomendo fortemente a leitura do paper! Mas você deve ir rápido, porque só o número mais recente do JEH fica disponível de graça.

"Micro e Macro" por Marcelo Passos

Marcelo Passos é um dos caras mais legais que já conheci. Ele é tão economista que seu cachorro se chama Adam Smith; e é também um carioca exilado. Marcelo mandou a seguinte colaboração que resume bem o momento brasileiro:
"Macro e micro

Risco país no fosso, Bolsa na estratosfera, os menores juros reais da
história econômica recente, recuperação da renda dos mais pobres, retomada
sustentável da atividade industrial.

Crescimento, na comparação internacional, ainda baixo. Inflação controlada.
Câmbio real em queda vertiginosa, mas seguindo a tendência internacional.
Nível expressivo de reservas.

Corrupção galopante. Sistema jurídico que garante a impunidade. Inexistência
de marco regulatório para investimentos em infra-estrutura. Burocracia
perversa. Níveis alarmantes de insegurança pública. Bandalheira geral na
política.

Macroeconomia bem. Microeconomia mal.

O Brasil dá certo no atacado.

E no varejo?

O Rio de Janeiro é realmente lindo olhado do Cristo Redentor...

Marcelo Passos"


Obrigadíssimo!

Um bom dia para o Prêmio Eço

O Cláudio me mandou vários candidatos. Gracias! Tem jornalista chamando a Eliana Cardoso de ortodoxa e o Paulo Nogueira Batista Jr defendendo o aumento da meta de inflação para combater a valorização do real.
Ainda tem mais. Luis Nassif, um usual suspect, escreveu:
R$ 1,80 por dólar é o câmbio que zera a conta corrente. Teoricamente seria o câmbio de equilíbrio se o Banco Central deixasse tudo solto.

(O mesmo Nassif passou dos limites, mas essa eu não tenho coragem de reproduzir aqui).
Para recuperar o cérebro de tanta besteira, sugiro uma lida no post de hoje do blog do Alexandre Schwartsman.

Esqueça Wolfowitz

... e clique aqui. B-Span é o serviço de vídeo do Banco Mundial . Você pode assistir Acemoglu falando sobre crescimento e instituições, Stiglitz sobre desenvolvimento brasileiro, Aghion sobre o modelo de Solow model e assim por diante.

Off-topic: Objetivo pessoal número 28281919

Ler todos os livros ganhadores do prêmio da Royal Society de divulgação científica.

Cliometria na Colômbia (e no Brasil)

La Cliometria en Colombia: Una Revolución Interrumpida é um paper muito interessante de Adolfo Meisel.
Um trabalho sobre cliometria no Brasil teria o mesmo título. A propósito, é intrigante que pesquisadores brilhantes como Gustavo Franco, Delfim Netto, Pedro Carvalho de Mello, Claudio Haddad, entre outros, desistiram da história econômica e deram outros rumos às suas carreiras. (A razão óbvia - e perfeitamente legítima - é dinheiro, mas então teríamos que perguntar por que eles escolheram História Econômica em primeiro lugar ).

Containers

Que beleza! Representa os 75.000 containers que passam diariamente nos portos norte-americanos.


Veja a foto ampliada:



Fonte. Via boingboing.

Off-topic: Meias no Inverno

A revista alema Der Spiegel publicou um artigo debochando os britanicos. Dentre os habitos criticados estao:
"The drinking of very much beer in a very short time, going for a walk without socks in winter, the delusion that 42 years after its last win, the national soccer team belongs to a world elite - and, of course, the fact that the Hun is still enemy No 1 - even in the age of Osama bin Laden."

Caminhar sem meias??? Qual eh o problema nisso???

Duas sugestões de livros

Making History Count: A Primer in Quantitative Methods for Historians de Feinstein & Thomas é ótimo também para os economistas

The Practice of History de GR Elton: é o melhor livro de não-ficção sem tabelas, gráficos ou mapas que eu li em um bom tempo. Talvez todos os historiadores já o conheçam, mas para mim foi uma ótima surpresa. Um historiador não-quantitativo escrevendo com sabedoria e estilo sobre a metodologia e a prática de História.

Tráfico de escravos era um negócio Luso-Brasileiro


Número de escravos embarcados por bandeira do navio. Fonte.

Voyages: the trans-atlantic slave trade database



Ótimas noticias! O fantástico banco de dados do Professor Eltis foi expandido e está on-line e gratuito! The interface é sensacional e agora o banco de dados tem informação sobre mais de 35.000 viagens que desembarcaram 17,7 milhões de escravos nas Américas.
Faz uns dois meses o Prof. Eltis apresentou um seminário no Instituto e eu o agradeci pessoalmente, mas me sinto obrigado a repetir: muito obrigado ao Professor e a todos que trabalharam nesse projeto !

Interpretação de termos multiplicativos

No post sobre variáveis dummy o leitor Barnabé comentou que termos multiplicativos nas regressões também costumam ser mal interpretados . Ele sugere este paper sobre o assunto. Obrigado!

Joost - Convites

Joost™ the best of tv and the internet
O que você faz quando tem US$2.6 bilhões na conta do banco? Você cria o Joost. Essa é a nova obra dos criadores do Kazaa e Skype. É gratuito e a qualidade da imagem e interface são muito melhores do que qualquer outro serviço.
Eu sou um beta tester e tenho convites disponíveis. Quem quiser ser convidado, basta me mandar um e-mail ou comentar aqui no blog.

Pequena contribuição ao Prêmio Eço

Uma curta contribuição ao Prêmio Eço cometida por Reinaldo Azevedo :
A Fipe foi uma das primeiras fundações a se interessar por microeconomia no Brasil — ou pela chamada “economia real”.

É... Ignorânça econômica conservadora também existe.

Claudia Goldin, Cachorros e o Dia das Mães

Ela é uma das maiores historiadoras econômicas que já existiu. Seu livro sobre economia da escravidão urbana ainda é uma leitura obrigatória. Nas décadas seguintes sua atenção se voltou para a questão dos estudos de gênero. Em um de seus papers (com Cecilia Rouse) famosos ela mostrou como a criação de testes "cegos" (em que o músico não é visto) diminuiu a discriminação de gênero nas orquestras.
Hoje ela criticou os estudos que estimam o salário das mães somando o valor de mercado de suas tarefas diárias:
"What about my dog’s annual salary? She guards the house and warms the bed (Al Gore would approve — no electricity used). She cleans the floor — really well — if something spills. She’s my personal trainer and lowers my husband’s blood pressure. She heals as well as heels. Tally up that sum.”
Via Brad DeLong.

Economia e a Mente Primitiva

As posturas anti-imigração e a protecionista são o resultado da nossa mente primitiva. A descrição do problema e a sua solução são apresentadas por Paul Rubin :
All humans growing up in a normal environment learn to speak, but reading must be taught because it does not come naturally. Folk economic beliefs are like speech -- we get them without trying. A deeper understanding of economics is like reading -- it must be taught.

Via Greg Mankiw's Blog.

Deirdre McCloskey: The Secret Sins of Economics

...está disponível de graça para download. Deirdre tem o melhor estilo que a Economia já viu e esse seu texto é obrigatório. Sugiro uma visita ao seu novo e completo website . Nunca pensei que uma lista de leitura de Microeconomia pudesse ser, ao mesmo tempo, tão interessante e divertida. (Se você está lendo este blog já sabe da sua inusitada biografia, não sabe?)

II Research Workshop on Institutions and Organizations

Aí vai o Call for Papers. Valeu, Ramón.

Windows e Linux

Comprei um novo notebook em Janeiro. Ele veio com Windows XP instalado, mas eu recebi o direito de um upgrade gratuito para o Vista. Depois de 4 meses, vários e-mails, telefonemas e 40 reais (taxa de entrega), eu ainda não recebi o DVD do Vista.
Um amigo meu dizia que Linux era "hippismo mal-curado". E eu, como economista, acreditava que direitos de propriedade bem definidos são essenciais para a inovação. Contudo, depois de ver este vídeo do Ubuntu + Beryl e percebendo que gente muito espertamudou para o Linux, penso que meus dias de Windows estão contados.

Update: Hoje recebi um e-mail dizendo que já postaram o DVD. Chega em 3 semanas. Deve ser entregue por tropeiros, imagino eu.

Chamada de trabalhos

Eustáquio Reis (IPEA), Moramay López Alonso (RICE) e eu somos os organizadores da sessão abaixo no I Congreso Latinoamericano de Historia Económica (Montevidéu, December 2007). Nós estamos recebendo papers sobre o tema da sessão e 31 de Julho é o prazo para que os resumos nos sejam enviados. Por favor, encaminhem este post para aqueles que vocês acham que possam se interessar em participar.
Disparidades Regionales en América Latina: perspectivas históricas

Este simposio reúne trabajos que combinen las perspectivas regionales con estudios históricos y los métodos de análisis espaciales en la búsqueda de explicaciones para los orígenes de las desigualdades regionales en América Latina. Las persistentes y profundas disparidades regionales en los países de América Latina siguen siendo un tema relevante para la investigación histórica. En grades líneas, la importancia asignada a la herencia de las instituciones coloniales vis-a-vis los patrones del crecimiento exportador primario del Siglo XIX o del proceso de industrialización que se consolida en el Siglo XX siguen como cuestiones en abierto. No obstante lo mucho que se avanzó en los últimos años, hay mucho que hacer en términos teóricos, analíticos y sobretodo de calidad de los datos utilizados. En este sentido, el simposio busca explorar las posibilidades de investigación inspiradas por la nueva geografía económica aplicadas a las nuevas bases de datos espacialmente desagregadas. Además de esto, serán considerados estudios que destaquen los aspectos históricos del origen de la diferenciación espacial y desigualdad interna en los países latino americanos.

Você é rico

(...) mas se acha classe média, né? Se a sua renda familiar per capita for maior do que R$815, você está entre os 10% mais ricos do Brasil. Lembrei desses dados, ao ler o post do Dani Rodrik mostrando que é melhor ser pobre em um país rico do que rico em um país pobre.
A propósito, parabéns se você ganha mais de R$3150. Você está entre os 1% mais ricos do Brasil. Clique aqui para saber a tua posição na distribuição de renda no mundo. E você se achava duro. Não fique triste, já foi bem pior.

Carimbos, Instituições e Crescimento

Até 1855 era obrigatório carimbar cada jornal publicado em Londres. Repito: cada exemplar tinha que ser fisicamente carimbado na Stamp Office. Ontem eu fui na Somerset House, o lugar onde essa maluquice era feita.
Talvez Gregory Clark esteja certo, boas instituições não são essenciais para o crescimento econômico.

Saúde e Crescimento Econômico

O paper de Arora (2001) me convenceu do papel da saúde para promover o crescimento econômico. Esse interessante post, aponta para o estudo de Bloom, Canning e Sevilla. Eles estimam que cada 10% de aumento na expectativa de vida gera um aumento de 0.3-0.4% na taxa de crescimento.

Prêmio Eço, aí vai mais uma entrada

Confissão: tenho uma atração mórbida por ler besteira. Ontem, li isso. Uma grosseria só, mas o que doeu nos meus calejados olhos foi:
Ora, as economias mais pujantes do mundo abandonaram políticas assistencialistas por serem pujantes, e criarem empregos em profusão.

Coçando a cabeça, perguntei nos comentários:"Pela amor de deus, Nassif, onde aconteceu isso?". Resposta:
"É um axioma, Léo"

Dureza, não?

Sociedade Cliométrica Francesa

O site está aqui. A Sociedade apóia o mais novo jornal da área Cliometrica: Journal of Historical Economics and Econometric History.

Review of Regional Studies - Special Issue

A lista de artigos no próximo volume da RRS é bem impressionante. James "Spatial Econometrics Toolbox" LeSage é o editor convidado.
  • Arthur Getis Introduction to the Special Issue
  • Sergio J. Rey and Luc Anselin PySAL: A Python Library of Spatial Analytical Methods
  • Daniel A. Griffith Spatial Structure and Spatial Interaction: 25 Years Later
  • Michael Sonis and Geoffrey J. D. Hewings On the Sraffa-Leontief Model
  • Roberto Patuelli, Simonetta Longhi, Aura Reggiani, Peter Nijkamp and Uwe Blie A Rank-order Test on the Statistical Performance of Neural Network Models Regional Labour Market Forecasts
  • Cem Ertur, Julie Le Gallo and James P. LeSage Local versus Global Convergence in Europe: A Bayesian Spatial Econometric Approach

A interpretação das dummies

Qual é o erro que vários grandes economistas cometeram? Halvorsen and Raymond mostram que Robert Lucas e Zvi Griliches -dentre outros- se equivocaram na interpretação dos coeficientes das dummies em regressões semilog .
Halvorsen, Robert & Palmquist, Raymond, 1980."The Interpretation of Dummy Variables in Semilogarithmic Equations,"American Economic Review, American Economic Association, vol. 70(3), pages 474-75, June.
A interpretação do coeficiente b de uma dummy não é um mudança de b*100 na variável dependente. A interpretação correta é (exp(X)-1)*100. Para pequenos valores de b, não tem problema. Mas a diferença cresce quando o valor absoluto de b se afasta de 0.
Sim, eu acho que já dei esse tropeço. Bom, pelo menos estou em boa companhia.

Launchy

Inicie qualquer programa sem tocar no mouse. Essencial, uma maravilha, e é de graça.

O mundo fica mais rico e...

... anda mais rápido. Em uma década, a velocidade do caminhar aumentou 10%. Isso foi o que mostrou o novo estudo de Robert Levine. Claro, não? Como o custo de oportunidade do tempo fica maior, aumentamos o passo. Vejam a lista das cidades em ordem decrescente:
1) Singapore (Singapore); 10.55

2) Copenhagen (Denmark); 10.82

3) Madrid (Spain); 10.89

4) Guangzhou (China): 10.94

5) Dublin (Ireland); 11.03

6) Curitiba (Brazil); 11.13

7) Berlin (Germany); 11.16

8) New York (US); 12.00

9) Utrecht (Netherlands); 12.04

10) Vienna (Austria); 12.06

11) Warsaw (Poland); 12.07

12) London (United Kingdom); 12.17

13) Zagreb (Croatia); 12.20

14) Prague (Czech Republic); 12.35

15) Wellington (New Zealand); 12.62

16) Paris (France); 12.65

17) Stockholm (Sweden); 12.75

18) Ljubljana (Slovenia); 12.76

19) Tokyo (Japan); 12.83

20) Ottawa (Canada); 13.72

21) Harare (Zimbabwe); 13.92

22) Sofia (Bulgaria); 13.96

23) Taipei (Taiwan): 14.00

24) Cairo (Egypt); 14.18

25) Sana (Yemen); 14.29

26) Bucharest (Romania); 14.36

27) Dubai (United Arab Emirates); 14.64

28) Damascus (Syria); 14.94

29) Amman (Jordan); 15.95

30) Bern (Switzerland); 17.37

31) Manama (Bahrain); 17.69

32) Blantyre (Malawi); 31.60

Por que Nova Iorque não está no topo da lista? No interessante Geography of Time (1998), do mesmo Levine, lembro que houve problema de mensuração devido ao congestionamento nas calçadas. Curiosidade: no prefácio desse livro, Levine conta sua experiência com os atrasos brasileiros quando deu aula na UFF.

O Brasil deve ter uma TV Pública?

Sim. Mas apenas se entrevistador for o Jeremy Paxman (BBC), meu ídolo:

Associação Latino-Americana de Direito e Economia

Vejam o site do XI (!) encontro da Associação Latino-Americana de Direito e Economia. O pessoal do meu ex-blog, o Gustibus, estara lá em peso. Beleza! O programa está disponível aqui.

Link via Gustibus.
O memorando 'secreto' de Wolfowitz (escrito por Ken Rogoff).
Via Greg Mankiw.
Alvaro Vargas Llosa escreve:

"In Latin America, one can speak of a “vegetarian left” and a “carnivorous left.” The vegetarian left is represented by leaders such as Brazilian President Luiz Inácio “Lula” da Silva, Uruguayan President Tabaré Vázquez, and Costa Rican President Oscar Arias. Despite the occasional meaty rhetoric, these leaders have avoided the mistakes of the old left, such as raucous confrontations with the developed world and monetary and fiscal profligacy. They have settled into social-democratic conformity and are proving unwilling to engage in major reform—which is why Brazil’s gross domestic product (GDP) growth is not expected to top 3.6 percent this year—but they signify a positive development in the struggle for modernizing the left.
By contrast, the “carnivorous” left is represented by Fidel Castro, Hugo Chávez, Evo Morales, and Ecuador’s President Rafael Correa. They cling to a Marxist view of society and a Cold War mentality that separates North from South, and they seek to exploit ethnic tensions, particularly in the Andean region. The oil windfall obtained by Hugo Chávez is funding a great deal of this efforts."
Leia todo o artigo aqui. Eu concordo com a visão geral do Vargas Llosa Jr. Entretanto, o que ele esquece é que também existe na América Latina uma direita carnívora e vegetariana também. A escolha é muitas vezes entre um governo ridículo e populista de esquerda; ou uma elegante, plutocrata e corrupto de direita.Bom governo raramente é uma alternativa. Assim, o custo de oportunidade de ter um Evo ou um Chávez no poder é menor do que aparenta à primeira vista. Esse é o longo pesadelo da América Latina.
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