Manual / Defesas
DEFESAS
Enfim, a hora se aproxima. Você já está prestes a entregar a
versão para a banca, não aguenta mais ver a cara do orientador (e vice-versa).
Chegou a hora.
Fique tranquilo. Se o seu orientador aceitou que você vá
para a banca existem duas possibilidades: a) Seu trabalho é no mínimo razoavelmente
bom e, apesar de sofrer, você será aprovado no final das contas. Uma coisa que
qualquer orientador morre de medo é de passar vergonha na frente dos colegas.
b) Seu orientador é doido ou um mau-caráter (ou ambos) e quer levar você para
os leões como jantar. Se isso acontecer, o que é muito improvável, você não tem
muito que fazer. De qualquer modo, você vai ter de fazer o seu melhor na
apresentação.
A sua defesa é tão importante quanto a sua primeira vez. E
tão apavorante quanto. Outra semelhança: por mais que você tenha praticado, as
outras partes são mais experientes do que você. A principal diferença –
eu imagino – é que na tese ninguém estará bêbado.
Procedimentos para uma defesa feliz:
Leia o verbete Tese.
Você viu um erro horroroso depois de ter enviado a
tese? Não entre em pânico. Faça uma errata e envie por e-mail para o seu orientador avaliar e encaminhas aos membros. Na
hora da defesa, peça desculpas para a banca e distribua cópias da errata antes
do começo da defesa. Mas isso só para erros feios mesmo. Para pequenos
tropeços, deixe estar e só corrija na versão final. A banca precisa de algo
para se alimentar.
Tenha uma versão da tese com a mesma paginação da que
foi distribuída para a banca. Nada pior do que ficar indo e voltando nas
páginas para achar o trecho que o membro da banca está se referindo.
A defesa não é o momento para sentimentalismos nem
agradecimentos rasgados. Você pode ser mais informal e até contar um pouco dos
bastidores e motivação da pesquisa, mas não exagere na informalidade.
Não discuta com a banca. Defenda seu ponto e o seu
trabalho. Você vai ser criticado e algumas críticas serão injustas. Você não
precisa sair da sala tendo convencido toda a banca de que tem razão. Esfrie a
cabeça e responda sempre tentando evitar o confronto direto. Exemplo. Se o
membro da banca disse uma sandice completa, ao invés de dizer: "Que
absurdo! Nunca houve bobagem maior na vida", você pode dizer - sem tom de
ironia: "Infelizmente, eu não conheço a literatura ou os autores que
defenderam esse ponto".
Não tente responder a todas as perguntas. O normal é o
membro da banca fazer as perguntas em sequência. Vá anotando e, quando for a
sua vez de falar, responda aquelas que você está seguro. Às vezes, o membro da
banca não entendeu um ponto trivial e vai ser fácil responder. Se for mesmo
impossível saltar as questões mais cabeludas, não há problema em agradecer a "ótima"
pergunta e dizer que não tem certeza para a resposta, mas que vai examinar a
questão.
Curada a ressaca da comemoração, corra para fazer as
correções sugeridas pela banca. Procrastinação é imperdoável nesses casos. Livre-se
logo do encosto e toque a sua vida!
Manual de sobrevivência na universidade: da graduação ao pós-doutorado
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