Feliz Natal

Dia 25 de Dezembro é uma data muito importante mesmo.

Novidades

- Gostaria de pedir desculpas para meus três leitores e meio por não postar. É quase fim do semestre e eu estou bem ocupado. Então, o blog vai ficar suspenso pr um tempo.
-Ubuntu vai bem. Compiz está rodando que é uma beleza. Penso que nunca mais vou voltar para o Windows.
- Hoje eu vou para o 1er Congreso Latinoamericano de Historia Económica em Montevideo. Minhas expectativas estão bem altas. Vários queridos amigos estarão por lá, apresentando papers. Além disso, eu vou assistir pela primeira vez Roberto Cortés Conde, James Robinson e outros.
- Otávio Damé, meu ex-aluno e ex-bolsista de pesquisa na UFPel, ganhou primeiro lugar no prêmio de monografias da Controladoria Geral da União. Parabéns para ele e seu orientador, André Carraro!
- Até mais!

Minha Experiência com o Ubuntu

Ubuntu está rodando que é uma beleza. Eu gastei umas 4 horas fazendo o back-up do Vista e dos meus documentos. Mas a instalação do Ubuntu levou menos de uma hora.
Em geral, seguindo as dicas do Thinkwiki eu consegui resolver os principais galhos, mas ainda restam algumas pendências:
Hardware: ainda não consegui configurar a placa de vídeo de forma ótima. Assim, eu não pude usar o meu segundo monitor como extensão do dekstop e os efeitos visuais não estão lá grande coisa.
Software: perdi uma hora tentando rodar o R. Que burro... É tão fácil.
O reaplayer plug-in no firefox ainda não funciona.
No geral, mudança está sendo positiva. Eu já esperava que o Ubuntu seria rápido e robusto, mas a melhor surpresa é a facilidade de baixar e instalar e remover programas. No próprio Ubuntu te oferece a lista dos programas disponíveis, sua descrição e a popularidade. É só marcar e pronto! Uma beleza.

Mudando para o Ubuntu

Eu não aguento mais o Vista. Sou um feliz proprietário de um Thinpad T61, mas depois de 3 meses percebi que as coisas só pioraram. O Vista tem um monte de bugs, dá pau e é terrivelmente lento.
Nessa semana, Vinícius, um estudante de graduação computeiro, me convenceu a testar o Ubuntu. E baixei o arquivo iso, queimei o CD-ROM e rodei. Tudo foi muito fácil. Em minutos, sem configurar nada, eu estava com a conexão wifi funcionando e rodando Firefox mais rápido do que nunca. Eu testei o Openoffice e ele abriu um arquivo doc gigante, com controle de alterações sem nenhum problema.
Nesse fim-de-semana, eu vou para o Ubuntu. Para me preparar para esse histórico momento, eu vou imprimi as instruções e baixei os episódios do podcast Going Linux . Esse show é co-apresentado pelo Serge Rey, o super geógrafo econômico. (Atualização: acabei de descobrir que o Serge tem seu próprio podcast sobre a instalação do linux.)
Algum conselho ou sugestão?

Instituições importam. Ou não?

Quais são as causas da Revolução Industrial? É impressionante que o mais importante evento da história humana ainda seja um mistério. Gregory Clark e James "Reversal of Fortune" Robinson adotam lados opostos no debate. Greg tem um bom argumento quando diz que instituições não sao tudo, mas eu acho que ele exagera. Robinson é muito mais convincente.
(Daniel Brook critica o ponto mais fraco de Farewell to Alms: as causas biológicas da Revolução Industrial)

Saudade do que nunca existiu - Rio de Janeiro, 1936

Via blog do candidato ao prêmio Eço, cheguei a esse filme do Rio de Janeiro de 1936:

A cidade até parece uma Paris tropical. Mas as imagens são enganosas. Lembre-se que no Brasil de 1936:
- A renda per capita era um quinto da atual.
-A expectativa de vida era de 36 anos (estimativas para 1940 de Arriaga);
- 57% da população era analfabeta.
-A mortalidade infantil era de 150 por mil crianças. Hoje são 28 óbitos por mil .
Que saber? Eu não sinto saudade nenhuma do Brasil de 1936.

Núcleo de Estudos em História Demográfica

Para quem não conhece, aí vai o site do NEHD.
Iraci Costa, Nelson Nozoe, Francisco Luna e os pesquisadores ligados ao núcleo fizeram os trabalhos clássicos sobre demografia histórica no Brasil. Aproveite e explore o site. (Só lembre de abaixar o som antes de entrar no site).

Livre-comércio e o Governo

Kevin O'Rourke é um tremendo historiador econômico. Seus papers com Jeffrey Williamson sobre a história da globalização e o papel das tarifas são essenciais.
Agora ele estuda os determinantes das atitudes individuais em relação ao protecionismo . Em um paper novo, ele e seus coautores mostram que o gasto governamental aumenta o apoio ao livre-comércio.

Via Vox EU.

A crise do dólar e Gisele Bündchen

aqui.

Prêmio Eço e as identidades contábeis

Ele, novamente:

"Poupança e identidade contábil

Um dos grandes problemas da análise econômica atual é a confusão de identidade com relações de causalidade. A “identidade” é um conceito contábil. Tem-se uma equação, se aumenta algum indicador de um dos lados, reduz o do outro.

Por exemplo, quando o país tem enormes saldos comerciais, segundo o conceito de identidade ele está “exportando poupança”. País pobre não poderia exportar poupança, mas sim importar. Logo, para conseguir “importar poupança” ele teria que gerar déficits em conta corrente.

Confesso que nunca entendi direito essa identidade. A empresa que exporta acumula recursos que revertem em investimento físico. Na própria China, o excepcional superávit chinês convive com altas taxas de investimento de empresas voltadas para a exportação. Onde, as relações de causalidade?"

Finados e a Ciência Lúgubre

O post de hoje é bem mórbido. Qual é o valor monetário da perda de um ente amado? Ou seja, quanto você teria que receber para voltar à mesma curva de indiferença? Ao invés de perguntar às pessoas, este estudo usou os estudos de Economia de Felicidade para calculá-lo. Os resultados são surpreendentes:

Seu cônjuge tem o maior valor e o seu "preço" supera o do seu pai e mãe somados! Recomendação: cuide bem do seu cônjuge. Ele é mais importante para a sua felicidade do que você pensa.

Banco Mundial & FMI

Uma nova base de dados e um novo relatório.
Via Gustibus.

From Our Own Correspondent

FOOC é o meu programa predileto de rádio. E eu ouço rádio umas 8 horas por dia . Duas vezes por semana, jornalistas da BBC mundo afora contam seus causos de maneira pessoal. Na última semana, Alan Johnston contou seus 114 dias em cativeiro em Gaza. O show tem um podcast e vários programas são acompanhados de transcrições, bem boas para quem quer aprender Inglês. Não esqueça de visitar o site que comemora os 50 anos do show.

Congresso Mundial de Regional Science - Lembrete

Todo mundo lá!
Deadline approaching for the 2008 World Congress of RSAI in Brazil

Submit your paper at www.aber.fea.usp.br/rsai2008

The 8th World Congress of RSAI will be organized by the Brazilian Regional Science Association (ABER – Associação Brasileira de Estudos Regionais) and will be hosted by the Faculty of Economics, Administration and Accounting of the University of São Paulo, Brazil (www.fea.usp.br), on March 17-19, 2008.

It will have the same format as the regular RSA meetings, with regular sessions, R-sessions, panels, etc.

Papers from all fields in regional science are welcome.

Submit your paper at www.aber.fea.usp.br/rsai2008.

RSAI World Congress 2008 Local Organizing Committee

Oh vida, oh dor

Hoje serei obrigado a comentar a proposta de um ex-prefeito de Pelotas que deseja criar o Estado do Piratini.

Eu esqueci de avisar...

aos alunos que hoje não darei aula. Mas é por um bom motivo. Estarei na FEE , nas palestras de Alonso e Bandeira, os dois economistas que fizeram os estudos clássicos sobre questões regionais gaúchas. Eles sabem tudo sobre o assunto e admiro muito os trabalhos de análise e geração de dados que ambos fizeram. Aprenderei muito e será um ótimo dia.

Pluralist economics Review

Tanto para ler, tão pouco tempo.

Via Marginal Revolution.

Deprimente

O Programa Espacial Nigeriano.

Via wired.

Geografia e Desenvolvimento na África

Em um paper que sairá no QJE, Nathan Nunn mostrou o legado do tráfico de escravos no desenvolvimento da África. Agora ele vai um passo além. Com Diego Puga, o brilhante new economic geographer, ele argumenta que a irregularidade do terreno "afforded protection to those being raided during the slave trades. Since the slave trades retarded subsequent economic development, in Africa ruggedness also has had a historical indirect positive effect on income". O título do paper é: "Ruggedness: The Blessing of Bad Geography in Africa". (Caramba, eu adoro a Economia!)

Não tenho certeza, mas acho que isto é arte

Por que gostamos de cerveja

Porque os caras que não suportavam beber álcool morreram faz tempo. Isso é só uma das coisas que eu aprendi em "The Ghost Map: The Story of London's Most Terrifying Epidemic--and How It Changed Science, Cities, and the Modern World". A logica é a seguinte: água poluída é uma tremenda ameaça à saúde human, logo..
"In a community lacking pure-water supplies, the closest thing to "pure" fluid" was alcohol. Whatever the risks were posed by beer (and later wine) in the early days of agrarian settlements were more than offset by alcohol's antibacterial properties. Dying of cirrhosis of the liver in your forties was better than dying of dysentery in your twenties... To digest large quantities of (alcohol), you need to be able to boost production of enzymes called alcohol dehydrogenases, a trait regulated by a set of genes on chromosome four in human DNA. Many early agrarians lacked that trait, and thus were genetically incapable of "holding their liquor". Consequently, many of them died childless at an early age, either from alcohol abuse or from waterborne diseases... Most of the world's population is made up of descendants of those early beer drinkers, and we have largely inherited their genetic tolerance to alcohol."
A propósito, eu recomendo fortemente o livro. É um sensacional relato do papel dos preconceitos científicos e conta a historia do mapa que iniciou a análise espacial. Desmancha prazer: é um mito que John Snow descobriu a fonte do surto de cólera depois de desenhar o mapa. Na verdade, ele o desenhou para convencer os outros que a água, e não o miasma, era responsável pela disseminação da doença.

UPDATE:
Olhem o comentário jóia do Marcelo Passos:
"Leo,

a história é ótima e está relacionada com a disseminação do café na Europa.
Quando o café foi introduzido na Europa Oriental, no final do século XV e início do século XVI, foi logo saudado como uma bebida saudável, o "vinho do Islã", como diziam.
Entre as virtudes da bebida estavam: (a) o fato de ser tomada com água fervida (o que mata o vibrião do cólera); (b) o fato de ser estimulante e aumentar a produtividade do trabalho (nesse ponto o vinho e a cerveja perdem feio); (c) não ser uma bebida alcóolica e (d) ser um tanto exótica, o que facilitou a aceitação da bebida pela nobreza européia.
Foi neste período que Bach a "Cantata do Café".
O curioso é que na Inglaterra e na Alemanha houve reação dos cervejeiros alemães e ingleses contra o café.
Na Alemanha a disseminação do café foi bem mais lenta.
O curioso é que as mulheres inglesas foram influenciadas pelos cervejeiros e diziam que o café tirava a virilidade que os seus maridos que, depois de umas cervejinhas, cumpriam suas obrigações maritais.
A mulherada dizia que o café os tornavam "áridos como as areias da Arábia", numa crítica ao hábito dos persas de beberem café."

Eu omiti que o Steven Johnson trata do chá também. Segundo ele, quando
"the tannic acid released in the steeping process kills off those bacteria that haven't already perished during the boiling of the water. The explosion of tea drinking in the late 1700s was, from the bacteria's point of view, a microbial holocaust."

Modelo de Solow on-line

O grande Brad DeLong colocou no google docs a sua planilha didática sobre o modelo Solow.

Blog mexicano

Por um comentário aqui feito, conheci Contraintuitivo , um ótimo blog do professor mexicano José Loyola Trujillo.

Prêmio Eço, versão Nobel.

Deu no mais importante jornal gaúcho, a Zero Hora:
"Mais um golpe no liberalismo econômico ortodoxo foi dado ontem pela Real Academia Sueca de Ciências"
A frase é perfeita para o Prêmio Eço. Começa com um "mais um golpe" como se os suecos tivessem dado o sopapo final na ortodoxia. "Liberalismo econômico ortodoxo" também é uma jóia lapidada por Emir Sader e cia. E, por fim, um erro factual: o Banco Central Sueco, e não a Academia de Ciências, confere o Nobel de Economia.

Via Gustibus, Via Duke of Hazard.

Predictably irrational

Ao que parece, o livro de 2008 será Predictably Irrational. Afinal, 4 prêmios Nobel de Economia - e a própria mãe do autor - recomendam o livro.

Conferência sobre Desenvolvimento

O clio econ Fabio Pesavento pede para que eu divulgue o seguinte evento:

International Seminar on Development:
updating concepts, assessing practices

Local
: Auditório da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense - Rua Tiradentes, 17, Ingá, Niterói. Telefones: 2629-9735, 2629-9698.
Data: 5 de novembro de 2007

Countries with high levels of inequality and relatively low levels of economic development face the challenge of imagining a development model which is not only socially inclusive but also environmentally responsible.

In fact, available evidence points to a non harmonic relationship between economic growth, social development and responsible environmental practices. As far as the first relationship is concerned, part of the problem seems to derive from the inequality in the distribution of income and wealth, while another part stems from political economic factors that are detrimental to a plainly re-distributive public provision of goods and services. When it comes to the second relationship, between growth and the environment, a number of tensions emerge mainly due to environmental practices often strained by the demands of growth and, ultimately, increasing consumption patterns.

These facts raise questions related to the conceptualization of development. Can we think of a concept of development which incorporates in its very core and not only as a peripheral and derivative theme, the social and the environmental dimensions? Can we think of a concept of development in which quality of life as assessed and reported by individuals themselves is expressed, both objectively and subjectively? And as far as the specific context of developing countries is concerned, what is the appropriate notion of development in the context of less developed economies facing a high level of integration in an increasingly asymmetric and unregulated global economy? Questions of agency are also important: who should be the agents of a re-conceptualized development? Last but not least, questions of operationalization of new concepts are paramount: how to assess development and then promote it?

The purpose of the seminar is to stimulate reflection on these problems, benefiting from the expertise and insights of invited Brazilian and international scholars.

Preliminary program

9:00h - Opening session

9:30 - 12:45

Peter Evans (University of California, Berkeley):

"The capability approach as an orientation for development"

Alessandro Vercelli (University of Siena):

"Happiness, health and sustainable development"

Antonio de Barros Castro (UFRJ-BNDES):

"Development and the state"

Lunch break: 12:45 – 14:00

14:00 – 17:00

Lionello Punzo (University of Siena):
TBA

Leonardo Burlamaqui (Ford Foundation)
:

"Development and financial regulation"

Gary Dymski (University of California, Sacramento)
:

"Development as social inclusion"

Organizing committee:

Coordinator
: Celia Lessa Kerstenetzky (coordinator of the Inequality and Development Center) – email: celiakersten@gmail.com

Vice- coordinators
: Carmem Feijó – email: cfeijo@terra.com.br, and Claude Cohen (vicecoordinator of the Inequality and Development Center) – email: claudecohen@economia.uff.br

Secretary:
Bianca Imbiriba (Ph.D. Student) – email: biancaimbiriba@gmail.com ; Carolina Cavalcante (Ph.D student) - email: cmcavalcante@gmail.com, Paula Nabuco (graduate student) - email: pnabuco@bol.com.br

We are very grateful to CAPES/MEC, PROPP/UFF, FAPERJ and MINDS for financial support.

Prêmio Eço e o salário mínimo

OK, eu sei que Card & Krueger encontraram evidências de que aumentos do salário mínimo estavam associadas a expansões do emprego. Mas certamente nem mesmo eles defenderiam afirmações como essas:

"http://www.unicamp.br/unicamp/canal_aberto/clipping/abril2004/clipping040415.folha.html


O elevado desemprego enfrentado pelo país pode ser minimizado com um aumento real de 11% no salário mínimo -hoje de R$ 240 por mês-, o que significaria a injeção de cerca de R$ 50 bilhões na massa de rendimento do trabalho no biênio 2004 e 2005.
Claudio Dedecca, professor do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho), da Unicamp, que fez os cálculos, entende que, no curto prazo, a elevação do salário mínimo é a forma mais rápida de o país aumentar os postos de trabalho.
"Com aumento real de 11% no salário mínimo, a população vai consumir mais e, conseqüentemente, isso vai estimular a economia. Essa seria uma política factível de geração de emprego num prazo mais curto", diz Dedecca.
"Em um momento em que se discutem possibilidades de políticas a favor do crescimento, a do salário mínimo é, sem dúvida, uma das mais valiosas, pois favorece diretamente a elevação da demanda corrente, isto é, do nível de atividade", cita Dedecca num estudo sobre o impacto do salário mínimo na economia brasileira.
O aumento do salário mínimo, diz, teria impacto nas negociações salariais de várias categorias profissionais, já que é o "farol das remunerações do mercado de trabalho, independentemente do tipo de relação do trabalho".
Uma política de salário mínimo, diz, teria dois efeitos no país: um movimento generalizado de aumento de renda dos mais pobres e a elevação da participação dos mais pobres na renda nacional. "Esses efeitos poderiam ser ainda potencializados, em uma trajetória de crescimento econômico, pela geração de empregos", afirma Dedecca."


Obrigado ao leitor Felipe Missono pelo envio da candidatura!

Doing Business 2008


O Brasil ocupa um deprimente 122 o. lugar. Mas o mapinha é muito legal!

Nova Matriz Insumo Produto Gaúcha

Ótimas noticias para os interessados na economia do Rio Grande do Sul. Alexandre Porsse acabou de lançar a matriz insumo-produto de 2003.

Historical Statistics

Dados suecos basicamente, mas eles têm um bom acervo de estatísticas internacionais.

A conceptual framework for interpreting human history

O novo livro de Douglass North, John Wallis e Barry Weingast está disponível on-line.
Em uma semana, a acumulação primitiva de arquivos pdf somou 1700 páginas a minha pilha de páginas obrigatórias não-lidas.

Via Na Prática.

Acemoglu e o valor de Hawking

Se você leu qualquer blog de economia nesta semana já sabe que o livro do Daron Acemoglu está disponível on-line. Tenho certeza que suas 1.169 páginas são excelentes e que se tornará o livro texto padrão de crescimento econômico na pós-graduação.
Contudo, eu não posso deixar de pensar no seu Valor de Hawking (VH, como decidi chamá-lo). O VH é calculado da seguinte forma:

VH=número de cópias compradas *(a/b)

a=número de cópias do livro;
b=média de páginas - de fato - lidas e compreendidas.

Por exemplo, o livro do Hawking Uma breve história do tempo vendeu 10 milhões de cópias com 200 páginas, mas o número de páginas compreendidas é alguma coisa perto de 1 (um). Portanto, seu VH= 2.000.000.000, o maior na história. De volta ao livro do Acemoglu: quantos arquivos pdf vão repousar fechados e não lidos nos nossos discos rígidos?

Introdução ao R

Se você quer dar os primeiros passos no uso do R, veja esse video.

Via Andrew Gelman e cia.

Renda per capita por país do ano 1 até 2003

Quer saber o PIB per capita quando Jesus andava por aí? Veja a nova versão do banco de dados do Maddison: World Population, GDP and Per Capita GDP, 1-2003 AD.

Duílio encontra Deirdre

Eu conheci o professor Duílio Berni faz uns 10 anos e ele ser transformou imediatamente em minha referência intelectual. Não compartilhamos interesses de pesquisa e eu acho que só entendo metade do que ele diz. Mas cada conversa me rende um ano de reflexão e os livros que ele sugeriu viraram a minha cabeça. (O breve período em que ele foi meu vizinho em Londres foi uma das melhores memórias do meu período de pos-doc).
Eu nunca encontrei a Deirdre Mcloskey, mas ela me ensinou como escrever e pesquisar. Seus papers de história econômica são ainda melhores que os de metodologia que a fizeram famosa.
Lendo o blog da Deirdre tive a surpresa de encontrar uma pergunta do Duílio. Ele quer a referência da seguinte frase da Deirdre's :

"Replete of prices and profits, acres and hand, economic science is the most measurable of all social sciences”.

Ótima frase! A Deirdre não respondeu e sugeriu ao Duílio procurar no seus papers on-line . Eu suspeito que existe um probabilidade não nula de que o próprio Duílio cunhou a frase, mas seria ótimo se alguém o ajudasse a encontrá-la.

Atualização: O blog da Deirdre não está funcionando hoje (2 de outubro). Não é a minha culpa.

Os rumores sobre o meu desaparecimento foram exagerados....

Estou de volta. Eu subestimei o tempo e energia necessários para fazer a vida voltar a funcionar no Brasil. De agora em diante, tentarei postar diariamente.
Vamos começar a semana com um post "pra cima". O gênio Scott "Dilbert" Addams escreveu sobre os economistas:
"I studied economics in college. One thing I’ve noticed is that other people who have studied economics tend to think a similar way. Some of the similarity is probably because it takes a certain kind of person to be interested in economics in the first place. But I’m convinced that the study of economics changes brains in a way I can identify after about five minutes of conversation. In particular, I think the study of economics makes you relatively immune to cognitive dissonance.

http://en.wikipedia.org/wiki/Cognitive_dissonance

The primary skill of an economist is identifying all of the explanations for various phenomena. Cognitive dissonance is, at its core, the inability to recognize and accept other explanations. I’m oversimplifying, but you get the point. The more your brain is trained for economics, the less it is susceptible to cognitive dissonance, or so it seems.

The joke about economists is that they are always using the phrase “On the other hand.” Economists are trained to recognize all sides of an argument. That seems like an easy and obvious skill, but in my experience, the general population lacks that skill. Once people take a side, they interpret any argument on the other side as absurd. In other words, they are relatively susceptible to cognitive dissonance."

Brad Delong na EHA

A palestra do Delong na EHA que me referi está disponível on-line aqui. Como dizia um colega economista gaúcho: "Imperdível!!!".
(O blog anda parado. Ainda não consegui fazer a vida voltar à normalidade.)

Felicidade

Ontem, Joel Mokyr, Richard Easterlin, Jeffrey Williamson e Brad Delong debateram o papel da história econômica na política econômica. Sensacional. Uma das melhores frases:
"Theory is distilled history."
Brad Delong

Coase Workshop 2008

Eu recomendo mesmo aplicar para o evento (e para a bolsa). Tenho ótimas lembranças do workshop que rolou no RJ muitas luas atrás:
The Ronald Coase Institute
First Asia Workshop on Institutional Analysis
January 5-10, 2008 Singapore

Co-sponsored by the Lee Kuan Yew School of Public Policy/
Asia Competitiveness Institute, National University of Singapore
Apply by September 30, 2007

Attend this inaugural workshop in Asia to
• Learn more about institutional analysis
• Present your current research and receive comments from established scholars
• Become part of a worldwide network of institutional scholars.

Who is eligible?
• Postdoctoral social scientists - early in their careers
• Advanced graduate students - in economics, political science, and other social sciences
• Scholars from developing/transitional countries in Asia are particularly invited to apply.
Participants will be selected on the basis of their research abstracts. Admission is strictly limited,
and the pace is intense. Participants must attend all sessions and give as well as receive feedback.

As a participant, you will
Hear established scholars discuss their strategies to formulate research questions, design
projects, and draw important and practical conclusions.
Make two presentations of your own research
(1) in a small group, receiving faculty guidance
(2) after revisions, to the entire workshop, with discussion following.
Network through close, informal contacts with faculty and workshop alumni from
50 countries who have an enduring interest in institutional analysis.

How to apply (deadline September 30, 2007)
E-mail an abstract - 350 words maximum - of a current research project of yours, plus
a one-page curriculum vitae, to workshop2008sg@coase.org. Work already published
is not eligible.

At the top of your abstract, list the title, your name, and the number of words in the abstract.
Any co-authors must be listed here.

On your one-page CV, list your current professional status and the academic degrees you have
received, with university, year, and field of study. Also include your citizenship, date of birth,
and country of residence. Give as references the names, e-mail addresses, and telephone numbers
of two scholars familiar with you and your work.

As e-mail subject line, use Application for 2008 Singapore Workshop. Please attach your
abstract and CV as Microsoft Word files, using filenames yyy abstract.doc and yyy cv.doc
where yyy is your surname.

Abstracts will be judged on the clarity and importance of the research question, and on their institutional focus. Please do not submit any longer documents, as they will not be read.

Costs
The cost of the workshop - tuition and meals - is $2395 USD. This does not include hotel accommodations or travel expenses.

Some fellowships will be awarded competitively to scholars from developing and transitional countries, for tuition, meals, and hotel accommodations. If you wish to be considered for a fellowship, you must state that in your application. Tuition and meal costs for participants who are Singaporeans, Singapore permanent residents, or faculty members of Singapore universities will be covered through the sponsors.

At the close of the workshop, participants may submit papers based on their workshop projects
to the Lee Kuan Yew School of Public Policy, to be considered for publication in a special volume
produced by the School.

For more information about the Ronald Coase Institute and its previous workshops, see
www.coase.org

Economic History Association Meeting

Estou vivo, mas tremendamente atarefado. Agora estou a caminho disto para apresentar isto. Comentários são mais do que bem-vindos!

Concurso para substituto na UFPel

São duas vagas e as inscrições são nessa terça e quarta-feiras . Se inscreva djá. (ou divulgue, por favor).

Prêmio Epainos 2007

O Epainos vai para o melhor trabalho de um jovem pesquisador na ERSA. Ontem, Roberto Picchizzolu, um doutorando na LSE, dividiu o prêmio com Piyapong Jiwattanakulpaisarn. O paper do Roberto é excelente e a discussão, conduzida pelo Philip McCann, foi sensacional. Eu fui sortudo de presenciar tudo e acho que foi a melhor sessão de todo evento.
O abstract é o seguinte:
Entrepreneurial Risk and the Geographical Concentration of Industries: Evidence from the UK Manufacturing Sector.This paper provides an analysis of the effects that conditions of imperfect information and irreversibility of investment exert on location decisions, and subsequently produce some empirical evidence in support of those theoretical results, by looking into the concentration of manufacturing industries in the UK. We analyse the location decision of a firm that has to undertake a non-recoverable investment in order to enter a new market. Localities are characterised by their level of efficiency. The potential entrant faces two types of uncertainty: 1) industry profits are aleatory and 2) the characteristics of the single localities are unknown. Due to the existence of sunk costs and uncertainty over future profits the potential entrant faces the risk of producing losses from the venture (entrepreneurial risk). Our main hypothesis is that agents will use the location of existing plants in the industry to infer information on the characteristics of the single localities: the existence of an industry in a locality signals “good” local endowments. As a consequence, the expected level of profits conditional on the locality being “active” will be higher than the unconditional. This difference is bigger the higher the variability of industry profits. Our main prediction is that high-risk industries will be more concentrated geographically, ceteris paribus. We test this hypothesis on the geographical distribution of manufacturing activity in the UK. We do so by running a series of linear regressions of NACE Rev.1 4-digit industries’ Ellison and Glaeser’s gammas on a measure of entrepreneurial risk, after controlling for transport costs, natural resource intensity and Marshallian economies of agglomeration. Our results confirm a significant positive effect of entrepreneurial risk on geographical concentration. As additional contributions, a new proxy for vertical linkages is introduced, which performs consistently better than the alternatives used in previous empirical studies, and a discussion on how to proxy for transport costs in studies of the geographical concentration of industries are carried out.

History of Work Information

Estou agora na ERSA*, mas nos minutos livres estou fechando um outro trabalho. Ai vai uma dica de um site que me quebrou varios galhos: History Of Work Information System. O serviço de buscas é sensacional: voce coloca uma ocupacao em qualquer lingua e ele te mostra a classificacao historica.
* Isso explica a falta de acentos do post

Meus 10 livros de Economia nos últimos 10 anos

Seguindo a chamada do Cláudio, aí vai a lista dos 10 livros de Economia que mais me influenciaram nos 10 últimos anos. Sim, a minha lista tem 13 livros e alguns eu li faz mais de uma década, mas não poderia deixá-los de fora.
  1. Brakman, S., H. Garretsen, et al. (2001). An introduction to geographical economics, Cambridge University Press New York.
  2. Easterly, W. (2001). The Elusive Quest for Growth: Economists' Adventures and Misadventures in the Tropics, Mit Press.
  3. Eggertsson, T. (1990). Economic Behavior and Institutions. Cambridge, Cambridge University.
  4. Fogel, R. W. (2004). The escape from hunger and premature death, 1700-2100. Europe, America, and the Third World. Cambridge, Cambridge University Press.
  5. Fogel, R. W. and S. L. ENGERMAN (1974). Time on the Cross. Boston, Little, Brown & Co.
  6. Furubotn, E. and R. RICHTER (1997). Institutions and Economic Theory: the contribution of the New Institutional Economics. Michigan, Michigan University.
  7. Jacobs, J. (1961). The Life and Death of Great American Cities. New York, Random House.
  8. Friedman, D. (1996). Hidden order: the economics of everyday life, Harper Business.
  9. Krugman, P. (1993). Geography and Trade, MIT Press.
  10. North, D. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge, Cambridge University.
  11. Olson, M. (1982). The Rise and Decline of the Nations. New Haven and London, Yale University.
  12. Olson, M. (1965). The Logic of Collective Action: public goods and the theory of groups. Cambridge, Harvard.
  13. Putnam, R. (1993). Making democracy work: civic traditions in modern Italy. Princeton, Princeton University.

Hello, I must be going

Eu volto para a UFPel no próximo domingo. Mas graças à boa vontade dos colegas de departamento e do CNPq, eu voltarei depois de comparecer ao encontro da European Regional Science Association em Paris. Os resumos e diversos papers do evento estão disponíveis por lá, inclusive o que neo-econ Martin Brauch e eu fizemos.
Estou enrolado com os preparativos da volta, preparando o relatório final e outras cositas.Mesmo assim, vou postar diariamente. Enquanto isso, meus leitores podem se divertir com o Groucho Marx:
Hello, I must be going.
I cannot stay,
I came to say
I must be going.
I'm glad I came
but just the same
I must be going.

A Evolução é sub-ótima

Você não tem que acreditar em causos sobre QWERTY ou ter uma apendicite para perceber que a evolução - natural ou social - leva a resultados sub-ótimos. Basta olhar para a evolução do alfabeto (via Alex). Existem várias letras semelhantes: "V" e "U"; L minúsculo e o 1; "J" e "I". Além disso, tem umas que são bem feias. (Eu odeio as letras R e K).
Os caras do blog Stumbling and Mumbling levantaram a mesma questão: o Inglês (ou qualquer outra língua) é obviamente ineficiente e resultado de mecanismos de lock-in. Mas, por favor, não busque por uma solução.

Prêmio Eço, versão políticos

Normalmente, entradas para o Prêmio Eço vindas de políticos são banidas por motivos óbvios. Contudo, abro uma exceção para essa pérola enviada por um leitor (caso deseje ser identificado basta comentar, ok?):
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou hoje que o aumento da carga tributária tenha sido decorrência do aumento de tributos. Segundo ela, o que aumentou foi o PIB e, conseqüentemente, a arrecadação.

Ontem a Receita Federal anunciou que em 2006 a carga tributária bateu novo recorde de 34,23% do PIB.


Pelo visto, a ministra não sabe o que é carga tributária.

Mestrado em economia na PUC-RS

A seleção está aberta. O corpo docente conta com ótimos professores (com ótimos papos*!) e dois ex-orientandos meus foram para lá: o Rodrigo Ávila (que hoje é doutorando na UFRGS) e o Matheus Lisboa (já defendeu, Matheus?). Ambos parecem que foram bem felizes por lá.

* Ainda estou devendo um post filosófico-existencial-econômico sobre as caminhadas filosóficas-existenciais-econômicais com o Mestre Duílio do LPH até a LSE. Caramba, como aprendi nessas manhãs!

É amanhã!

O Marcelo Passos mandou a programação do seminário que o Delfim Netto organiza na USP. O de amanhã está imperdível mesmo:
22/agosto/2007 -- 9h-12h

Desigualdades Regionais, Crescimento e Desenvolvimento



Expositores:

Prof. Dr. Carlos Roberto Azzoni (FEA-USP)

Prof. Dr. Joaquim Josi Martins Guilhoto (FEA-USP)



Debatedores:

Prof. Dr. Paulo Haddad (Ex-Ministro do Planejamento e da Fazenda)

Prof. Dr. Clilio Campolina Diniz (UFMG)





Sala da Congregagco, Pridio FEA-1.

Av. Professor Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitaria, Sco Paulo (SP)

Informagues: 3091-5802

1er Congreso Latinoamericano de Historia Económica

Aí vão os resumos dos artigos aprovados na sessão sobre Disparidades Regionais no CLADHE que Moramay Alonso, Eustáquio Reis e eu organizamos. Obrigado! Nos vemos em Montevidéu!
Growth with Inequality: Living Standards in Mexico 1850-1950
Moramay Lopez-Alonso (Rice University)

"This article focuses on trends in the adult heights of various sectors of Mexican society between 1850 and 1950 as a proxy for their biological and material standards of living. The evolution of biological standards of living is an alternative way to assess whether or not economic development after 1850 was beneficial to the population, using a proxy that relies on a basic natural characteristic, adult height. The recruitment records of the Mexican rural and federal militia provide us with information on the secular trends of heights of the Mexican labouring classes, while a database of passport applications allows us to compare the evolution of living standards across social classes. It is argued that the benefits of industrialisation and improved economic performance fostered by the Dıá regime (1876–1910) did not have a favourable impact on the biological wellbeing of the labouring population. There are, however, signs of improvement in living standards with the launching of welfare programmes at the end of the Cárdenas administration. In contrast, the average height of the elites increased throughout the period, suggesting that there was a growing disparity in the evolution of living standards between social classes"

"Instituições e Diferenças de Renda entre os Estados Brasileiros: Uma análise histórica"
Naércio Menezes-Filho (IBMEC / USP) , Renato Leite Marcondes (FEA-RP/USP), Elaine Toldo Pazello (FEA-RP/USP), Luiz Guilherme Scorzafave (FEA-RP/USP)

Neste artigo utilizamos a qualidade das instituições atuais e elementos históricos para examinar os determinantes das diferenças de PIB per capita entre os estados brasileiros. Utilizamos uma abordagem empírica para testar a hipótese de que as condições geográficas dos diferentes estados geraram um conjunto de instituições e políticas que visavam a preservar a desigualdade, acabando por reduzir o crescimento econômico nos estados mais desiguais. Analisamos a escravidão, a alfabetização e o acesso ao voto no passado como exemplos de instituições destinadas a manter o status quo e os efeitos da imigração estrangeira como atenuantes deste círculo vicioso. Apesar do reduzido número de observações, as correlações observadas entre essas variáveis e a regressão estimada mostram-se consistentes com estas hipóteses

"The state of the market in a (nation) state-less economy: Argentina at mid-nineteenth century”
María Alejandra Irigoin (The College of New Jersey) & Colin M. Lewis (London School of Economics & Political Science)

The lack of a nation-wide state, endowed with the full attributes of statehood, has led historians (including economic historians) to assume that the modern development of Argentina started in 1880. Namely, that growth became possible only after political turmoil, which characterised the pre-1850s decades, was brought to an end and market-friendly institutions resulting from ‘national consolidation’ were set in place. This paper challenges those assumptions by assembling and evaluating material which suggests that a system of exchange and market production that originated in the colonial economy survived through the revolutionary and early national periods, and even flourished after the 1820s. Recently available data on population, production, trade, commodities, and money and finance facilitate a reassessment of the extent of market production, the behaviour of agents, the organisation of economic activity, and changes in factor allocation in response to regional and international demand. In focussing on the domestic market and internal commercial and monetary networks during the transition from the colonial to the post-Independence economy, the paper maintains that these institutions functioned despite the absence of a nation-wide state. Exploring the ‘state of the market’ in a (national) state-less economy, the paper seeks to re-evaluate the economic consequences of Independence.

The colonial Legacy as a Determinant of Regional Per Capita Income in Colombia
Jaime Bonet, Adolfo Meisel Roca (Banco de la Republica)

Using the Colombian regional experience, this paper introduces new evidence for the analysis of the long-run determinants in per capita income differences. Colombia has experienced significant and persistent regional income disparities. Based on the recent international literature about this topic, we test the relevance of institutions, geography and culture in explaining those differences. Although we establish that colony legacy has had an important impact on the regional income differences in Colombia, it is not easy to know the way through which this legacy influenced outcomes: institutions or human capital. However, human capital seems to play a stronger role than institutions.

Disparidades regionais no Brasil na primeira metade do século XX: Minas
Gerais e São Paulo em perspectiva comparada
Tarcisio R. Botelho (PUC-MG)

O objetivo do paper é apresentar uma proposta metodológica de classificação de ocupações para o passado. O ponto de partida será a aplicação de uma codificação padronizada de ocupações, a HISCO (Historical International Standard Classification of Occupation), baseada na ISCO, utilizada na produção de estatísticas contemporâneas sobre ocupação e mercado de trabalho. A partir da HISCO, é possível recuperar a distribuição da população economicamente ativa segundo os setores econômicos. Pretende-se evidenciar alguns aspectos das desigualdades econômicas intra e inter-regionais a partir de listas nominativas de habitantes da década de 1830 disponíveis para as províncias de São Paulo e Minas Gerais. Simultaneamente, será feita a análise da estratificação social a partir das declarações de ocupação reagrupando-as em conformidade com o modelo HISCLASS (Maas, Leeuwen, 2005), uma adaptação para períodos históricos do modelo de Goldthorpe (Erikson, Goldthorpe, 1992). Ao lado das informações derivadas das declarações de ocupação, pretende-se agregar ao modelo HISCLASS outras dimensões fundamentais para a descrição de status social na América latina, notadamente a condição social (se livre ou escrava) e a cor/raça.

El potencial de mercado en las regiones españolas, 1860-1930.
Julio Martínez Galarraga (Universidad de Barcelona)

En este artículo se lleva a cabo la elaboración del potencial de mercado de las regiones españolas para los años 1860, 1900, 1914 y 1930, para un nivel de desagregación provincial y regional. Por un lado, la disponibilidad de estimaciones del potencial de mercado resulta una variable de gran relevancia para el análisis empírico de las predicciones teóricas dentro de la Nueva Geografía Económica. Por otro lado, desde la historia económica, la aparición del estudio de Crafts (2005) para la economía británica antes de la I Guerra Mundial, sirve como referencia a la hora de obtener estimaciones del potencial de mercado comparables internacionalmente. En este caso, se plantea el estudio de la dinámica seguida por esta variable durante la segunda mitad del siglo XIX y primer tercio del siglo XX, vinculado a las diferentes opciones de política comercial implementada por los gobiernos españoles durante el período estudiado. Así, se puede analizar el impacto sobre la distribución regional del ingreso que tuvo el progresivo cierre al exterior de la economía española desde la última década del siglo XIX, en lo que la literatura ha denominado nacionalismo económico español.

Políticas públicas e disparidades regionais: o caso da zona da Mata de Minas Gerais (1925/1940)
Nicélio do Amaral Barros (Programa de Pós-Graduação em História Social das Relações Políticas – Universidade Federal do Espírito Santo)-

O objetivo central do trabalho é analisar o deslocamento dos eixos político e econômico em Minas Gerais durante a década de 1930. Analisamos como o complexo cafeeiro da zona da Mata foi sobrepujado, neste processo, pela região centro-metalúrgica, especializada no setor siderúrgico. Para tanto, partimos em primeiro lugar da análise teórica de três aspectos fundamentais para se chegar ao foco do estudo: a) os impactos da crise internacional de 1929, fato que influenciou em mudanças na política econômica da maioria dos países latino-americanos; b) a política econômica do governo brasileiro entre 1920 e 1930 e; c) a ação das elites nacionais diante do projeto varguista de industrialização na década de 1930. Em seguida, abordamos as mudanças ocorridas no segmento urbano-industrial do complexo cafeeiro sediado na cidade de Juiz de Fora, na zona da Mata mineira, durante as décadas de 1920 e 1930, em especial no período pós-1929. Para tanto, são analisadas fontes primárias, como processos de falências de sociedades anônimas e firmas limitadas dos ramos industrial, financeiro e comercial. Por fim, procuraremos detectar a ascensão da burguesia sediada em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, no pós-1930.

In this paper the shift of the political and economical axis of coffee production of the zona da Mata, in the state of Minas Gerais, during the 1930’s and the way it was prevailed over by the central metallurgical region, mainly directed to iron and steel industry, is analyzed. The study starts from the theoretical analysis of three basics aspects: a) the shock of the 1929 crisis, which led to changes in the economic policy in most Latin-American countries; b) the economic policy of the brazilian government from 1920 through 1930; and c) the modus operandi of brazilian upper classes concerning president Vargas’s project of industrialization during the 1930’s. Next, changes are analyzed which occurred in the urban and industrial sectors of coffee economy, centered in Juiz de Fora, in the zona da Mata, during the 1920’s and 1930’s, especially during the post-1920 period. In order to reach this aim, primary sources are analyzed, such as bankruptcy proceedings of business corporations and limited companies in the industrial, financial and comercial sectors. Lastly, an effort was made to identify the rise of the bourgeoisie in Belo Horizonte, the capital city of the Minas Gerais, during the post-1930 period. The project, as well as the accomplishment of this class so as to secure admittance to the decision areas of Minas Gerais government, are discussed.

A questão regional no Brasil e a ação do Estado – 1930-1990
Hermes Magalhães Tavares

The Brazilian Economy is made of a typical case of unfair development. Throughout the 20th Century, several images have been used to illustrate the regional Dynamics. First, “The Archepelago Economy”- a period in which the country was formed by several relatively autonomous regions that rarely communicated to one another. Secondly, “The Two Brasis”, a dual focus which did not integrate and, futhermore: the second one pushed the development of the country out of the first one. Finally, the middle-sorrounding model, considered by some as a variant of the second. Whatever approach we might use, the inter-regional labor division has been strictly unfair, which is a question that follows the Brazilian Economy under the sponsorship of the industrial capital. On this essay, we will deal with the Brazilian regional matter between the period of 1930 and 1990, pointing out the actions of the State related to it. Secondary data and other history elements have been used so that the matter is analyzed in its more relevant aspects and moments.


A economia brasileira constitui um caso típico de desenvolvimento desigual. Ao longo do século XX, diversas imagens foram utilizadas para ilustrar a dinâmica regional. Em primeiro lugar, a “economia de arquipélago” – fase em que o país era formado por várias regiões relativamente autônomas, que se articulavam escassamente. Em segundo, “os dois brasis”, enfoque dual que considerava o país constituído por dois segmentos – o Centro-Sul e o Nordeste-Norte – que não se integravam e mais: o segundo segmento emperrava o desenvolvimento do país a partir do primeiro. Em terceiro, o modelo centro-periferia, considerado por alguns como variante do segundo modelo. Qualquer que seja a abordagem, uma divisão inter-regional do trabalho bastante desigual; questão regional que atravessa a economia brasileira sob a égide do capital industrial. Este trabalho trata da questão regional brasileira, no período de 1930 a 1990, destacando a ação do Estado em relação a essa. Usam-se dados secundários e outros elementos da historiografia, com o objetivo de analisar essa questão em seus aspectos e momentos mais relevantes. "

Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul
Nali de Jesus de Souza (PUC-RS)

Procurou-se identificar os fatores do desenvolvimento do RS desde o Século 18. A economia originou-se da extração de erva-mate e da produção de couros e charque. Com a chegada dos imigrantes, a agropecuária diversificou-se e surgiram as primeiras indústrias. Conflitos com o governo federal provocaram Revoluções no RS. Os principais fatores de seu desenvolvimento foram: agricultura mecanizada e exportadora (arroz, trigo e soja); criação de programas estaduais de desenvolvimento e incentivos públicos; implantação de empresas públicas e atração de investimentos. Isso neutralizou impactos de fatores climáticos, conjunturais e de políticas nacionais desfavoráveis, como valorização cambial, que afetam a economia gaúcha.

The roots of regional inequalities in Brazil (1872-1920)
Eustáquio Reis (IPEA) , Leonardo Monasterio (UFPel)

This paper provides historical perspectives on regional economic inequalities in Brazil. It analyzes the changes in the spatial concentration of economic activities in Brazil based upon data on the municipal distribution of the labor force by occupation from the Censuses of 1872 and 1920. The New Economic Geography provides the analytical framework to show how geography, technology and institutions combined give industrial preeminence to the city of São Paulo and why the accelerated industrial growth of São Paulo had such a limited and delayed effects in the rest of the country. In short, the significant reduction in transport costs brought by railroads stimulated subsidized international migration as an institutional solution to the labor shortage problem. Other consequences were the increased market potential of the city of São Paulo, which triggered self-reinforcing processes of human capital accumulation, economies of scale and agglomeration externalities in the industrial sector. Regression analyses suggest that immigration, railways and economic diversity were relevant for the locational decisions in 1920. Natural resources, however, seem unimportant to explain the changes in the location of manufacturing activities between 1872 and 1920.

India

No Brasil, não pensamos muito sobre a India. Sabemos que existe 1,1 bilhão de indianos, mas eu nunca tinha sido apresentado a um deles. Isso muda quando se mora em Londres. A cultura da India está por todos os lados, meus amigos são descendentes de indianos e eu já comi toneladas de curries. É natural ficar interessado pelo país, apesar de ser realmente difícil entendê-lo (e provavelmente nunca conseguirei).
O site que a BBC criou para celebrar a independência da India é um passo inicial para entender o país. E dois artigos recentes da são essenciais para os curiosos sobre as mudanças recentes: The changing values of modern India and Can India close the wealth gap?
Do primeiro artigo eu aprendi que nos anos 60:
"Such was the scarcity in the country that there was a Guest Control Order which meant you could not invite more than fifty people for a meal - at weddings all you got was a thin slice of ice cream."
Já o segundo me ensina sobre outsourcing rural:
"Bellary is home to one of India's first rural outsourcing centres, run by Indian steel maker JSW Steel Limited. The organisation has started two small operations on its Bellary campus, hiring young women from nearby villages to work in their rural processing centres. Here the girls spend their shifts punching in details of American patients' dental records, typing in a language many of them have only recently learned, using a machine many had never seen or heard of before. Twenty-year-old Savithri Amma has a basic high school diploma. She earns about $80 (£40) a month doing this work - the same as one of her peers might earn working as a house-help in Mumbai."

Prêmio Eço - Duas entradas

O sempre cooperativo Marcelo Passos me mandou essa pérola de ignorânica escrita por Adolfo Wendpap na Revista Idéias (Curitiba-PR). Reproduzo o texto e os comentários do Marcelo:

"Comércio perde aderência

A microeconômica regional sofre com a concorrência paraguaia. As baixas taxas comerciais cobradas no Paraguai atraem cada vez mais brasileiros ao mundo: La garantía soy yo. Um dos produtos mais visados atualmente são pneus. Muitas vezes por estarem tão sujos de lama quanto os antigos, eles nem entram na cota de importação dos produtos adquiridos no Paraguai."


Festival de besteiras em três linhas!

1) O cara erra no título: afinal utilizar “Comércio perde aderência” para se referir a muamba de pneus é o pior trocadilho que li nos últimos anos.
2) Depois, se refere à “microeconômica regional”. Valei-me meu São Varian!
3) Em seguida se sai com esta: “As baixas taxas comerciais cobradas no Paraguai atraem cada vez mais brasileiros ao mundo: La garantía soy yo”. Repara que o mundo a que ele se refere é, presumo, Ciudad del este, antigamente chamada de Puerto Stroessner. It`s a very small world...
4) Aí o cara erra na concordância: “Um dos produtos mais visados ultimamente são os pneus”. Mas, afinal, que mal há em cometer erros de concordância verbal? Até o presidente se engana com os plurais, não é mesmo?
5) Finalmente, diz que os pneus sujos comprados por brasileiros não entram na cota de importação dos produtos adquiridos por brasileiros no Paraguai. Na certa os fiscais são preconceituosos...


Outro colaborador, que prefere ficar anônimo, me manda esse link. O autor ganhará o prêmio no quesito linguagem empolada. Minha frase predileta?

"O plano também expunha, com o passar do tempo, uma contradição endógena: a sobrevalorização do real liquidava as reservas."

"Contradiçao endógena" é lindo. Sou capaz até de criar um bloco de carnaval com esse nome.

O não-dia do economista

Hoje eu não comemoro o dia do economista. É provinciano e corporativo celebrar a data só porque foi quando a profissão foi regulamentada no Brasil
Faz tempo que eu já faço campanha pela instituição do 9 de Março, dia da publicação da Riqueza das Nações, como o verdadeiro Dia do Economista, ou o Festivus do Economista. Por enquanto não encontrei seguidores. (Na verdade, nem eu mesmo comemoro. Eu sempre me esqueço).

Nova Geografia Econômica+ Escolha Pública

Juntar as duas abordagens dá samba:

Do rent-seeking and interregional transfers contribute to urban primacy in sub-Saharan Africa?
Kristian Behrens Alain Pholo Bala
We develop an economic geography model in which mobile skilled workers choose
between working in the production sector or becoming part of an unproductive political elite
. The elite sets tax rates on skilled and unskilled workers to maximize its own welfare by extracting rents, thereby influencing the spatial allocation of production and changing the available range of consumption goods. We show that such behavior increases the likelihood of agglomeration and of urban primacy. In equilibrium, the elite may tax the unskilled workers but will never tax the skilled workers, and there are rural-urban transfers towards the agglomeration.
The size of the elite and the magnitude of the tax burden that falls on the unskilled is shown to decrease with product differentiation and, via the tax rates, with the expenditure share for manufacturing goods

Altura e Renda

O autor desse artigo entendeu (quase) tudo errado. Ele diz que a causalidade funciona na direção altura->renda. Na verdade, crianças que tiveram acesso a melhor nutrição e saúde também receberam uma melhor educação e acabam sendo mais bem-sucedidos (na média). Altura é só uma variável confounding e não causa sucesso financeiro ou emocional, como o artigo sugere. (OK, eu admito que exista discriminação no mercado de trabalho contra os mais baixos, mas imagino que esses efeitos são pequenos em economias modernas)

PS: Interessado em Antropometria? Então leia tudo do Prof Komlos, Prof Steckel e Prof Fogel.

Por que adoro a Economia?

Basta dar uma olhada em alguns títulos dos novos papers do NBER. Lugares exóticos, questões interessantes e todos os temas possíveis. A lista começa com um trabalho de Robert Lucas e terminar com um intitulado: "From "White Christmas" to Sgt. Pepper". Bacana, não?

1. Trade and the Diffusion of the Industrial Revolution
by Robert E. Lucas, Jr. #13286 (EFG)
http://papers.nber.org/papers/W13286

2. Island Matching
by Dale T. Mortensen #13287 (EFG)
http://papers.nber.org/papers/W13287

3. Misallocation and Manufacturing TFP in China and India
by Chang-Tai Hsieh, Peter J. Klenow #13290 (EFG PR)
http://papers.nber.org/papers/W13290


6. Why Don't Inventors Patent?
by Petra Moser #13294 (DAE PR)
http://papers.nber.org/papers/W13294

7. Employment, Innovation, and Productivity: Evidence from Italian Microdata
by Bronwyn H. Hall, Francesca Lotti, Jacques Mairesse #13296 (IO PR LS)
http://papers.nber.org/papers/W13296

9. Many Children Left Behind? Textbooks and Test Scores in Kenya
by Paul Glewwe, Michael Kremer, Sylvie Moulin #13300 (ED POL)
http://papers.nber.org/papers/W13300

10. Spatial Growth and Industry Age
by Klaus Desmet, Esteban Rossi-Hansberg #13302 (EFG PR)
http://papers.nber.org/papers/W13302

12. The Power of TV: Cable Television and Women's Status in India
by Robert Jensen, Emily Oster #13305 (LS)
http://papers.nber.org/papers/W13305

13. Wage and Productivity Premiums in Sub-Saharan Africa
by Johannes Van Biesebroeck #13306 (LS PR)
http://papers.nber.org/papers/W13306

14. From "White Christmas" to Sgt. Pepper: The Conceptual Revolution in Popular Music
by David Galenson #13308 (LS)
http://papers.nber.org/papers/W13308

Finaças Públicas Regionais no Brasil Imperial

São poucos os posts desse blog que receberam os tags História e Regional ao mesmo tempo. Esse texto do André Villela na Estudos Econômicos é jóia para quem quer estudar finanças públicas regionais no Império. Uma sugestão de pesquisa para algum pesquisador com fôlego é utilizar a Public Choice para explicar o padrão de despesas e receitas por Província:

Distribuição Regional das Receitas e Despesas do Governo Central no II Reinado, 1844-1889

Resumo

Uma das características mais marcantes da história política brasileira na segunda metade do século XIX foi a centralização de poderes, decisões e recursos econômicos no Rio de Janeiro, sede do governo imperial. Esta primazia do governo imperial sobre os governos provinciais e municipais se manifestava tanto em termos de atribuições quanto dos recursos fiscais de que dispunha. O objetivo do artigo é medir a contribuição relativa das províncias dos chamados Norte e Sul do Império para o total das receitas e despesas do governo central. Os resultados a que se chegou indicam uma contribuição desproporcional das províncias do Norte para a arrecadação central, o que vai ao encontro das observações de contemporâneos, bem como pesquisas anteriores sobre o tema.

Texto Completo: PDF

Gregory Clark e a Revolução Industrial

O New York Times resenhou o livro novo do Gregory Clark. Eu li apenas os capítulos que estavam disponíveis on-line e tenho certeza que o restante do livro é excelente.
Contudo, sua tese de que talvez tenha havido um componente genético nas raízes da Revolução Industrial não me convence mesmo. Quando ele apresentou no seminário de História Econômica da LSE, esse ponto foi severamente criticado. O principal motivo de crítica é que as alterações genéticas são lentas demais para explicar mudanças como a Revolução Industrial na Inglaterra. Houve até comentários debochados do tipo:"Se você olhasse meus antepassados, você mudaria de opinião".

O Duelo dos Economistas

Esse curta explica por que você não deve gastar sua energia discutindo com economistas que partem de pontos de vista distintos do seu.
Atualização: tiraram o vídeo do ar.

Filiação Aber/RSAI - Prazo estendido

O prazo foi estendido até 20 de agosto.

Salários e Clusters Industriais no Rio Grande do Sul

A Review of Regional Studies publicou meu paper Wages and Industrial Clusters in Rio Grande do Sul (Brazil) (acesso restrito). O abstract é o seguinte:
The purpose of this paper is to test whether the New Economic Geography hypothesis concerning the existence of a spatial wage structure applies to the state of Rio Grande do Sul, Brazil. The first part of the study applies several spatial analysis techniques in order to locate industrial clusters and calculate the market potential of the municipalities studied. The second part uses this information together with demographic data to run wage regressions aimed at capturing the effects of agglomeration and urban economies on individual wages. The results do not falsify the hypothesis that nominal wages, using the proper controls, are higher in municipalities with higher market potential and lower in the economically disadvantaged hinterland of the state.

Se você quiser ler o paper, eu envio uma versão anterior por e-mail.

Winnie e a Matemática

Depois de saber que Brian May está perto de obter o seu PhD em Astrofísica, descubro que Danica Mckellar graduou-se em Matemática na UCLA e já publicou uma daquelas demonstrações incompreensíveis . Quem é ela? Ela era a namorada do Kevin, a Winnie Cooper, no meu seriado favorito nos anos de mestrado.
Via Wired.

Prêmio Eço, categoria analfabetismo matemático

É tiro e queda. Quando quero lamentar a qualidade do jornalismo econômico, vou no blog do Luis Nassif. Essa é sensacional:

Um preço de 100 cai 5%. No momento 2 estará em 95. Se continuar em 5% de queda, a segunda derivada é zero, mas o preço cai para 90,25. No momento seguinte, para 85,74. E assim por diante.
No meu comentário, digo que chega uma hora em que o preço tem que estabilizar – ao contrário da alta de preços, onde vale o conceito de preço nominal. Ou seja, o produto vai para 90, 88, 86 até que chega uma hora em que estabiliza
.

Essa contribuição o faz um possivel ganhador do Prêmio Eço (categoria blog).

Prêmio Eço, categoria Manchete

Deu no O Globo:
Clima e Europa fazem leite subir 60 vezes mais do que a inflação

A manchete é verdadeira, mas enganosa para diabo! Sabem quando o leite aumentou em junho? 12%.

Se Jackson Pollock fosse economista...

Ele criaria figuras como as do artigo "The Product Space Conditions the Development of Nations". (Ainda não entendi o que significam, mas são bem bonitas.)

Via Dani Rodrik.

Manchetes para Economistas: Gato Granger-mata Pacientes

Aqui.

Seja sócio da ABER

É um dos poucos clubes que me faz violar a máxima marxista. Seja sócio! É uma boa!
"Colegas

Estamos iniciando o recebimento das anuidades de sócios da RSAI para 2007. Com a anuidade de R$ 40,00 você recebe:
1. Inscrição simultânea na RSAI – Regional Science Association International
2. Assinatura eletrônica da revista Papers in Regional Science (com password)
3. Acesso ao site da RSAI, com password, com informações sobre congressos e publicações no mundo todo
4. Descontos na assinatura de revistas da Blackwell e na taxa de inscrição em congressos da ABER e RSAI
Se você já é sócio, visite www.aber.fea.usp.br, entre na área “A Associação” e siga as instruções para pagamento.
Se você ainda não é sócio, visite www.aber.fea.usp.br, entre na área “A Associação”, preencha a Ficha de Inscrição e siga as instruções. Como vamos efetuar os pagamentos durante o encontro europeu de agosto, em Paris, solicito que façam seus pagamentos até o final de julho.
A ABER – Associação Brasileira de Estudos Regionais realizará este ano o seu V Congresso, em Recife, entre 24 a 26 de Outubro. Submeta seu trabalho! http://www.venaber.com.br/
O RSAI World Congress 2008 será realizado na FEA/USP, São Paulo, entre 17 e 19 de março de 2008. Visite o site e divulgue. Prepare-se para participar. Os associados da ABER terão um enorme desconto na taxa de inscrição. http://www.aber.fea.usp.br/rsai2008/new/htm/event/event.asp

Abraços

Carlos Azzoni

Membro do Conselho Científico da ABER
Membro do Council of the RSAI"

O melhor post racista da História

Aqui.

Dicas para a ANPEC

O Marcelo Passos está com dicas ótimas para os alunos que farão a prova da ANPEC.

Os dez mandamentos da econometria

Essa semana eu estou rodando regressões com os determinantes de localização manufatura no Brasil nos anos 20. Os primeiros resultados são bem legais e promisores.
Mas antes de começar qualquer trabalho aplicado, eu acho bem saudável ler os dois papers de Peter Kennedy "Oh no! I got the wrong sign! What should I do? e The Ten Commandments of Applied Econometrics. Se eu os tivesse lido quando era mais jovem, talvez eu tivesse menos pecados na minha ficha. Também recomendo a leitura para pós-graduandos antes de começarem a aplicar a mais recente técnica econométrica super sofisticada.

Andrew Gelman comenta os papers de Kennedy.

Preciso de assistente de pesquisa

Em Setembro volto ao Brasil e não tenho assistente de pesquisa. Preciso de um aluno com as seguintes características:
1) Se já souber R e Python, maravilha, mas qualquer linguagem de programação é bem-vinda. Se não sabe, deseja aprender.
2) Prefere computadores à companhia dos seres humanos (da maioria, ao menos) . Ganha pontos extras se a sua própria mãe já tiver dito "você deve sair um pouco mais e largar essa internet";
3) Conhecimento de inglês básico, suficiente para conseguir (1);
4) Interesse por temas de economia regional/história;
O que tenho a oferecer? Nada, por enquanto. Como estou afastado, eu não tenho como remunerar o bolsista. Mas me comprometo a solicitar bolsas a todas as entidades de fomento.
A propósito, eu tenho tido uma boa sorte com meus bolsistas. Trabalhar com Dante, Davi, Rodrigo, Matheus, Otávio, e Martin foi muito bom e eles se transformaram em co-autores e bons amigos.
Quem se interessar, basta me escrever e conversamos.

Meus irmãos estavam certos

Quando éramos crianças, meus irmãos maiores me chamavam de burro. Acontece que eles estavam certos. Um novo estudo sugere que a diferença de QI decorrente da ordem do crescimento é de aproximadamente 3 pontos. Ok, não é lá grande diferença, mas alguma razão eles tinham (ou têm?).

O Mistério de Pinsônia


Preciso de uma ajuda. No Atlas do Império do Brazil, de Cândido Mendes, existe a imaginária Província de Pinsônia que ocuparia o Norte do Pará e o Amapá. Alguém sabe alguma coisa sobre isso?

Por que usar R?

Temo que analisar os dados de mortalidade dos iraquianos não é uma razão atraente para usar o R. Mas que tal apresentar os resultados de uma regressão em um gráfico legal como esse?

Aqui.
Via Andrew Gelman (o estatístico, blogger brilhante e usuário apaixonado do R).

Nota

Faz uns dez anos, a geógrafa Vanda Ueda (UFRGS), em começo de carreira, trabalhou no Departamento de Geografia e Economia da UFPel. Chegamos até a escrever algo juntos. Não a vejo desde essa época. Hoje tive a infelicidade de encontrar seu nome na lista de passageiros do vôo da TAM.

Apresentação na Spatial Econometrics Conference 2007

A apresentação do trabalho "SPATIAL DYNAMICS OF ECONOMIC
GROWTH IN BRAZIL (1970-2000):AN EMPIRICAL APPROACH" (com Martin Brauch) está disponível aqui. (Quem quiser, pode me pedir a versão completa).

Coase, Millôr e o Churrasco.

No blog do Marcelo Passos.

P. J. O'Rourke escreve sobre Adam Smith

Ainda não comprei, porque só está disponível em hardcover e ainda meio caro. Com certeza é excelente.
O humorista P. J. O'Rourke é autor de um ótimo e hilariante livro de desenvolvimento econômico.

Querida, eu interpretei mal os coeficientes

No último sábado, na Spatial Econometrics Conference 2007, James Lesage apresentou um paper mostrando que todo mundo interpretou errado os coeficientes de regressões espaciais. E a diferença pode ser imensa. Foi uma apresentação excelente e se podia quase ouvir a platéia pensando:"Ay caramba, tenho que reescrever tudo...".
Apenas o resumo do paper está disponível on-line. Fiquem ligados.
(Por sorte, não havia regressões espaciais no trabalho(escrito com Martin Brauch) que eu apresentei lá na mesma manhã.)

O Zimbabwe está ruindo

Sr. Mugabe criou o Mundo Bizarro de boas políticas econômicas. Com certeza, o país não era um lugar perfeito, mas é quase inacreditável o que ele fez com o país:
Eight in ten people have no formal jobs; inflation, officially estimated at more than 3,700%, may actually be twice as high.
So President Robert Mugabe has decided to try to do something about the galloping prices of basic goods. Ignoring protests from Gideon Gono, the governor of the central bank, Mr Mugabe, who famously despises “bookish economics”, has sent the police in to order shopkeepers to slash their prices, forcing them to sell at a loss. The predictable result is huge crowds waiting outside shops to rush in and grab whatever they can while the going is good. Factories are threatened with being taken over if they stop production. Hundreds of shopkeepers have been arrested, accused of not lowering their prices enough.

A propósito, antes de tentar salvar a África você deve ler isso ou isso.

Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica - Programação

O Congresso da ABPHE ocorrerá em setembro, em Sergipe. A programação está on-line e tem muita coisa que parece interessante. Vejamos o que Fábio Pesavento, agora no Gustibus, nos relatará in loco.
(A propósito, eu não entendo por que os trabalhos de História do Pensamento Econômico fazem parte do evento. Deixa para lá.)
Obrigado ao Marcelo Passos, do ótimo Econocrônicas.

Pobreza e Desenvolvimento- Hans Rosling




Ele é o gênio-doido do Gapminder. Sua nova apresentação na TED é ainda mais impressionante. São os 19 minutos que deixam qualquer um mais otimista. Não perca o último minuto!
Melhor frase:

"Meu vizinho conhece 200 tipos de vinho, eu só conheço 2. Mas eu conheço 200 tipos de países enquanto ele só conhece dois: 'Desenvolvidos' e 'Subdesenvolvidos'."

Aproveite que o assunto é gapminder e faça o download da Dollar Street.

Mais cuecas, maior a alfabetização

O causo é o seguinte: Marco Mostert explica que a disseminação do uso de roupa de baixo na Europa medieval levou a um aumento na disponibilidade de trapos, a uma queda no preço do papel e, finalmente, a um aumento da alfabetização.
Isso sim são conseqüências não-esperadas!

Via boingboing.

Balassa Samuelson e o preço do Big Mac

Saiu um novo índice Big Mac da Economist. Ele é a melhor forma de explicar Poder Paridade de Compra para os alunos. Além disso, ele serve para introduzir o efeito Balassa Samuelson, que eu coloco entre as teorias/efeitos mais interessantes e abrangentes da Economia. Ela explica não só as tendências de longo prazo das taxas de câmbio, mas também porque turistas dos países desenvolvidos viajam atrás de sexo e tratamentos de saúde nos países menos desenvolvidos.
A propósito, está rolando um boom de Big Mac na Europa continental.

The Dangerous Book for Boys

É o melhor livro já escrito se você tem 13 anos. Com uns 25 anos de atraso, eu comprei o meu exemplar. É sensacional. Tomara que façam uma adaptação brasileira.
Leia uma resenha entusiasmada aqui.

Desigualdade de Renda e Colonização

No último número da European Economic Review:

Income inequality and colonialism

Luis Angeles

This paper proposes that colonialism is a major explanation behind today's differences in income inequality across countries. We argue that income inequality has been higher in the colonies where the percentage of European settlers to total population was higher, as long as Europeans remained a minority. The countries where Europeans became the majority of the population did not suffer from high inequality. These initial differences continue to hold today. The empirical evidence we provide strongly supports our thesis.


Uma versão anterior gratuita do artigo está disponível aqui.

Radical Rebelde Revolucionário

O Liberal Libertário Libertino é o único blog não-econ que eu leio. (Bem, na verdade o Alex Castro pensa como um economista, mesmo não sendo um de nós). Ele tem lá as suas manias e taras, no entanto (ou talvez por causa disso) é um tremendo prazer ler o seu blog.
Eu comprei e li o seu primeiro livro de contos e recomendo intensamente. Agora, em novo livro, ele conta suas façanhas nos dois meses que passou em Cuba enquanto pesquisava para a sua tese de doutorado em literatura. Leia trechos aqui. O livro é muito bom mesmo. Não são memórias, nem guia de viagem, nem crônicas. E é tudo isso ao mesmo tempo.
Vai por mim, por 20 pratas é o maior excedente do consumidor que você pode ter.
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