Diversos: só história econômica
- Por que Portugal ficou pra trás (1500-1800)? R: Pelas condições internas. (via Shikida)?;
- Parece que o correio nos EUA do séc XIX promoveu a inovação, por Acemoglu, Moscona e Robinson;
- Ótimo post do Thales comentando o paper Brazilian export growth and divergence in the tropics during the nineteenth century;
- Uma sensacional lista de leitura atualizada sobre o História Econômica Quantitativa (a propósito, eu recomendo muito o posfácio do ótimo livro do Corrêa do Lago que tem toda a produção brasileira recente)
12 comentários:
Leo Monastério, Boa noite!!!
Para você a cultura de um país nunca importa?
Excelentes artigos, parabéns!!
Abs
Leonardo, o que você acha, sinceramente, do Acemoglu? Não acha que ele força a barra, às vezes demasiadamente, com os instrumentos que ele usa? Instrumentos exóticos são mesmo melhores que um pouco de endogeneidade?
Augusto
Clovis,
Eu gosto de partir do princípio que "cultura não importa" pq acho que essas explicações culturais são sempre as mais fáceis. Um monte de comportamentos explicados por cultura se mostraram muito mais determinados por motivações economicas em sentido restrito do que por dimensões realmente culturais. Então, acho que partir da negação do papel da cultura é o melhor jeito de realmente entender os fenômenos. Se- depois de muito pesquisar - realmente não sobrar outra explicação, aí eu topo as justificativas culturais.
Augusto,
Antes de tudo, o Acemoglu é brilhante mesmo e eu daria um (talvez dois) dedos para ter um décimo da capacidade dele e ele foi responsável por tornar a hist econ uma área quente. Dito isso, eu concordo que ele pesa a mão para vender os papers (vc conhece o texto do http://www.anderson.ucla.edu/faculty/jason.snyder/albouy.pdf , não?) e tem muito coisa bem esquisita. No fim das coisas, muita coisa pós "revolução da credibilidade" só empurrou as malandragens para debaixo do tapete.
Abraços!
Leo, parabéns pelas publicações.
Estou procurando textos de história econômica que procuram explicar os motivos do pioneirismo europeu na colonização, você tem conhecimento de algum?
Mais uma coisa, o que acha do trabalho do David Landes? É interessante ou está ultrapassado?
Desculpe pelo incômodo, boa noite e parabéns pelas postagens instigantes!
Abs,
João Carlos
Leo, parabéns pelas publicações.
Estou procurando textos de história econômica que procuram explicar os motivos do pioneirismo europeu na colonização, você tem conhecimento de algum?
Mais uma coisa, o que acha do trabalho do David Landes? É interessante ou está ultrapassado?
Desculpe pelo incômodo, boa noite e parabéns pelas postagens instigantes!
Abs,
João Carlos
Olá João Carlos,
Valeu! Gosto do Landes, mas não é minha praia (cultura demais! :-))
Eu não sei muito sobre pioneirismo europeu, mas sugiro Power and Plenty do Findlay e O'Rourke. É super completo e tem tudo quanto é referência. http://press.princeton.edu/titles/8493.html
abraços,
João Carlos Soarez, qual é a sua definição de Colônia? Se fores ver os Árabes edificaram um império "colonial" bem antes dos europeus, abrangendo o norte da África e sul da Europa; Os Romanos "colonizaram" meia Europa; Fenicinos foram colonizadores do mediterrâneo e até "pioneiros" da uma "expansão ultramarina", se quiser. O fato que distinguiu a Europa foi desenvolver a melhor tecnologia de guerra, fruto da belicosidade entre Estados nacionais, de uma geografia favorável à formação de enclaves étnicos, forma peninsular, etc... Tudo já bastante batido por autores como Jared Diamond. Não há mais o que inventar sobre o assunto.
João Carlos,
Lembrei de mais duas referências:
Fui da banca desse trabalho ótimo, orientado pelo Bernardo Mueller:
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/18635/1/2015_JoaoGabrielAyelloLeite.pdf
Lá vc vai encontrar muita referencia boa, como ex:
SUBRAHMANYAM, Sanjay. The Portuguese Empire in Asia 1500-1700. Londres: Pearson Education, 1993.
E tenho visto aqui e acolá uma nova literatura sobre as colonias na ásia bem bacana (Um aluno de doutorado russo aqui da UCLA está tb estudando isso).
Abraços,
Leo.
Muito obrigado pelas referências, Leo Monasterio!!! Fiquei muito feliz, você é espetacular!!!
Olá Leonardo Monasterio! É sempre um prazer ler seu blog, estava observando alguns comentários desse e de outros posts e fiquei com uma dúvida: Qual é a diferença de visão entre os economistas "culturalistas" e os "institucionalistas"(simplificando), uma vez nos livros de Landes ela afirma que a cultura foi importante por criar instituições favoráveis ao crescimento? Qual é a diferença de visão entre eles?? Os que não são culturalistas acham que a cultura não cria as referidas instituições? se for isso o que criaria?
Desculpe te incomodar, mas se couber no texto o senhor poderia dizer o que acha do J.Diamond? Ele não é muito determinista no aspecto geográfico?
Muito obrigado e boa noite!!
Abraços, Nathália Pinheiro Leão
Caro Leonardo. Li o famoso paper do Acemoglu depois de ver inúmeras referências a ele em papers de inúmeras outras áreas. Pensei, poxa deve ser mesmo muito bom, o cara parece ser uma unanimidade. Então fui ler o dito-cujo e confesso que fiquei chocado. Como uma revista como a AER poderia publicar um negócio daqueles? Sei quase nada de econometria, mas do pouco que sei, sei que só se pode explicar variação da variável dependente com variação da variável explicativa, sem variação não se explica nada. Aí vi que ele estava extrapolando taxas de mortalidade de um país para países vizinhos, sem nenhuma cerimônia, além de outras coisas estranhas como misturar dados de soldados com bispos!. Dei uma googlada e achei este paper que você menciona, que deixa clara a picaretagem. Aí fui atrás de outros papers do Acemoglu para ver se o padrão se repetia. Fiquei novamente chocado. Deve ser o pesquisador mais produtivo da história da economia, publica um paper por semana. Dei uma olhada em alguns, achei idéias bem interessantes, ele realmente é original e só por isso já mereceria a fama que tem. Mas novamente encontrei variáveis instrumentais muito esquisitas. Nessas horas me questiono em relação à seriedade do peer review. Os pareceristas pedem um milhão de testes, robustness checks etc, mas não fazem perguntam elementares sobre a montagem do banco de dados?
Um abraço,
Augusto.
Olá Nathalia,
Sinceramente, eu tb ñ tenho isso muito claro. O conceito de instituição reunindo: crenças, normas e leis é meio amplo demais; engloba coisas muito distintas entre si. Eu entendo o papel dessas abordagens nas grandes teorias, para explicar coisas imensas (como a Rev Industrial). Contudo, hoje, eu acho mais legal os trabalhos específicos, que tratam de questões "menores" de um jeito empiricamente mais robusto. Um exemplo:
http://www.mitpressjournals.org/doi/abs/10.1162/REST_a_00368#.V4k9O7jyvIU
abraços e obrigado pela palavras!
Olá Augusto,
Pois é, o cara é brilhante, mas dá uma marretadas empíricas. E de fato, eu acho improvável a AER mandem os textos para alguém preocupado com a qualidade dados. Quando o insight é bom, deixam passar dados questionáveis. Eu acho que isso é um problema geral. (Mais grave eu acho quando o cara deliberadamente camufla furos possíveis da estratégia de identificação. Essas são difíceis de apontar).
Abraços,
Leo.
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