Manual / Concursos para professor
Concursos para professor
Você terminou o doutorado e agora precisa ganhar a vida. O
negócio é fazer um concurso para a carreira docente. Quer nas públicas, quer
nas privadas a lógica é mais ou menos a mesma.
Antes de tudo, leia o edital. Leia mesmo. Em voz alta e
marcando o texto. Já vi candidatos bons rodarem porque esqueceram um documento
ou não viram que a prova era com consulta a livros.
Admito que existem concursos armados. Na minha área, eu já
soube de alguns, mas não é um problema endêmico. Uma coisa é a banca já ter
simpatia por algum candidato; outra é a mutreta esculachada. Muita gente, má perdedora,
gosta de espalhar que tudo no mundo acadêmico é armação. É verdade que tem
gente ruim aprovada, mas os bons sempre conseguem, cedo ou tarde, a sua posição
ao sol.
Os critérios são subjetivos, então, é compreensível que, na
dúvida, a banca escolha alguém que já tenha informação anterior. Daí a
importância de estar bem-preparado na hora da prova, mesmo em um concurso em
que há um queridinho: é muito constrangedor para a banca aprovar quem teve um
desempenho evidentemente melhor do que os outros.
Uma dica para identificar se há armação é atentar para a
abrangência da área. Se for algo muito específico que menos de meia dúzia
entende e são todos amigos entre si, tenha certeza que é picaretagem. No outro
extremo, concursos bastante divulgados tendem a ser mais honestos. Se você
esbarra no anúncio do concurso em um monte de lugares, geralmente isso indica
que se busca os melhores candidatos.
Na prova didática, siga as recomendações para as apresentações de congressos e uma adicional: respeite o tempo.
Na maioria dos editais, existe uma definição bem rígida da duração da prova e
uma banca honesta tem de tirar os pontos do candidato que perde a hora. Duas
sugestões: se a sala não tiver relógio, use a) o alarme silencioso do celular
no bolso da calça; b) se houver clima para tal, pergunte ao presidente da banca
se ele poderia dar um aviso quando o limite mínimo e máximo se aproximassem.
Fundamentalmente: não pareça ser encrenqueiro na hora da
prova. Lembre-se que a banca está escolhendo quem vai ser o seu colega por boa
parte do tempo de sua vida. E nada pior do que um colega que arruma confusão
nas reuniões, briga com os alunos ou com a direção. Então, nada de conflitos ou
polêmicas pelos seus "direitos" com a banca. Não precisa ser humilde;
basta não ter uma postura de confronto.
Por fim, mesmo que o número e a qualidade dos candidatos lhe
assustem, vale a pena participar. Eu já vi candidatos ótimos ficarem de fora de
um concurso porque temeram perder uns para os outros. Na hora final, só os
medíocres apareceram e acabaram sendo aprovados. Na dúvida, compareça.
Um comentário:
Tenho um amigo teuto-iraniano (de passagem no país, em pós-doutorado) que não passou na UFABC, mas passou no pos-doc para Oxford. Parte no segundo semestre
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