"O discreto perfil acadêmico dos economistas" Prof. Meneghini
Síntese na Folha. Texto completo (em inglês).
Meu pitaco irresponsável: os ganhos para as estrelas são bem maiores fora da academia no Brasil do que dentro (mesmo quando comparado com outros países). Como não há grande diferença salarial aqui, uma penca de estrelas foi para o setor privado e não participa diretamente da academia. (Sim, existem as exceções). Enquanto isso, Harvard paga um caminhão de dinheiro para os "Mankiws" lá permanecerem e continuarem produzindo.
"O prestígio internacional de economistas junto à comunidade leiga é significativamente superior ao dos cientistas e acadêmicos de outras áreas do conhecimento. Os economistas brasileiros não são uma exceção. Um ponto que chama a atenção é que os economistas de maior prestígio internacional, aqueles que aparecem frequentemente na mídia leiga, são também altamente reputados no ambiente acadêmico. O prestígio junto aos leigos pode ser medido pela presença na mídia e por consultas à opinião pública, enquanto que o prestígio acadêmico pode ser avaliado através de bases de dados de indicadores de publicações e citações de artigos acadêmicos. Um destes indicadores que se tornou frequentemente utilizado é o índice-h, que mede simultaneamente publicações e citações. Um achado relevante foi que, para economistas internacionais, tanto o prestígio entre os leigos como o entre os acadêmicos são elevados e, aparentemente, mutuamente dependentes. Entre os economistas nacionais o prestígio entre os leigos não é acompanhado pelo prestígio acadêmico. Este é significativamente baixo, a despeito de que seus currículos frequentemente denotam títulos de doutor por universidades internacionais de excelência. Os dados apesentados indicam uma baixa intensidade de vida acadêmica nas universidades brasileiras."O professor Meneghini (lattes impressionante!) levanta questões relevantes, mas o trabalho deve ser visto como uma primeira abordagem, um conjunto de hipóteses, com evidência empírica meio capenga. Tem coisa estranha, como listar os ministros que não tiveram formação em Economia (Ele inclui o MH Simonsen na lista ?!?! E ele não conta também que a pós-graduação de qualidade em Economia é recente no Brasil.)
Meu pitaco irresponsável: os ganhos para as estrelas são bem maiores fora da academia no Brasil do que dentro (mesmo quando comparado com outros países). Como não há grande diferença salarial aqui, uma penca de estrelas foi para o setor privado e não participa diretamente da academia. (Sim, existem as exceções). Enquanto isso, Harvard paga um caminhão de dinheiro para os "Mankiws" lá permanecerem e continuarem produzindo.
6 comentários:
Tecerei (ainda mais) longos comentários assim que puder. Mas, numa primeira passada de olho, temos: (i) seleção (os que ficam e se destacam nos EUA estão no topo da distribuição. Os que voltam, não), (ii) seleção (é muito impirtante, por isso repito), (iii) sendo capital humano escasso em terras tupiniquins, pode-se exercer opções de fora rentáveis muito cedo na carreira (os Cruzado-boys foram para a iniciativa privada em altas posições com 30 e poucos): menos talento (seleção) e menos esforço (alocação de tempo em outras coisas) => pior desempenho; (iv) função de produção em Economia é distinta da de Biologia. Um biólogo é um executor de projetos e gerente de RH (vários alunos e pós-docs). Um economista é meio que ele com ele (assim como os matemáticos. Avila é um assobro da natureza, não vale como contra-exemplo). Isso + processo demorado de publicação (o JM paper de minha orientadora -- algo bem sucedida. BC Medal e tal -- demorou 10 anos para ser publicado...)+ opções de fora talvez justifiquem variação entre áreas no Brasil, mesmo supondo que a questão de seleção seja a mesma.
Agora, (i) por que caralho o cara foi falar de economistas? (ii) genial que se sacaneie alguns ditos genios da raça nominalmente...
Abraço,
vnc
Eu acho que vc fechou os fronts que estavam abertos.
Agora quanto aos teus pontos. Eu acho que (ii) responde a (i). O cara é hiperprodutivo, uma tremenda trajetória e fica p* pq economistas não produtivos sejam tratado como celebridades.
O currículo do cara é realmente impressionante, mas, embora o ponto não seja exatamente esse, a produção em economia tem características muito particulares. A academia econômica no Brasil fez consideráveis avanços nas ultimas décadas, mas no mundo todo é natural que os caras com prestigio sejam os mais velhos na profissão, estes ainda filhos de uma academia de décadas atras. Em alguns anos certamente estarão nos jornais os caras mais produtivos (isso já rola em alguma medida).
Aqui a pagina de citações do Meneghinihttp://scholar.google.com.br/citations?user=q8vky2oAAAAJ&hl=pt-BR
e do Bresser http://scholar.google.com.br/citations?user=8vPanUMAAAAJ&hl=pt-BR
Valeu pelo linkRafael. Tá, mas as duas produções do Bresser mais citadas são livros, né?
Boa tarde,
Meu nome é Sophi, trabalho no departamento de divulgação da Juruá Editora e gostaria de lhe fazer uma proposta de parceria. Caso tenha interesse em saber mais detalhes, peço a gentileza de que entre em contato no e-mail divulgacao@jurua.com.br.
Agradeço a atenção.
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