Pedágio urbano - um argumento de escolha pública

Os argumentos econômicos a favor de pedágio urbano são conhecidos: é o jeito de fazer com que o motorista pague a externalidade negativa de ocupar uma via congestionada. Fazendo o motorista sentir no bolso todos os custos da sua ação, ele não sobre-utilizaria o recurso. Acertar direitinho o preço eficiente seria só uma questão tecnológica e de elasticidades. (Segundo um estudo que parece bacana, um pedágio de R$5 reduziria em 28% o uso de carros em SP. Não encontrei o trabalho completo na Internet.)
Eu chuto que há um efeito adicional desejável do pedágio urbano. Se ele fizer com que mais eleitores passem a andar de transporte público, o setor será mais bem administrado. É do Hirschman a frase: "Políticas apenas para pobres são pobres", né?
Se a classe média também estiver na parada (ouch...), tudo melhora.

5 comentários:

Anônimo disse...

Será que há um político com culhões para isto?

Leo Monasterio disse...

O comunista Ken Livingstone de londres fez isso e as urnas retribuiram.
No Brasil, talvez seja preciso ter ovários. Afinal, eu só vi a Soninha defender a proposta.

Anônimo disse...

E no caso específico do exemplo de são paulo, os 28% que deixariam de usar os carros passariam a ir no caso de bicicleta ou no inflado sistema público? Será que a solução restringe-se apenas ao tema financeiro, onde há varias e já plenamente discutidas fórmulas (pedágio urbano, iptu maior, desonerar imposto do setor, mais imposto na gasolina etc)? Ou teríamos que também pensar na modelagem do transporte no país, os cartéis já formados, as taxas de remuneração, as modalidades e formas de priorização do transporte público?

Temu disse...

Mas pro sistema absorver essa "pequena" quantidade de gente vai precisar de um investimento considerável. De onde viria o funding? Só do pedágio? Será que dá?

Leo Monasterio disse...

Ele me contou que implantaram passe livre em uma linha que contornava uma favela em BH. Um mês depois a comunidade pediu a volta de uma cobrança simbólica porque a garotada - sem outra opção de lazer - passava o dia zoando e afastava os demais.

- sobre os recursos para os novos passageiros,, só fazendo as contas. Em Londres, o sucesso foi tão grande que o Ken Livingstone chegou a baixar o preço do ônibus.

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